Coragem para dar uma virada na vida, enfrentar o melhor amigo e impor a sua vontade. Aos 24 anos, era a sua última chance de atingir o sucesso, e acertou em cheio a sua bala de prata. Foram raríssimos os casos parecidos, o que torna Ritchie Blackmore um dos personagens mais icônicos do rock.
O guitarrista inglês apaixonado por blues estava angustiado com o tempo passando e os amigos se dando bem, menos ele e seus companheiros de Deep Purple, uma banda que começou como u grupo psicodélico e de rock progressivo. Ao tomar as rédeas do grupo, mudou a sua história e s tornou um deus do rock pesado.
Aos 80 abis e praticamente aposentado, ele se delicia ao ver a carreira solo da mulher, a cantora Candice Night, decolar com um novo álbum e, de vez em quando, reunir amigos em sua casa de campo, nos Estados Unidos, para tocar música renascentista. Deep Purple e Rainbow, seus grupos de rock pesado, estão enterrados em um passado distante.
Assim como os contemporâneos da grande Londres Ritchie Blackmpre era um filho imediato da geração que se livrava da II Guerra Mundial e começava a descobrir o blues americano e o rock na década de 1950. Exímio guitarrista ainda jovem, passou por cintáveis bandas e duelou muitas vezes com futuros amigos, como Eric Clapton e Jeff Beck, que tinham a mesma idade. Também cruzou algumas vezes com Jimmy Page, então considerado o mais brilhante músico de estúdio do começo dos anos 1960.
Aproveitando o caminho aberto pelos Beatles na Alemanha anos antes, Ritchie passou algumas temporadas por lá tocando rock em várias bandas – teve um breve casamento na época, que rendeu um filho, Jurgen R. Blackmore, também guitarrista e produtor. Foi lá que conheceu muita gente e se tornou amigo de muitos companheiros com quem tocaria no futuro.
Exasperado com falta de progresso na carreira e com 22 anos, teve de voltar a Londres para recomeçar tudo e logo mergulhou na psicoldelia ao lado de dois grandes amigos, o maestro Jon Lord, tecladista, e o jovem prodígio Ian Pai, baterista gênio que tinha origem no jazz.
O Deep Purople surge em 1967 completado por Nick Simper, baixista, e Rod Evans, o vocalista. Os Beatles eram a base do repertório, que foi logo caindo para o rock progressivo. A banda tinha mais prestígio do que público, vendendo menos do que bandas mãos pop e menos qualificadas. Depois de três álbuns em dois anos, estava na hora de mudar. E então Ritchie peitou o amigo Jon Lord.

Era 1969 e ele dera ultimato aos amigos: chega de rock progressivo. A onda era abraçar o rock pesado, com estavam fazendo Led Zeppelin, Jeff Beck Group e The Who. Simper e Evans foram demitidos e a banda Episode Six foi “canibalizada”. As chegadas de Ian Gillan (vocais) e Roger Glover (baixo) e etão a banda decolou.
Por quatro anos o Deep Purple ombreou os maiores nomes do rock e lançou discos maravilhosos como “Fireball”, “Machine Head” e “In Rock”. Blackmore era sinônimo de guitarra de rock, principalmente depois do sucesso mundial de “Smoke on the Water”,com seu riff mais tocado de todos os tempos.
O sucesso trouxe a egolatria e os comportamentos e posturas questionáveis pelos amigos e companheiros. Despótico, provocou a expulsão de Gillan e Glover do Deep Purple em 1973. Os substitutos, David Coverdale (vocais) e (Glenn Hughes (baixo e vocais) também sofreram, mas conseguiram resistir e fazer com que Blackmore saísse de sua cria em 1075.
O guitarrista precisou se reinventar com a banda Rainbow ao lado do vocalista americano Ronnie James Dio e retomou o sucesso com três discos maravilhoso. Com a saída de Dio, bem 1979, o Rainbow perde força, obrigando-o, a contragosto, comas tratativas de volta da formação clássica do Deep Purple, o que ocorreu em 1984.
Deu certo, mas não durou mito. Blackmore brigou novamente com Gillan,que sai em 1989para voltar em 1993.No ano seguinte, Blackmore briga Gillan, Glover e Lord e abandona o Deep Purple definitivamente. Ressuscita o Rainbow em 1996, mas o projeto dura um ano. E então ele dá nova guinada na carreira.
Então recém-casado com uma cantora americana depois de longo namoro, decidiu mergulhar ns estudos de música clássica e, ao lado da amada, Candice Night, criou Blackmore’s Night, qu travestia músicas inéditas com roupagem renascentista e medieval. E deu muito, muito certo- são mais de dez CDs e DVDs, além de incontáveis turnês em castelos pela Europa.
Mais sociável e menos briguento, descarta qualquer possibilidade de reunião de celebração com o Deep Purple. Longe do rock, fez uma [única concessão nos últimos 28 anos – uma breve turnê com formação diferente do Raibbow entre 2016 e 2016. Satisfeito e realizado, o mestre britânico da guitarra pesada exibe um dos cartéis mais impressionante do mundo artístico. É simplesmente impo0ssível medir o tamanho de sua importância parava música ocidental,