Escolha uma Página

Tim Owens é um daqueles caras que tiraram a sorte grande, mas que iram essa “sorte” se tornar um calvário e um peso para o restante de sua vida. Quem diria que cantar no Judas Priest seria a sua perdição – da mesma forma que ocorreu com Blaze Bayley no Iron Maiden?

O cantor norte-americano volta ao Brasil e à América do Sul pra uma rápida turnê. Vem sozinho e será acompanhado pela banda paulistana Trend Kill Ghost, que faz a abertura dos shows e depois serve de suporte para o cantor.

Vocalista da desconhecida Winter’s Bane, Owens também cantava em uma banda que fazia versões de canções do Judas Priest. Nunca escondeu ser essa a banda de sua predileção e Rob Halford a sua maior influência.

Como no conto de fadas dos sonhos de todos os roqueiros, o cantor semiprofissional um dia levou um susto quando recebem um telefonema do escritório que administrava a carreira do Judas.

De alguma forma, uma fita de videocassete tosca com um trechos de shows do Winter’s Bane e da banda cover do chegaram na Inglaterra e todos ficaram impressionados com a performance de Owen. Foi convidado para fazer um teste e agradou de imediato. Fazia quase cinco nos que Halford tinha saído e as buscas por um novo cantor esbarravam em vários problemas. Owens parecia ser a solução.

Ninguém acreditava que aquele cara corpulento e voz enorme não tinha estourado como artista solo ou em uma banda grande. Era a voz perfeita para o Judas Priest, que quase contratou o alemão Ralf Scheepers, do Gamma Ray e do Primal Fear. Tim Owens era muito bom no palco, tinha um voz potente e alta e sabia melhor as músicas da banda melhor do que os próprios integrantes.

O conto de fadas do menino que sonha em cantar na banda favorita virou filme em Hollywood com produção de George Clooney, entre outros. “Rock Star” foi estrelado Mark Wahlberg (quer foi cantor de rap na adolescência) e Jennifer Aniston. O Judas Priest se associou ao projeto no início, mas houve discordâncias em relação ao roteiro e a banda se retirou.

Owens cantou em dois álbuns de estúdio e em dois ao vivo por quase seis anos, com bons resultados artísticos e de vendas, mas nada que se comparasse ao passado, com Halford. E, assim como ocorreu com Bayley no Iron Maiden, uma grande parcela dos fãs nunca aceitou a saída do antigo vocalista.

Ele parecia adivinhar que alguém forçaria a barra para a volta do vocalista anterior. Como acontece nestes casos, tudo foi feito na surdina e escamoteado, com Owens descobrindo pela imprensa que havia negociações entre Judas e Halford – exatamenge como ocorreu com Blaze Bayley ao descobrir por terceiros sobre a volta de Bruce Dickinson o Iron Maiden.

Fora do Priest, Owens tentou uma carreira solo e criar uma banda, Beyond Fear, mas acabou como vocalista da banda Iced Earth do guitarrista Jon Schaffer. foram quase cinco anos de uma parceria que rendeu dois discos, mas terminou de forma feia, com uam desavença grande entre os dois músicos.

Curiosamente, Tim “Ripper” Owens repete mais um aspecto da trajetória de Bayley – o profundo e genuíno respeito que goza na América do Sul, com vindas frequentes para turnês tendo músicos locais como suporte. Estupendo artista e cantor, é mais uma oportunidade para vê-lo de uma forma bem, acessível, que infelizmente não faz jus a sua qualidade e importância.

O Trend Kill Ghosts também será a banda suporte para Ripper e contará com os convidados especiais Marcus Dotta (Warrel Dane/ Gaijin Sentai) e Johnny Moraes (Warrel Dane/ Hevillan).  O primeiro show é no Manifesto, em São Paulo, neste sábado, 2 de julho. já iniciou a ‘Until The Tour Rise Again 2022’, e estão prontos para os shows com a agenda cheia que inclui shows de abertura para o U.D.O, Symphony X e Tim “Ripper” OwensO quarteto também é uma das bandas convidadas para abrir o show da banda Myrath.