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Marcelo Moreira

Ricardo Vignini (FOTO: GRACIELA BINAGHI/DIVULGAÇÃO)

O nerd da viola ficou parado na marra, mas nem um vírus mortal segura o cidadão no confinamento de seu apartamento ou do “cubo”, como chama o seu estúdio particular caseiro.
Ricardo Vignini lançou três álbuns em 2020 e prepara uma caixa com os três CDs para ser lançada neste ano, em sistema de financiamento coletivo. Além disso, para matar a saudade dos palcos e do público, dá sequência ao “Projeto Reviola”, com concertos virtuais em comemoração aos 30 anos de carreira.
É só conversar rapidamente com o bem humorado violeiro para saber como a fome de palco o faz odiar a pandemia e esse troço de “concerto vitrual”, mas é o que se tem para o momento, não é?
Os 30 anos de carreira de um dos mais importantes instrumentistas deste país não serão celebrados como deveria, mas o músico hiperativo não aguenta mais a leseira do lar e ficar só compondo, compondo, compondo…
O “Projeto Reviola” foi concebido para realizar e integrar seis concertos virtuais até o começo de abril, em seu canal do YouTube, sempre às 18h. Ricardo Vignini tocará a viola (também conhecida como viola caipira ou de dez cordas) e terá a companhia de Fernando Nunes no baixo e Ricardo Berti na bateria.
 A cada fim de semana (sábado e domingo) o violeiro recebe músicos como Adriana Farias e Alzira E (20 e 21 de março), Socorro Lira e Uli (27 e 28 de março) e fechando as lives Zé Geraldo e Tuia ( 3 e 4 de abril).

Será que será suficiente para reverter a frustração de ficar longe do palco, pelo menos em parte? O mês de março é simbólico, já que seria no dia 20 de março de 2020 que o violeiro lançaria seu álbum Reviola no Sesc 24 de Maio, seu 19º álbum de carreira, “Reviola”. 

Ninguém imaginava que as perspectiva seriam tão sombrias naquela época. Assim sendo, ansiando pela volta aos palcos, Vignini enfiou-se no estúdio e cometeu mais uma obra soberba, “Sessões Elétricas Para Um Novo Tempo”, gravado ao vivo no estúdio Nunes e Berti, iniciativa que vai virar documentário em breve.
Em dezembro de 2020, novo disco na praça: “Cubo” surgiu como 21º da carreira e o mais diversificado, com um mergulho em raízes brasileiras, latinas e no blues.
“Como artista underground eu preciso produzir o tempo para saciar a minha criatividade e divulgar a minha carreira. Só a atividade intensa mantém os meus ganhos e a minha obra em evidência”, disse Vignini em conversa com o Combate Rock antes da pademia.

O projeto atual foi contemplado pela Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, por meio da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e do Ministério do Turismo do Governo Federal.