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Rodrigo Mantovani (esq) com Buddy Guy (FOTO: ARQUIVO PESSOAL/FACEBOOK)

Houve um temo em que era possível assistir, ao vivo, alguns dos melhores artistas de blues em bares legais e interessantes da grande São Paulo. Imagine só entrar em uma unidade da franquia de comida mexicana/tex mex em São Bernardo e dar de cara com um guitarrista estrelado e um baixista monstro em plena noite de uma quinta-feira?

“Será que você pode segurar um pouquinho esse lado do instrumento?”, pediu delicadamente Rodrigo Mantovani, que há tinha embalado o contrabaixo acústico e tentava colocá-lo em um minúsculo carro popular. Era inverno de 2013 e ele acabara de fazer um show para poucas pessoas ao lado do extraordinário guitarrista brasiliense Celso Salim.

O guitarrista voltou para a Califórnia e é um colecionador de prêmios nas sociedades blueseiras dos Estados Unidos, além de ser um parceiro de outro guitarrista brasileiro de prestígio internado Band e acional, o cearense Artur Menezes.

Mantovani, por sua vez, depois de anos com a Igor Prado Band e na banda de apoio da companheira Bia Marchese, transferiu-se para Chicago, onde se tornou baixista da premiada Nick Moss Band.

Além dos prêmios, o baixista brasileiro coleciona elogios pelos Estados Unidos e o reconhecimento de instrumentistas de todas as vertentes. E então veio o mestre Buddy Guy, o último dos mestres da era do blues vivo e altivo com seus 85 anos de idade.

Celso Salim (esq.) e Rodrigo Mantovani em 2013 (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Mantovani dividi o palco om a divindade do blues em Chicago, mais uma prova da qualidade e do prestígio do músico brasileiro, que teve de suportar meses de inatividade por conta da pandemia de covi-19.

Talentoso, perseverante e criativo, é reconhecido como um dos músicos do primeiro time do blues os Estados Unidos e também na Europa, onde costuma colaborar com o guitarrista dinamarquês Big Creek Slim, que morou por anos no Brasil e tem sólida carreira discográfica.

Naquele restaurante mexicano em São Bernardo do Campo, sem divulgação alguma, Mantovani e Salim participaram de um projeto piloto que infelizmente não prosperou.

A ideia era recriar o jazz e o blues semanais no ABC que foi popularizado anos antes pela casa Jazz & Blues, em Santo André. Gente maiúscula do blues acompanhou a dupla ali, como Sílvio Alemão (baixista da Irmandade do Blues) e os gaitistas Little Will e Ivan Marcio.

“A experiência de trabalhar nos Estados Unidos com músicos renomados é indescritível. Não é apenas questão de reconhecimento. É uma forma de abrir um mercado para músicos talentosos de toda a América Latina”, disse o baixista em entrevista ao Combate Rock recentemente.

Celso Salim (esq), Little Will (centro) e Sílvio Alemão tocando em São Bernardo em 2013 (FOTO: MARCELO MOREIRA)