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Fleesh (FOTO: DIVULGAÇÃO) 

Um multi-intrumentista obcecado por notas e timbres perfeitos, com o suporte de uma voz angelical, sensacional, graciosa e harmoniosa, que tempera clássicos do rock de uma forma poucas vezes vista.

Já faz tempo que Gabby Vessoni e Celo Oliveira fazem sucesso na internet e mostraram excelentes credenciais em um raro show ao vivo, no Carioca Progfest 2019. E então o Fleesh continua explodindo a internet, mas mantendo um certo mistério.

A dupla carioca existe há quase dez anos, com CDs autorais e tributos a bandas maravilhosas, como às britânicas Genesis e Marillion e um ao Rush, que é estupendo.

Vendo os vídeos no YouTube parece que tudo é simples e fácil, o que é uma injustiça com Oliveira, que toca tudo e mais um pouco, com a presença de alguns amigos de vez em quando, sobretudo no baixo e na bateria.

Perfeccionista, Celo Oliveira é guitarrista de origem e um instrumentista fascinado por David Gilmour e Steve Rothery (Marillion) a ponto de reproduzir nota e timbres dos dois músicos britânicos. São sublimes as versões que o Fleesh fez de “Comfortably Numb”, do Pink Floyd, e de dois clássicos com Marillion – “Script For a Jester’s Tear” e “Season’s End”.

Gabby Vessoni é um achado em todos os sentidos. Sem forçar a voz, imprime de tal maneira sua personalidade às versões que, em muitas vezes, as melhora ou as engrandece. É como se Annie Haslam, a maravilhosa vocalista do Renaissance – que tocará no Brasil em breve – tivesse nascido em Ipanema.

Sua voz é doce, maleável e perfeitamente adaptável ao que a música do momento pede. Afinadíssima, evita abusar do “dom” celestial que tem ao cantar, mas o som que sai de sua garganta é irresistível: emociona ao cantar coisas distintas como “Red Rain”, de Peter Gabriel, “Sometimes You Can’t Make It n Your Own”, do U2, “Catch the Rainbow”, do Rainbow, e “Nights in White Satin”, do Moody Blues”.

Ao vivo, o Fleesh dá uma aula de rock progressivo, com as emocionantes “What I Found”, com seu clima que remete a Genesis de 1971, “Echo”, que emula Yes, e “Frankenstein”, com toques de Renaissance e King Crimson. 

O DVD “Live at CaRIOca Progfestival 2019” coloca a banda em patamares elevados, com Gabby comandando um show intimista, mas eficiente e muito bacana. é mais uma peça irresistível do arsenal da banda, a venda no site oficial. 

Como é um som diferente e, por enquanto, quase restrito a um nicho dentro do próprio rock, é raro que o duo se aventure para fora do Rio de Janeiro, o que não deixa de ser um grande desperdício diante de tamanho talento e qualidade. 

Que a situação mude e que os novos ventos pós-pandemia possam iluminar as trevas neste país e fazer com que coisas como o Fleesh alcem voos maiores e possam espantar o clima pesado que domina o Brasil na era bolsonarista terrível. Ouvir Fleesh é absolutamente necessário para melhorar os nossos dias e nossas vidas.

Para saber um pouc mais sobre o Fleesh, clique aqui para ler uma entrevista concedida em 2020 ao sitte Roadie Metal.