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 Do site Roque Reverso




O Lollapalooza Brasil 2020 está cancelado. Pela segunda vez no mesmo ano, a organização do evento foi obrigada a adiar o festival que seria realizado em São Paulo no Autódromo de Interlagos por causa do mesmo motivo: a pandemia de covid-19. A informação foi confirmada oficialmente na noite da sexta-feira, 4 de setembro. Com isso, de acordo com a remarcação, o festival não será realizado em 2020, mas em setembro de 2021, interrompendo uma sequência de oito temporadas consecutivas na capital paulista.

Originalmente marcado para os dias 3, 4 e 5 de abril de 2020, o Lollapalooza Brasil já havia sido adiado pelos organizadores, no dia 11 de março, para dezembro do mesmo ano, nos dias 4, 5 e 6. Agora, as novas datas definidas são os dias 10, 11 e 12 de setembro de 2021.

As bandas Guns N’ Roses e The Strokes haviam sido mantidas como headliners do evento no primeiro adiamento oficial. No comunicado da sexta-feira, porém, não há confirmação desses nomes, e sim a informação de que haverá um “novo line-up” para ser confirmado.

Um alento para os fãs do Guns N’ Roses é que a banda, horas depois da confirmação do adiamento do Lollapalooza Brasil, confirmou em nota o cancelamento da turnê de 2020 pela América do Sul, mas destacou que está trabalhando junto com organizadores para uma nova turnê pela América Latina.

No comunicado da organização do Lollapalooza sobre o cancelamento, a informação é de que estão sendo seguidas as orientações das autoridades de saúde nacionais. E que os ingressos para 2020 continuam válidos para as novas datas.

“A gente amaria fazer mais um festival inesquecível nesse ano, mas a segurança dos fãs, artistas, parceiros, equipe e comunidade continua sendo nossa maior prioridade”, escreveram os produtores. “Agradecemos a paciência de vocês durante todo o processo. Estamos tristes por não podermos estar no 9º festival anual em 2020, mas o encontro permanece vivo, agora em 2021.”

E acrescentaram: “Estamos animados para compartilhar um novo line-up e mais informações assim que possível. Enquanto isso, continuem se cuidando e cuidando dos próximos. Nos vemos em 2021!”

O término do comunicado desagradou muita gente nas redes sociais, já que os organizadores soltaram a seguinte frase: “Quem não puder ir ao festival nas novas datas pode solicitar o valor do ingresso em créditos com validade de 12 meses, utilizáveis em qualquer evento produzido pela T4F, de acordo com a lei nº 14.046.”

Vale destacar que a lei, sancionada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, em 20 de março de 2020, trata do adiamento ou cancelamento de eventos, serviços ou reservas nos setores de cultura e turismo devido à pandemia de covid-19.

Caso o evento, serviço ou reserva já feitos sejam adiados ou cancelados, incluindo shows e espetáculos, a empresa vendedora fica desobrigada a reembolsar o consumidor. Isso desde que assegure a remarcação do evento, serviços ou reservas, ou disponibilize um crédito para uso ou abatimento na compra futura para outros eventos, serviços ou reservas.

As negociações, de acordo com a nova lei, devem ocorrer sem qualquer custo adicional ao consumidor, em qualquer data a partir de 1º de janeiro de 2020, tendo o consumidor até 120 dias para tomar sua decisão a partir da comunicação do adiamento ou cancelamento dos serviços. O mesmo se dará caso falte 30 dias ou menos para o evento adiado ou cancelado, “o que ocorrer primeiro”.

Segundo a lei, o consumidor poderá usar o crédito a que tem direito em até 12 meses, a partir do encerramento do estado de calamidade pública, previsto para durar até 31 de dezembro de 2020. Devem ser respeitados os valores e as condições dos serviços originalmente contratados, e o prazo de 18 meses, após o estado de calamidade pública, para a realização do evento ou do serviço adiado.

A empresa responsável pelo evento ou o prestador do serviço deverá restituir o valor recebido ao consumidor no prazo de um ano, a partir do fim do estado de calamidade pública, apenas se não houver a hipótese de remarcação ou de disponibilização do crédito ao consumidor.

Com os ingressos bastante salgados do Lollapalooza Brasil 2020, muita gente torceu o nariz para esta ideia de crédito, já muitos que querem ver os artistas prometido para 2020, e não outro show.

Lista original

Além do Guns, do Strokes e Travis Scott, outros headliners originais do festival marcado para abril no Brasil eram Lana Del Rey, Martin Garrix e Gwen Stefani.

Completavam a lista as seguintes atrações: Armin Van Buuren, Vampire Weekend, Cage The Elephant, James Blake, The Lumineers, Brockhampton, Alan Walker, Illenium, Rezz, Lp, Rita Ora, Kacey Musgraves, Rex Orange County, Madeon, Chris Lake, A Day To Remember, Charli Xcx, City And Colour, Perry Farrell’s Kind Heaven Orchestra, R3hab, King Princess, Hayley Kiyoko, Jaden Smith, Lauv, Pabllo Vittar, Emicida, Djonga, Kali Uchis, Silva, Cat Dealers, Chemical Surf, Rashid, Denzel Curry, Ajr Victor Lou, Goldfish, Fresno, Evokings, Fancy Inc, Jão, San Holo, The Hu, Ashibah, Mika, Fractall X Rocksted, Idles, Yungblud, Terno Rei, Clarice Falcão, Menores Atos, Wallows, Two Feet, Masego, Mc Tha, Boombox Cartel, Jetlag, Beowülf, Barja, Fatnotronic, Malifoo, Edgar, 509 -E, Wc No Beat & Ludmilla & Kevin O Chris & Haikaiss & Filipe Ret & Pk & Felp 22.

Agora, resta saber mais para frente se esses nomes ou boa parte deles será mantida, o que é pouco provável.

8 edições consecutivas

A edição de 2020 seria a nona consecutiva do Lollapalooza em São Paulo e a sétima seguida no mesmo local.

O primeiro Lollapalooza no Brasil aconteceu em 2012, quando a grande atração foi o ótimo show do Foo Fighters. Em 2013, o festival contou com apresentações memoráveis do Queens of The Stone Age e do Pearl Jam. Em 2014, também ficaram marcadas apresentações como as do Soundgarden, New Order e do Arcade Fire.

Em 2015, para quem gosta de rock n’ roll, o festival teve uma menor oferta do estilo que em anos anteriores. Com um grande avanço de atrações dançantes e mais pops, alguns dos melhores shows do rock foram os do lendário Robert Plant e do Smashing Pumpkins.

Em 2016, o rock foi um pouco mais prestigiado e recuperou parte do terreno perdido no ano anterior. Entre os vários shows bacanas do Lolla, mereceram maior destaque os do Alabama Shakes, de Noel Gallagher, do Tame Impala, do Bad Religion e de Florence and The Machine.

Em 2017, Metallica e Strokes foram os headliners do festival, sendo que a banda norte-americana de thrash metal fez um grande show e foi a principal responsável pela quebra do recorde de público do festival. Foram 190 mil pessoas nos dois dias e 100 mil só na noite do Metallica, que, apesar do credenciamento negado ao Roque Reverso pela assessoria de imprensa do Lolla, teve seu excelente show registrado em resenha aqui.

Em 2018 e 2019, este veículo de imprensa não conseguiu fazer a cobertura, novamente porque teve a credencial negada. Em 2020, a gente jura que não foi praga nossa.