Palco do festival punk de São Bernardo (FOTO: COLETIVO ROCK ABC/REDES SOCIAIS/DIVULGAÇÃO)
“Não vamos tocar músicas novas porque a gente ainda aprendeu a tocá-las.” Foi assim que João Gordo, do Ratos de Porão, praticamente se despediu do show no ABC neste final de semana em um festival dedicado á música punk – e a muitos protestos.
A Chácara Silvestre, em São Bernardo do Campo, já tinha recebido um evento muito legal de metal fechado pelo Korzus e desta vez, no dia do Trabalhador, recebeu mais de 6 mil pessoas para assistir a cinco bandas em tarde quente e ensolarada.
Os Ratos de Porão foram a principal atração do dia e fizeram um baita show, com muita energia e pancadaria. Pena que frustrado muita gente que queria ouvir ao menos uma música do novo disco, que sai em breve.
“Necropolítica” promete uma saraivada de golpes contra a hipocrisia, o fascismo e a política necrosada que sustenta um governo espúrio e nefasto como o de Jair Bolsonaro.
Os protestos contra o governo federal deram o tom em todas as apresentações, que começaram ao meio-dia. A banda de João gordo representou o ápice, com muito Fora, Bolsonaro” e brados em favor da democracia e, quem diria, em apoio ao Judiciário vindo de um público rebelde majoritariamente de esquerda.
Em set enxuto, os Ratos mostraram que ainda são uma banda relevante e desfilaram clássicos que estremeceram a chácara, como “Amazônia Nunca Mais”, “Crucificados Pelo Sistema”, “Beber Até Morrer” e mitos outros. Foi show meio “chutadão”, como costumam ser os do quarteto, e lavaram a alma do mundo punk.
O outro destaque da tarde foi o Asfixia Social, que está prestes a encarar uma turnê europeia com várias datas. É punk rock mais direto e tradicional, sem tanto peso, como o Ratos de Porão imprimiu em sua apresentação quase heavy metal e agradou em cheio o pessoal que estava com a “faca nos dentes”: o viés social e de protesto domina o repertório.,
A banda Punho de Mahin, formada por músicos negros, também agradou muito, com seu som engajado e a negritude transbordando por todas as notas. É uma banda nova que está chamando a atenção pelo som cru e acelerado. Também tocaram no festival as bandas Santa Muerte e Falange.
