Guns N’ Roses domesticado aind consegue oferecer um bom show de rock

Guns N' Roses em Sõ Paulo (foto: divulgação/redes sociais da banda)

Eu esperava ver uma banda selvagem e com o verdadeiro espírito revede do rock mesmo 30 e tantos anos depois da primeira visita ao Brasil – marcada por brigas com a imprensa e uma cadeira atirada de andares bem altos em um hotel. Será que era pedir muito?

Guns N’ Roses voltaram ao Brasil pela enésima vez e em nada lembravam os arruaceiros dos anos 90. A última banda mais perigosa de todos os tempos estava domesticada, devidamente enquadrada pelo sistema e profissional ao extremo, seguindo um roteiro pré-determinado e sem nenhuma descontração e espontaneidade. Onde está o verdadeiro Guins?

A turnê pelo Brasil não rendeu manchetes e quase passou despercebida – tão assídua quanto Deep Purple e Iron Maiden no Brasil, não causam mais comoção por onde passm.

Não surpreendem mais, não são mais perigosos e estão mais preocupados em tocar. Sessenões e mais gordos, não dá para saber nem mesmo se eles curtem a vida adoidado. Quanta mudança…

O grupo que se chama Guns N’ Roses hoje tocou no Allianz Parque em 25 de outubro e ainda tem coisas boas aoferecer. Ainda tam estádios e agradm a um público pouco exigente que só quer ouvir hits. Mesmo as pessoas mais novas, curiosas para ver um antigo show de hard rock, se mostram pouco criteriosos em relação a repertório. Não sabem muito sobre a banda e parecem pouco interessados em saber mais.

Deixando as decepções de lado, foi um espetáculo bom, bem feito e bem tocado. As voltas do guitarrista Slash e do baixista Duff McKagan fizeram bem à banda, que soa menos fanfarrona com seus integrantes clássicos. Axl Roses está cantando menos, mas não compromete e se transformou em um verdadeiro mestre de cerimônias.

Como que compensando os pecados do passado, como atrasos e encrencas diversas, os Guns N’ Roses fizeram um longo e cansativo show d três hortas. Entre obrigação e diversão, os músicos desfilaram quase todos os sucessos e mais algumas obscuridades.

Para os mais exigentes foi um show protocolar e previsível, quase sem emoção. Para os otimistas, foi tudo muito profissional e sem incidentes, onde os músicos entregaram um bom produto e uma boa diversão.

Esqueçamos o Guns devastador e ameaçador de 1990. Ainda é rock dos bons, mas sem desafios e novidades. Houve versões fortes de “Paradise City”, “Welcome to the Jungle” e “Sweet Child O’Mine.” Foram executadas com vontade, mesmo sem muita emoção, ao contrário de “Movember Rain”, baladão épico que teve boas doses de sinceridade.

Da mesma forma que nunca mais Rolling Stones ou The Who foram viscerais como nas avassaladoras shows dos anos 70, os Guns N’ Roses foram domesticados e e fizeram questão de ficar previsíveis e inofensivos – maios velhos, mais serenos e dispostos a ficar vivos, decidiram que a música deveria prevalecer. Talvez tenha sido melhor assim.

Eu não vi os Guns N’ Roses perigosos e ameaçadores, mas vi uma banda dedicada e esticar um grande legado roqueiro dos anos 80 e 90. Fazia tempo que não me divertia em um show de rock.

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