Black Pantera esbanja talento, competência e carisma no The Town

Os mineiros do Black Pantera subiram ao Palco Quebrada no festival The Town dispostos a mostrar porque hoje eles fazem um dos melhores shows do país. Headliners da programação prevista para o dia 07 de setembro, eles atingiram seu objetivo, entregando talento, competência e carisma e fizeram o público pular e cantar da primeira até a última canção.

Black Pantera hoje ocupa um lugar peculiar num mercado em que o espaço para novas bandas de rock é cada vez mais restrito no mainstream – eles percorrem o país, tocando em vários espaços pequenos, do underground, passando por lugares médios, como o Sesc, chegando a festivais como Rock in Rio e, agora, The Town. Em todas essas ocasiões, sempre contagiando o público presente. Em uma comparação com futebol, é como aquele jogador que não se intimida com estádio, jogando muito bem seja na Rua Javari ou no Maracanã.

Apoiados por um ótimo repertório, construído ao longo de dez anos e quatro álbuns, o show realizado em Interlagos teve como base o festejado “Perpétuo”, seu álbum mais recente. A apresentação se iniciou com “Candeia”, “Boom!” e “Provérbios”, com pé embaixo, já explicitando a base de sua música: a guitarra pesada de Charles Gama, o baixo de Chaene da Gama, que mistura peso e groove e a bateria segura e explosiva de Rodrigo Pancho empurrando a banda para a frente.

Black Pantera (Foto: Bruno Birix)

À vontade, os irmãos Charles e Chaene se revezavam nos vocais principais das músicas e nas interações com o público e aproveitando o fato do país estar assistindo um dos principais julgamentos de sua história, ao mesmo tempo que as instituições democráticas sofrem pressões internas e externas, eles mandaram seus recados: “Fogo nos trumpistas”, cantou Charles na já clássica “Fogo nos Racistas”, e Chaene colocou por duas vezes um boné azul com os dizeres “O Brasil é dos brasileiros”. O resto, foi só deixar com a plateia, que entendeu os recados e deu as devidas respostas aos chamados vindos do palco.

O público também foi um destaque à parte: no hit “Tradução”, cantada por Chaene, as lanternas de celular se fizeram presentes, assim como as rodas de mosh se formaram em diversos momentos do show.

Ao fim, a certeza: Black Pantera fez jus aos três pontos conquistados no jogo do The Town.

Punho de Mahin e MC Taya

Antes da apresentação dos mineiros, o Palco Quebrada recebeu a banda paulista Punho de Mahin e MC Taya, da Baixada Fluminese. Em ambos casos, o jogo era mais difícil: horário mais ingrato e público reduzido, com muita gente que não conhecia ainda os artistas. Para piorar, problemas de som no palco: a vocalista Natalia Matos, do Punho de Mahin, teve alguns problemas no microfone e MC Taya e seu guitarrista também tiveram dificuldades com seus instrumentos, que não se faziam ouvir.

Punho de Mahin e MC Taya (Foto: Victor Takay)

Mesmo assim, o resultado foi bom: a mensagem anti-racista do Punho de Mahin teve uma boa resposta do público e MC Taya provou que sim, é possível misturar metal com funk carioca. No final, Punho de Mahin e MC Taya se juntaram no palco sob aplausos do público.

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