Todo o peso do mundo não foi suficiente para derrubar o talento e a resistência. O trio mineiro de heavy mnetal/hardcore Black Pantera arrombou os portões e colocou as coisa em seus devidos lugares e o quarteto paulista punk Punho de Mahin veio em seguida para consolidar a ascensão negra np rock brasileiro.
Não era sem tempo. Um dos nomes mais celebrados da atualidade, Punho de Mahin celebra a ótima repercussão do show no festival The Town deste ano, que está sendo coroado com a finalização das gravações e produção de seu segundo álbum, previsto para o começo de 2026.
“As coisas estão indo bem para a banda e a repercussão boa só aumenta a nossa responsabilidade”, diz a vocalista do grupo, Natália Matos, no episódio número 53 d videocast/podcast “AltCast”, apresentado pelo jornalista Mauricio Gaia, integrante do combate /Rock, pelo guitarrista José Antonio Algodoal, da banda Pin Ups.
Formada em gestão ambiental e com mestrado na área, a cantora é uma das artistas mais engajadas no rock brasileiro atual. Dá para sentir o orgulho dela quando explica o nome da banda: “É uma homenagem a Luís Mahin, uma das personagens mais importantes da chamada Revolta dos Melês [rebelião de escravos ocorrida em Salvados, na Bahia, em 985].”
De cabeça erguida e consciente da ascensão que sua banda tem conseguido, não hesita falar abertamente sobre os problemas que um quarteto punk formado por negros enfrenta ainda hoje em vários ambientes.”
“racistas e disseminadores de ódio e preconceitos estão em todos os lugares, então a luta pe constante, mas desistimos de bater de frente com essa gente. Há outras batalhas a serem lutadas”, explica a cantora.
Para Natália, as pessoas ainda não se acostumaram a ver uma banda preta de rock, com mulheres na formação, mergulhada no engajamento e apontando o dedo para muita gente e e mexendo nas várias feridas sociais.
“Até mesmo no meio punk e hardcore houve estranheza quanto a isso. Acho que ainda há. Por isso vou repetir: a luta tem de ser constante contra o racismo, a desigualdade social e contra o fascismo”, afirma a cantora.
Veja abaixo o episódio número 53 de “AltCast” com Natália Matos.