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Marcelo Moreira

Está ficando um pouco mais complicado entender o mercado musical e o de artes em geral na terceira década do século XXI, mas começam a surgir alternativas interessantes e diferentes para que artistas possam ganhar algum dinheiro com suas obras no tempo em que (quase) tudo ficou de graça na internet.
O  NFT (non-fungible token, algo como um contrato virtual que valida uma produção original) é uma modalidade que promete revolucionar a forma como ouvimos e consumimos música (outra revolução?????????).
O assunto é importante é necessário que especialistas nos digam os principais conceitos dessa nova modalidade, esclarecimentos que dizem respeito a “coisas” anteriores ao NFT.
Vamos recorrer então a Lalai Persson, do site Music Non Stop

– Fungível: termo que estabelece que é algo que se gasta, que se consome após o uso. É passível de ser substituído por outra coisa da mesma espécie, qualidade, quantidade e valor.

– Blockchain: Um blockchain (bitcoin é um blockchain) é um tipo especial de banco de dados onde os dados podem ser apenas adicionados (não podem ser removidos ou alterados). Como o nome já diz, um blockchain se assemelha a uma cadeia de blocos – esses blocos são fragmentos de informações adicionados ao banco de dados. Cada bloco retém um indicador para o bloco anterior e geralmente contém uma combinação de informações de transação, registros de data e hora e outros dados para confirmar sua validade. Como estão vinculadas, as entradas não podem ser editadas, excluídas ou modificadas de qualquer forma, pois isso iria invalidar todos os blocos seguintes (explicação tirada de Academy Binance)
A sigla NFT significa, portanto, “token não fungível”, ou seja, algo que não se troca. A comparação mais básica é o NFT ser equivalente uma obra de arte, como a Monalisa. Ela é única, não é divisível e só tem uma. 
Este token (NFT) é o certificado digital (equivalente a escritura como falei acima) da Monalisa que garante que ela é a original. É ele quem garante posse e autenticidade no que foi comprado.

O NFT pode ser qualquer coisa: Uma música, um tweet, um vídeo, um gif, uma foto, um par de tênis virtual, um projeto arquitetônico, enfim, qualquer coisa passível de venda. A analogia com uma escritura de um apartamento, no texto de Persson no site listado acima, é bem interessante.

 “Por que eu vou pagar por algo que tudo mundo ter de graça, seja uma imagem ou música?” Lalai Persson explica direitinho. “É o conceito da posse. Todo mundo pode tê-la, mas a original poucos têm e quem tem, sabe que tem. Mas claro que é possível criar obras e experiências únicas que só quem c compra pode ter, como um meet & greet, um show particular ou o que a criatividade do artista levá-lo a criar.”
Tudo ainda muito novo e um pouco difícil de conceituar, quanto mais explicar e aplicar no mercado. O Maurício Gaia, integrante do Combate Rock e nosso diretor de tecnologia, explicou de forma rápida o conceito no nosso programa número 83 na gestão Dublab. Escute lá.
Sem perder muito tempo, várias empresas no mundo já está estão mergulhando neste novo mundo que promete gerar fundos e lucros. No Brasil, a primeira a aparecer foi a Phonogram.me, “que convida o público a investir em seu artista favorito, assim como ocorre em uma bolsa de valores”, segundo o texto de apresentação da novidade.
De acordo com o serviço oferecido, a startup permite que qualquer pessoa adquira um fonograma e receba os royalties quando ele é executado, por exemplo, rádio,no streamming, em um evento e até mesmo em um programa de televisão. 
A plataforma ainda permite que a conexão com músicos, colecionadores e investidores, por meio de um “catálogo poderoso e aprofundado das mais variadas vertentes musicais”.
Os viciados em tecnologia e em exclusivismo – ou individualismo – ficaram exultantes quando a Phonogram.me prometeu estender as possibilidades de aquisição das cotas em e criptomoedas ou em reais.  

A novidade apresentada pela Phonogram.me no Brasil acompanha o mercado internacional que tem voltado sua atenção ao NFT, selo que garante autenticidade digital e está em alta no mercado das artes, ganhando aderência pelo mundo.

O serviço é o primeiro stockmarket musical da América Latina nesta categoria e foi criado pelos sócios Lucas Mayer e a designer Janara Lopes. Além deles, estão associados ao projeto o publicitário e diretor de criação Felipe Cury, o advogado especialista em direito autoral, Filipe Tavares e Guido Malato, dono da Gmalato, empresa brasileira especializada em blockchain.

“Somos pioneiros em trazer esse formato de comercialização de fonograma do Brasil e ficamos muito felizes de participar deste marco de uma nova indústria que se inicia no país”, explica Janara Lopes.

Lucas Mayer, que é produtor musical explica: “O Phonogram.me vem para valorizar o âmbito da música gerando monetização a cada player, compartilhamento e reprodução. Por meio desse serviço será possível adquirir os direitos de um fonograma ou comprar parte dele e de vários outros. Além disso, o senso de comunidade dentro da plataforma é muito grande, visto que além de um gerador de renda, é possível tornar-se uma gravadora ou até investir na carreira de um artista”.