Aconteceu de novo: elite universitária chafurda no preconceito e se orgulha de espalhar ódio


A cantora negra entra em um restaurante de m,a cidade grande do sul dos Estados Unidos no começo dos anos 1960. Era nacionalmente famosa e foi imediatamente reconhecida ao entra. 

Entretanto, de forma sádica, funcionários brancos manifestaram satisfação, como se estivesse se vingando por suas vidas medíocres, ao dizer que o estabelecimento não servia “negros” ou “pessoas de cor”.

Apesar de indignada, saiu chorando resignada diante de tamanha perfídia. A cena está em “A História de Mahalia Jackson”, de 2022. 

Dirigido por Denise Downes, exibido pela TV Globo na segunda-feira, dia 18 de novembro. Por uma daquelas coincidências maravilhosas, a obra passou na Sessão da Tarde. Após a ocorrência, no final de semana anterior, de uma das mais abjetas e nojentas manifestações de racismo e preconceito entre universitários.

A cna do filme é um triste retrato da perversidade humana que ainda é possível identificar mais de 60 anos depois neste país racista e infeliz. Os casos de preconceito são diários e agora, mais uma vez, revelam o caráter asqueroso da maior parte da elite que ainda insiste em dominar e emporcalhar a nossa sociedade.

Em quase todos os “jogos universitários” brasileiros, quase sempre envolvendo times esportivos de faculdades e universidades particulares, há episódios de racismo e de comportamento inacreditável e reprovável de universitários bem, criados e de classe média alta. 

 Os “belos” comportamentos ocorreram agora nos Jogos Jurídicos de São Paulo, envolvendo universidades da área de Direito.

Em um jogo de handebol, na cidade de Americana, alunos e torcedores da PUC-SP insultaram os adversários da USP com palavras como “cotistas” e “pobres”, sempre de forma pejorativa, de forma a desprezar alunos de escolas públicas,.

Considerados por esses dejetos humanos de xingaram como “pessoas de segunda classe” e indignas de fazer parte do ensino superior.

As reações foram bem rápidas e contundentes com repúdio total às posturas dos alunos e torcedores da PUC, com punições educacionais e perda e empregos e estágios para as pessoas identificadas em vídeo. Que bom que isso tenha ocorrido, mas ainda [e pouco, muito pouco.

Na verdade, é a constatação de que está cada vez mais normalizado um comportamento assustador e explícito da elite nacional: um racismo que beira o ódio e esbarra no fascismo.

Esse tipo de comportamento repulsivo não é uma novidade. É recorrente principalmente em eventos sociais e esportivos de alunos de medicina pelo Brasil, um reduto de estudantes de classe medi e rica, que podem pagar mensalidades de cerca de R$ 10 mil fora ouros gastos.

Antes eram mais discretos nas brincadeiras e posturas reprováveis, agora estão perdendo o pudor. Anos atrás, por exemplo, um estudante de origem asiática, vítima de bullying, foi encontrado morto no fundo de uma piscina durante uma festa de alunos de medicina da capital paulista. 

O caso nunca foi esclarecido, apesar de indícios de violência no corpo. Em festas de futuro médicos no interior do Estado, os casos de violência e preconceito são ainda mais aterradores.

Com aplausos da extrema-direita e de apoiadores do ex-presidente nefasto Jair Bolsonaro, esse tipo de comportamento é relativizado – quando não ignorado e incentivado – por gemente que cultua o ódio e esconde atrás do pior tipo e religiosidade para destilar preconceito e e violência de todos os tipos.

O comportamento dos dejetos que entoaram gritos preconceituosos e racistas no jogo de handebol não pode ser tratado como uma ocorrência menor, como se fosse uma livre manifestação de torcida tal qual em um estádio de futebol em jogo profissional. Racismo e preconceitos são crimes e precisam ser punido severamente.

O incidente é perigoso porque é a confirmação de tais comportamentos não estão presentes e fortes com cada vez mais explícitos e desafiadores, como se os lixos que simpatizam com práticas fascistas perdessem o medo e a vergonha de serem identificados.

É perigoso também em um momento em, que parcela expressiva do eleitorado abraça candidatos e ideias que beiram o fascismo, que semeiam o ódio e espalham mentiras e incentivos a comportamentos violentos de todos os tipos.

 Emerge novamente quando políticos da pior espécie articulam uma “anistia” para terroristas e golpistas de 8 de janeiro de 2023 com extensão ao nefasto Bolsonaro.

E não dá para achar que é coincidência que as manifestações racistas surjam no momento em que um maluco fascista joga bombas no STH (Superior Tribunal Federal) após várias ameaças de morte a ministros da corte.

Não é de se surpreender que vejam,ops decisões judiciais de primeira instância cada vez mais estapafúrdias, muitas delas inconstitucionais e corroendo a liberdade de expressão. Então são esses os futuros advogados, promotores de Justiça e juízeaque terão a missão de fazer “Justiça” neste país infeliz?

São esses os futuros médicos lamentáveis que Têm desprezo por seres humanos que não podem pagar R$ 1 mil por uma consulta?

A polarização político-ideológica é cada vez mais necessária para que possamos identificar quem são os seres execráveis e disseminadores de ódio para que possamos bani-los e neutralizá-los.

Se por um lado episódios como os de Americana são nojentos e aterradores, por outro são instrutivos e reveladores do caráter deformado e parte grande parte dos jovens da elite do Brasil. Que possamos aprender e a combater essa gente inimiga da civilização.