Marcelo Moreira
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| Detonautas Roque Clube (FOTO: DIVULGAÇÃO) |
Os Detonautas Roque Clube não estão aliviando para o mundo bolsonaro. Seus dois singles lançados em 2020 foram direto na ferida da incompetência administrativa do atual governo e nas suspeitas de corrupção que afetam a família presidencial.
“Carta ao Futuro” é uma alegoria sobre a ameaça à democracia ao Brasil e sobre todos os retrocessos que ocorreram no país desde 2019, quando Jair Bolsonaro assumiu; “Micheque” é uma sátira ao fato de que a primeira-dama Michelle Bolsonaro não explica o porquê de ter recebido R$ 89 mil em sua conta do ex-assessor parlamentar de um enteado – Fabrício Queiroz está preso por envolvimento no escândalo das rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde trabalhou para o então deputado estadual Flávio Bolsonaro, filho do presidente.
“Mala Cheia” é o terceiro single e pega bem pesado – como deveria ser – com os falsos cristãos e pastores mentirosos de seitas que enganam as pessoas. Não por coincidência, a imensa maioria desses pastores apoia o mundo bolsonaro.
De longe a banda de rock mis engajada e ativa contra os desmandos e as tendências autoritárias e fascistas do atual governo, Detonautas foi “denunciado”, digamos assim, por Michelle à Polícia Federal por conta da música “Micheque”. A instituição ainda não decidiu se indicia a banda e os autores da música e a primeira-dama também não decidiu se pretende processar a banda.
“Nosso objetivo é exaltar a figura e a palavra de Jesus Cristo, que pregava a paz, a união, o amor e a caridade. Não estamos contra nenhuma religião, mas nossa referência para Mala cheia é a passagem da bíblia, onde está escrito: “A minha casa será casa de oração, mas vocês fizeram dela um covil de ladrões”, diz Tico Santa Cruz, o vocalista, nas redes sociais e em declaração reproduzida pela revista IstoÉ.