Bad Religion se salva em um Primavera Sound com pouco rock

Na era dos megafestivais lotados e caros, o rock tem sido raridade, seguindo uma tendência internacional em que a música fica em segundo plano. A ordem agora é “desfrutar o evento e mergulhar em diversas experiências”, seja lá o que isso signifique.is

É o que ocorre, ais uma vez, em São Paulo no aclamado Primavera Sound, no autódromo de Interlagos, hoje o principal ponto de abrigo dos megafestivais. Assim como outros do mesmo estilo, coo o Lollapalooza, é um evento para quem não gosta de música ou não gosta dela.

De rock, mesmo, haverá muito pouco no Primavera Sound. Os nostálgicos do anos 80 vão se esbaldar com a dance music cafona dos Pet Shop Boys, dupla inglesa de meia idade que enfileirou hits há mais de 40 anos. É rock? Não, mas acaba fazendo as vezes diante de tão poucas atrações de qualidade.

The Killers, a principal atração de sábado (2), redime um pouco o gênero renegado, mas não passa de uma atração de segundo escalão em qualquer evento que preze a qualidade musical. Ainda assim, é o nome a ser visto e celebrado. O som é pretensiosamente moderno, mas sem grande ousadia. E ainda tem The Hives no sábado, mas que não empolga nem um pouco.

O domingo reserva coisas melhores e mais interessantes, como o deslocado Bad Religion, uma instituição punk norte-americana que eleva e muito a temperatura. Suas canções fortes e engajadas são um bálsamo a um evento em que sobram atrações inodoras, insípidas e incolores.

The Cure poderia ser uma uma boa notícia se não estivesse tão fossilizado e sem grande apelo para ua juventude que pouco presta a atenção em dinossauros que há muito deixaram a ousadia de lado. Robert Smith, o vocalista e guitarrista, ainda é um líder carismático, mas parece ter perdido o brilho e o fôlego nos últimos anos.

Se houver algum resquício de paciência, o roqueiro empedernido amante de megafestivais pode ser surpreendido com o show de Beck, desde que este não abuse dos sons eletrônicos. Uma banda que pode surpreender positivamente é a argentina El Mató a Un Policia Motorizado, que faz um som alternativo interessante baseado em guitarras.

Serviço de transporte – clique aqui e também aqui.

Confira abaixo o line-up completo:

Sábado, 2 de dezembro:

Palco Corona

  • 12h – Fundação Bachiana
  • 13h05 – Getúlio Abelha
  • 14h40 – Black Midi
  • 16h40 – The Hives
  • 18h40 – Marisa Monte
  • 21h35 – The Killers

Palco Barcelona

  • 12h30 – Àiyé
  • 13h50 – OFF!
  • 15h40- Muna
  • 17h40 – Cansei de Ser Sexy
  • 19h50 – Pet Shop Boys

Palco São Paulo

  • 13h – Slipmami
  • 14h10 – Marina Herlop
  • 15h40 – Dorian Electra
  • 17h20 – Slowdive
  • 19h15 – Kelela
  • 21h – MC Bin Laden

TNT Club

  • 14h – Carola
  • 15h30 às 17h – Cherolainne
  • 17h às 18h30 – L_UCIO
  • 18h30 às 19h30 – DJ Playero
  • 19h30 às 20h30 – Gabriel do Borel + Rebecca
  • 20h30 às 22h – VH00R
  • 22h às 23h – Hi Tech

Domingo, 3 de dezembro

Palco Corona

  • 12h30 – Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo
  • 13h40 – Just Mustard
  • 15h30 – Carly Rae Jepsen
  • 17h40 – Beck
  • 20h25 – The Cure

Palco Barcelona

  • 13h05 – Mateus Fazeno Rock
  • 14h35 – Soccer Mommy
  • 16h30 – Marina Sena
  • 19h – Bad Religion

Palco São Paulo

  • 13h – Nelson D & Edgar
  • 14h15- Filipe Catto
  • 15h45 – El Mató a un Polícia Motorizado
  • 17h30 – Róisín Murphy
  • 19h – TOKiMONSTA
  • 20h40 – The Blessed Madonna

TNT Club

  • 14h – Etcetera
  • 15h30 – DJ Mau Mau
  • 17h – KL Jay
  • 18h30 – MU540 + Urias
  • 19h30 – Toccororo
  • 20h30 – MC Carol
  • 21h30 – Hudson Mohawke

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