Escolha uma Página

 Marcelo Moreira

– Muita gente “comemorou” uma notícia, em 2018, de que as vendas de guitarras e baixos das principais marcas mundiais estavam em queda livre, o que seria um sinal “inequívoco” de que o rock, mais uma vez, estaria “morto”. Uma tolice gigantesca, é claro. E eis que agora a Fender, uma das gigantes do mercado, registra vendas recorde neste ano, em período de pandemia de covid-19. Isolamento social é o responsável? Que seja. Em mundo que parece dominado por DJs, produtores renomados que “artificializam” a música e artistas anódinos. Segundo a revista norte-americana Guitar World, além da Fender, marcas como Taylor, Martin e Gibson também venderam bastante neste ano, em uma espécie de “terapia das seis cordas”. A música real, de verdade, está muito forte e nada indica que o interesse por ela irá arrefecer.

Blaze Bayley, vocalista que substituiu Bruce Dickinson no Iron Maiden a partir de 1994 (sendo demitido em 1999), é um músico admirável pela sua qualidade e, principalmente, por sua persistência. Em carreira solo depois do Maiden, com muitos baixos e alguns altos, não tem medo do palco e do ostracismo. Anos atrás, encarou 75 dias de turnê em solo brasileiro, em uma virada de ano, tocando com uma banda local de apoio e em muitos botecos bem mais ou menos – e amou a experiência. Sofrendo com debandadas frequentes de músicos de sua banda solo e com tragédias pessoais – divórcios turbulentos e sua terceira mulher morreu vítima de um AVC, entre outros problemas -, Blaze é um exemplo de perseverança. Ele conta tudo isso e bem mais em uma entrevista concedida ao canal do YouTube do jornalista Sergio Martins (ex-Veja). A conversa foi bem legal e bastante instrutiva.

 

 – Também na internet há uma entrevista muito interessante com Martin Popoff, escritor e jornalista canadense autor de mais 80 livros sobre rock, principalmente sobre história de bandas diversas, de Gun N’Roses a Black Sabbath, passando por Queen e Metallica. Quem o entrevistou foi Gastão Moreira (ex-TV e TV Cultura), em seu canal no YouTube Kazagastão. Muitas das obras de Popoff foram publicadas no Brasil e merecem ser lidas por quem gosta de rock e de muita história sobre as principais bandas. Altamente recomendável.

 

 – Por fim, se alguém se interessa pela realidade do Brasil e pelos principais problemas político-econômicos que nos afetam, é fundamental assistir ao programa Roda Viva, da TV Cultura, com a antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz, uma das intelectuais mais importantes do país. Suas análises sobre o racismo em nossa sociedade e as profundas desigualdades que nos atrasam desde sempre. Também é altamente recomendável.