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Roosevel Collier (FOTO: EUGENIO MARTINS JUNIOR)

Eugenio Martins Junior – do blog Mannish Blog

Passei a manhã brigando com a internet da pousada. E perdi. Deixei de postar um monte de fotos legais porque elas simplesmente nao carregavam. 

Fiquei sentado numa mesa lá fora escrevendo o diário e aproveitando o sinal do wi-fi. O sol compareceu em Rio das Ostras e a galera se ouriçou para ir a praia. Todo mundo que passava, mandava: “E aê, Eugênio, não vai a praia?” E eu sacaneando os cariocas: “Sou santixta, cumpadi. Vejo praia todo dia.” 

Na tarde do dia 14 o palco Iriry recebeu a dobradinha da noite anterior. O primeiro show na Lagoa foi o Delvon Lamaar. E aquele som dele cheio de riffs, tecladeira e porrada caiu bem lá. 

Apesar de palco e plateias menores, o que proporcionam muito mais contato com as bandas, Iriry tem um charme seu charme. Jimmy James estava voando baixo e pra delírio geral e Lamarr e David groovando a lot. Ótimo show pra uma tarde ensolarada de domingo.

Quando o Jon Creary e sua banda subiram ao palco o clima esquentou mais ainda. O show, um pouco diferente por incluir um ou dois clássicos da big easy, dessa vez, “Those Lonely Nights” entrou no repertório. 

Mas, entre porradas dançantes, “When You Get Back”, e blues lentos, como “Frenchmen Street Blues”, Jon Cleary confirmou o que eu já esperava, que esse seria um dos melhores shows do festival. O show terminou com todo mundo rebolando a jaca com com o funk “Mo’ Hippa”. Inesquecível.

Pousada, cochilo e show

Perdi a cantora local Cida Garcia. Cheguei quando Hamilton de Holanda Quarteto e Chris Potter já faziam Todo dia Um Recomeço, em um dos shows mais esperados (por mim). 

A primeira vez que assisti o Hamilton de Holanda foi no Rio das Ostras Jazz e Blues em 2007. Com aquele quinteto maravilhoso que incluia, Márcio Bahia (bateria), Gabriel Grossi (harmônica cromática), Daniel Santiago (guitarra) e André Vasconcelos (baixo).

No show de ontem O André foi substituído com a mesma competência pelo Thiago Espírito Santo e o Márcio Bahia pelo Edu Ribeiro. Ou seja, em termos de qualidade, nada mudou. Essa é uma das melhores formações do Brasil, um dos países que mais exporta cultura no mundo. E Hamilton de Holanda está no topo dessa história. Ou como diriam os jovens, ele é TOP!

O show incluiu a genial Tamanduá, Afro Choros, Chama, Ponts de Areia (só com o Hamilton e Potter), Samba Blues. E o penalti aos 45 do segundo tempo, Chega de Saudade. Hamilton de Holanda 5X0 na concorrência.Havia perdido o show do Roosevel Collier na lagoa e estava curioso pra ver o cara da lap steel no palco.

O show demorou um pouco pra começar e fui na ala vip comer umas paradas de grã-fino. Fiz cara de mau coloquei a câmera na frente pra ninguém chegar perto e furei a parada. Rango bom, pastelzinhos, caldos, pães especiais, cerveja (não bebi), sucos (bebi), eu um negócio lá que eles pegavam com uma colher gigante e colocavam numa cumbuca que eu nem me atrevi. 

Mas devia ser bom, o tacho já estava pela metade. Ouvi dizer que a secretária de cultura do Rio de Janeiro estava lá. Passei álcool na mão e saí fora.

Roosevelt entrou e… barulheira da pooooorra! Os caras tocam muuuito alto. Pra arrebentar mesmo, a lap steel tem um som metálico (steel) e o baterista era um magrelo, mas baixava o braço sem dó no kit.

Roosevel é um cara simples, conversa com o público como se estivesse falando na sala de casa. Um negão fortão, mas um cara super gentil que atente e trata a todos com muita educação. Mas no palco, amigo. O cara senta aço.

Mas o que já estava alto poderia ficar ainda mais. Dá metade do show adiante Eric Gales entraria em cena, convidado por Collier, os dois iriam duelar o resto da noite sem nenhuma dó do meu tímpano, despejando potência em Costazul. Confesso que saí meio atordoado. A gente fica tirando fotos ali do lado dos subs e recebe tudo na cara. Tremenda sessão de descarrego.

Restava a Black Rio fazer a sua parte. A banda veterana dispensa comentários, é uma instituição da música brasileira. Transformou o fim da noite em um bailão, uma discoteca a céu aberto, mas não uma domingueira qualquer, com a grife Black Rio. Sim, claro que eles tocaram Maria Fumaça e Mr Funk Samba, entre outras.