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Fazer rock ao meio-dia para as pessoas dançarem não é tarefa fácil, ainda mais se o local oferecer inúmeras opções gastronômicas. Rockabilly? O que é isso? É coisa velho…

Uma banda da região de Campinas (SP) encarou o desafio em um festival de cerveja em Santo André (SP) no meio de maio, no estacionamento da prefeitura. O frio congelante deu uma amenizada por conta de um solzinho insistente, mas o trio subiu ao palco e colocou o povo para dançar.

A Old Chevy nunca negou que suas pretensões eram homenagear Stray Cays, Brian Setzer Orchestra e os mestres do rock and roll dos anos 50, de Eddie Cochran a Gene Vincent, passando por nomes como Chuck Berry e Little Richard.

Só que a coisa ficou séria e o rockabilly dos três ficou mais sofisticado, com direito a canções autorais e versões muito legais para outros subgêneros, como “Walk of Life” (Dire Straits), “Tainted Love” (Soft Cell” e “La Grange” (ZZ Top).

Não era muitos os que conheciam o Old Chevy, mas uma hora de música boa foi o suficiente para que a frente do palco lotasse e se transformasse em uma pista de dança concorrida. Até as crianças se divertiram, mesmo não fazendo ideia – e nem questão – de saber o que estava acontecendo.

Old Chevy em Santo André, na Grande São Paulo (FOTO: MARCELO MOREIRA)

Com dois CDs e um DVD ao vivo no currículo, o trio campineiro começa a retomar as atividades e já prepara um novo salto, a segunda turnê europeia non final deste ou ano ou começo de 2023.

“Não há como não se orgulhar do que fazemos ao ver muita gente com nossas camisetas e dançando em pleno sábado de sol. Creio que estamos no caminho certo”|, comemorou o guitarrista e vocalista Simon Lira.

A banda existe desde 2010 e nunca pensou em mudar de estilo, mesmo sabendo que o rockabilly é mais restrito e com a pecha de “música de velho”. Entretanto, é um nicho de mercado pouco explorado e que frequentemente surpreende o público.

As recentes colaborações com o Biquini, antigo Biquíni Cavadão, representaram uma nova fase da trajetória do grupo. Já são duas canções registradas com a participação da banda carioca e, principalmente, do cantor Bruno Gouveia.

“A receptividade foi enorme, uma coisa que dão certo que mostra que nem ma pandemia é capaz bater a música”, celebra o baterista e vocalista Bruno Ienne, falando a respeito das músicas “Janaína” e “É Verdade Esse Bilete”.

A missão dura de sempre do trio é encaixar cada vez mais canções autorais ou diferentes no repertório coalhado de versões adaptadas de grandes músicas do passado e do futuro, entre elas uma clássica e interessante versão para “You Never Can Tell”, de Chuck Berry.

“Aqui no Brasil ainda persiste a cultura da preferência por versões, os chamados covers, para que chamemos a atenção. Em nossa primeira viagem à Europa, em 2019, era o contrário. No máximo três versões e o resto era de nossas músicas. É quase uma exigência por lá. Mas o importante é tocar e agradar”, arrematou o baixista Lê Bellotto.

O único álbum autoral da banda por enquanto é “On the Run”, uma coleção bem bacana de temas variados, mas com um milho de Stray Cats em todas as músicas. “Heritage” é o disco de versões, um tributo a vários artistas, todos disponíveis nas plataformas digitais e no site da banda – www.http://oldchevy.com.br.