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Fundada oficialmente no ano de 1998 na cidade de São Paulo, a banda de death/thrash Breakdown lançou “Time To Kill” em 2007, que foi bastante elogiado na época. No entanto, mudanças de formação e as dificuldades normais do mercado brasileiro provocaram um hiato nas atividades.

Passados 14 anos deste lançamento, o fundador, Leo, e sua mulher, a baixista Tati Schmidt, se mudaram para a Irlanda, onde finalmente retomaram as atividades do grupo para gravar um novo CD.

Breakdown é Leo (Vocal/Guitarra), Tati Schmidt (baixo) e Damian Dziennik (bateria). Mesmo site oficial da banda Leo só se identifica assim, o que é muito estranho, mas enfim…
Conversamos rápido com Leo e Tati, direto de Dublin, a capital irlandesa, via Roadie Metal, para saber um pouco das novidades do retorno do Breakdown, agora na Europa


Conversa com Leo:

 
Combate Rock: Quando descobriu a música pesada?

Eu ouvia radio desde muito pequeno e as coisas foram caminhando devagar, entre meus 9 e 10 anos aconteceram algumas coisas que fizeram a diferença, achei uma coletânea nos discos dos meus pais onde tinha “Schools Out” do Alice Cooper ainda novo, depois ouvi “Balls to the Walls” do Accept, no programa “Beavis and ButtHead” e assisti um especial do Iron Maiden na antiga TV Manchete, a partir daí através da troca de fitas e do boca a boca que tínhamos antes da internet acabei descobrindo punk, thrash e death metal.

Como surgiu o interesse em tocar guitarra e cantar?

Longa história…Lembro que queria uma guitarra, mas acabei ganhando um violao, uns anos mais tarde acabei achando uma guitarra numa feira de rua, uma velha tonante, um dia memorável, ela não tinha nem bag, eu lembro de vir no ônibus carregando ela como se fosse um troféu!! Bem, eu não sabia de nada, cheguei em casa, sentei o sarrafo mas não saia aqueles sons que eu ouvia nos discos….rs, depois, adaptei um velho estéreo e arrumei um pedal horrível, mas deu para começar. Depois de um tempo, eu entrei na banda do bairro mas fui expulso, pois so queria tocar musica pesada…depois veio o punk rock que tinha uma puta energia e dava para tocar e tínhamos até uma banda na escola, eu apredi sozinho, mas quando achei que estava pronto, me juntei ao meu irmão, compramos uma batera, mas não sabíaamos tocar. Compramos uns VHSs na Galeria e ficávamos assistindo as bandas…depois, em certo ponto não tinha ninguém para cantar, então eu decidi tentar, aqui estou ainda aprendendo guitarra e aprendendo a cantar 20 anos depois!

Como e quando você fundou a banda Breakdown?

Eu tocava covers com meu irmão e tinha um cara no vocal, em 98 ele saiu, rebatizamos a banda para BreaKdowN, e decidimos fazer música, arrumamos um baixista e foi aí que tudo começou, nossa primeira demo é de 2000, tínhamos um show marcado na Fofinho em SP, e precisava de material gravado, gravamos então a demo “Disgrace” em uns 40 minutos, acho que foi ai que iniciamos a troca de fitas mundialmente e o negócio começou para valer.

Quais momentos você indica como os mais memoráveis da carreira?

Eu sou sortudo em dizer que temos vários, a primeira gravação, ah o primeiro show, o primeiro contrato para o CD, ver o “Time To Kill” em vinil, tocar com tantas bandas que estavam/ estão na cena em tantos shows… e recentemente estou muito animado com essa volta. Voltar e ver que o “Time to Kill” rodou o mundo e que temos amigos por aí, até hoje e as pessoas lembram, as músicas novas estão bem legais e tenho a sorte de ter um grande line up, minha esposa na banda agora e o apoio de um superbatera, o plano é ter mais momentos memoráveis em breve!

Conversa com Tati Schmidt




Como você descobriu a música pesada? Qual foi seu contato inicial?

Obrigada pela oportunidade. Eu cresci nos anos 80, em casa estava sempre rolando música. Meu tio (RIP), gostava de punk rock, e tinha uma coleção de fitas cassetes, e eu lembro de ver uma mulher na capa com muita atitude, achei o máximo! Era a Wendy O. Williams (Plasmatics). Anos depois, veio a MTV, comecei a assistir às bandas e achei as músicas legais. Eu acabei pegando o gosto pelo heavy metal, comecei a descobrir bandas novas e nunca mais parei de ouvir! Eu sou meio viciada em música, ouço bastante, e adoro descobrir bandas novas.

Quando descobriu o instrumento que você toca?

Quando eu tinha 14 anos, meu irmão e eu queríamos montar uma banda de thrash metal. Eu gostava muito do Cliff Burton (Metallica), então eu decidi que tocaria baixo. Comprei meu Aria Pro II e um Meteoro. Eu nunca fiz aula, devido ao trabalho e aos estudos. Imprimia as tabs e tentava tocar, era difícil…mais tarde, me envolvi no BreKdowN com produção. Eu acabei nem tocando na banda da vila, porque eu não consegui aprender a tempo dos shows começarem, mas sempre mantive o baixo por perto e eu acabei nunca me juntando a uma banda…até agora!

Quais sãos suas influências no instrumento musical?

Tem muitos caras bons por aí, mas eu admiro muito o Cliff Burton (Metallica), D.D Verni (Overkill), Steve Di Giorgio (Death, Sadus, Testament), Lemmy (Motorhead), Tom Angelripper (Sodom), David Ellefson (Megadeth), Steve Harris (Iron Maiden), Sting (The Police), por exemplo.

Como chegou o convite para integrar o Breakdown?

Longa historia…eu sou casada com o Leo e acompanho a banda desde 2000, eu ajudava os caras com as fotos, letras, marketing, iluminação de palco, cenografia, fumaça, video, som, etc… Em 2009, a banda estava a todo vapor, estávamos para lançar o segundo álbum, mas os caras resolveram sair da banda…foi bem difícil. Conseguimos montar a banda de novo, porem muitas coisas aconteceram nesse tempo, e nos mudamos para Irlanda em 2013. Não e fácil mudar de pais e se adaptar, trabalhar, falar outra língua diariamente, então a banda acabou ficando para trás por um tempo. Mas o Leo nunca ficou feliz com isso, e queria voltar com o BreaKdowN. Nesse meio tempo, o Leo me ensinava a tocar umas músicas, e nós tocávamos juntos em casa, só por diversão. Então um dia, ele me chamou para tocar com o BreaKdown, eu fiquei muito honrada, mas recusei, pois sabia que seria um grande desafio. O Léo procurou um baixista e acabou não encontrando ninguém que tocasse na linha do BreaKdowN. Eu pensei muito, e então, decidi aceitar o desafio. Eu acredito que será incrível dividir o palco com o Leo!