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  • Frejat é a nova vítima da empáfia truculência estrangeira

    Mais uma da série “aconteceu de novo no rock nacional”: artista local é atrapalhado/expulso do palco por equipe/produção de estrela gringa. E depois tudo fica por isso mesmo,

    Aconteceu com o Ratos de Porão, no Knotfest deste Ano, que teve de tocar no escuro devido a “problemas técnicos”, e agra a vítima foi o guitarrista Roberto Frejat, que abriu o show único de Lenny Kravitz no Brasil, no Allianz Parque, em São Paulo.

    Ele tocava a última música quando se surpreendeu com todos os equipamentos desligados no meio da execução. Em seguida, recebeu “ordens” de deixar imediatamente o palco, segundo testemunhas. Foram ordens da produção de Kravitz, que se incomodou com o suposto atraso de Frejat. Não houve ´pedido de desculpas.

    Nas redes sociais, Frejat foi educado, mas se mostrou indignado com o comportamento dos técnicos estrangeiros e cobrou mais respeito aos artistas brasileiros.

    “Indignado com o desrespeito que sofri ontem no fim do meu show de abertura da apresentação de Lenny Kravitz no Allianz Parque em São Paulo, venho agradecer o carinho e o apoio do público presente que aplaudiu e cantou em cena aberta a canção que estava sendo tocada, essa que seria a ultima do meu show. Agradeço também todas as postagens de apoio e indignação pelo ocorrido. Muito obrigado de coração. A gente se vê por aí.”

    Não vai acontecer nada e novos casos ocorrerão porque os produtores/contratantes brasileiros se submetem às estapafúrdias exigências das estrelas estrangeiras e se calam diante do desrespeito e da má conduta de suas equipes técnicas. Acontece em shows de nomes de grande porte e também em festivais diversos.

    Por mais indignados que fiquem, os brasileiros que aceitam abrir os shows internacionais precisam suportar essa situação vexatória sob risco de boicotes futuros. É inacreditável que artistas como Frejat, com mais de 40 anos de estrada e uma instituição roqueira nacional, seja submetido a tal postura deplorável de gringos que mantém atitude colonizadora.

    Neste ponto, é sempre bom lembrar e aplaudir a reação de músicos e assistentes da banda Ultraje a Rigor quando foram vítimas de ataque da produção do cantor inglês Peter Gabriel em uma edição do festival SWU no interior de São Paulo.

    Os gringos tentaram interromper o show dos brasileiros e houve briga generalizada no palco, com os ingleses levando a pior. No dia seguinte, Gabriel, a contragosto, emitiu uma nota lamentando os incidentes e pedindo desculpa pela postura de seus funcionários.

    Será que a única maneira de garantir um tratamento digno e respeitoso e ir à Justiça contra os produtores nacionais que contratam os artistas para a abertura de espetáculos internacionais e festivais?