Em 13 de novembro de 1982, o Estádio da Curuzú, em Belém do Pará, se tornou o berço do heavy metal brasileiro. Naquela noite histórica, a banda Stress subia ao palco para lançar seu primeiro álbum, autointitulado “Stress”, diante de um público estimado em 20 mil pessoas — um feito impressionante para a época e um testemunho da força do rock pesado no Norte do país.
O grupo vinha construindo seu nome desde meados dos anos 70, quando ainda era quase impensável falar em heavy metal no Brasil. O disco, lançado de forma independente, trouxe letras em português e uma sonoridade inspirada no metal britânico e no hard rock setentista, mas com um peso e uma atitude inéditos no país.
Faixas como “Stressencefalodrama”, “Sodoma e Gomorra”, “O Oráculo do Judas” e “Inferno Nuclear” mesclavam crítica social, visões apocalípticas e uma energia crua que refletia o momento turbulento do Brasil no início da década de 1980.
O conteúdo das letras, aliado à sonoridade agressiva, fez do álbum um símbolo de resistência artística e cultural no período final da ditadura militar. O show de lançamento na Curuzú foi um acontecimento sem precedentes.
A estrutura de palco e som, montada de forma independente, marcou um dos maiores eventos de rock já realizados na região Norte até então. Fãs vindos de várias partes do Pará e estados vizinhos se reuniram para testemunhar o nascimento oficial do metal brasileiro.
Segundo relatos da época, o público cantava músicas de ponta a ponta — uma demonstração de que o STRESS já havia conquistado uma legião de seguidores mesmo antes de o disco circular nacionalmente.
Veja aqui um vídeo sobre o show de lançamento do disco: https://www.youtube.com/shorts/4yXrFXzZ5ME
Com o passar dos anos, o álbum “Stress” passou a ser reconhecido como o primeiro disco de heavy metal do Brasil, abrindo caminho para toda a cena que floresceu nos anos seguintes com bandas como Dorsal Atlântica, Azul Limão e Viper. Hoje, mais de quatro décadas depois, o STRESS segue sendo reverenciado como pioneiro absoluto do gênero no país.
O aniversário de 43 anos desse lançamento não é apenas uma celebração para os fãs da banda, mas também um marco para a história da música brasileira — o dia em que o som pesado ganhou, definitivamente, sotaque e identidade nacionais.A coincidência entre a mensagem de “2031” e os objetivos da COP 30 reforça a atualidade e a força de uma obra criada há 43 anos, mostrando que o rock também pode antecipar caminhos e inspirar mudanças.
Escute aqui o disco: https://encurtador.com.br/ZAzQ