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 Marcelo Moreira

– Surpreendente e inusitada a parceria entre Mick Jagger e Dave Grohl em uma canção muito bacana. Os dois lançaram nesta semana a faixa “Eazy Sleazy”, uma música que certamente lembra muito mais a fase boa dos Rolling Stones do que as mais recentes inéditas da banda. Escrita e gravada no esquema colaborativo, por conta da pandemia de covid-19, teve Grohl tocando baixo, bateria e guitarra solo, além de vocais secundários, com Jagger tocando guitarra base e fazendo os vocais principais. Rock de primeira qualidade, tem uma letra bem feita, apesar de meio bobinha, sobre as agruras que todos estamos passando na pandemia ficando em casa. O cantor dos Stones e o líder dos Foo Fighters mostraram excelente entrosamento e deram a entender, nas redes sociais, que a parceria pode render outros frutos. Prestes a completar 78 anos, Jagger espanta ainda mais ao demonstrar grande vitalidade e que ainda tem o poder de compor música cativante e moderna, fugindo dos clichês e do comodismo que sua banda anda mergulhada. Ele já havia demonstrado isso em “Living in the Ghost Town”, primeira música inédita dos Stones em muitos anos, lançada no ano passado. Quanto a Dave Grohl, ele se mostra um cara abençoado por trabalhar com mais um dos deuses do rock, revelando sua total devoção ao gênero e que é um dos grandes astros surgidos desde os anos 90. É tão gigante quanto Bono, do U2.

– Nas comemorações dos 50 anos do lançamento de “Aqualung”, clássico dos clássicos do rock, o Jethro Tull lançou um vídeo extraordinário para a música-título do álbum, feito todo por animação. Com suas turnês canceladas pela covid-19, a banda mergulhou fundo na efeméride e tem se dado bem, a julgar pelos bons resultados nas plataformas digitais. Ian Anderson, o vocalista, flautista e líder do Tull, declarou recentemente que o novo interesse pelo trabalho cinquentenário é mais uma prova da vitalidade que o rock tem. O clipe guarda alguma semelhança com o da canção “Brothers in Arms”, do Dire Straits, lançado em 1985, mas mas tem a tecnologia a seu favor, criando paisagens soberbas e respeitando bastante o roteiro baseado na música escrito pelo próprio Anderson.