Marillion foi, há 40 anos, o último sorpo do rock progressivo no topo das paradas

Marcelo Moreira

Uma das bandas que costumam ser muito odiadas em geral, o Marillion costuma ser contestado até mesmo por fãs do rock progressivo – muitos nunca se conformaram com o viés mais acessível da banda e por uma suposta “emulação” do som do Genesis, uma das influências notórias do quinteto.

Curiosa essa rejeição já que o Marillion tem uma importância histórica dentro da música pop por ser a última atração do rock progressivo a fazer sucesso e ter canções e álbum nas paradas de sucesso de 40 anos atrás

Até hoje as emissoras de rádio de rock clássico de flashbacks têm a “mexo balada” “Kaykeigh” como cavalo de batalha de tanto que tocou na época. É a principal canção de “Misplaced Childhood”, que continua sendo o mais lembrado álbum da banda inglesa.

Quando o quinteto começou a chamar a atenção, em 1981, parecia improvável que se tornasse a última grande notícia do rock progressivo. 

Era um momento em que o subgênero estava em baixa depois da glória da década anterior e a principal banda que o representava era o Asia, supergrupo com ex-membros do Yes, King Crimson e Emerson, Lake and Palmer que apostava em uma misur de rock de arena e música pop – “Heat of the Moment”, um de seus hits, virou trilha sonora de propaganda de cigarros

A sonoridade tentava resgatar os bons tempos de Genesis e Pink Floyd – o guitarrista Steve Rothery é um fã confesso de David Gilnour, do Pink Floyd, enquanto o vocalista Derek “Fish” Dick se apropriava das ideias teatrais de Peter Gabriel, do Genesis.
No entanto, o primeiro álbum, “Script of a Jester’s Tear”, d 1983, surpreendeu com músicas poderosas e uma personalidade que serviu de inspiração para muitas outras bandas.

Ao reciclar as principais características do rock progressivo, Marillion deum uma sobrevida ap subgênero, notadamente ao valorizar a guitarra climática e os teclados vigoroso e de preenchimento total dos ambientes

Surgia, então, o movimento neoprogressivo inglês capitaneado pelo Marilllion, abrindo as portas para Pendragon, Pallas, IQ e, mais tarde, Porcupine Tree, Arena e Glass Hammer (esta americana que soa como inglesa, assim como oSpock’s Beard).

O primeiro álbum continua grandes músicas, assim como o segundo, “Fugazi”, de 1984”, que serviu para colocar a banda nos principais festivas de rock da Europa, mas foi o terceiro disco, “Misplaced Childjhood”, lançado há 40 anos, que colocou o Marillion, no topo. 

De certa forma, é um trabalho conceitua vagamente baseado na infância do vocalista do Marillion, Fish , que foi inspirado por um breve incidente que ocorreu enquanto estava sob a influência de LSD .Nunca mais no rock progressivo conseguiria colocar canções em lugares expressivos nas paradas de qualquer tipo.

Ele liderou a parada de álbuns do Reino Unido, tornando-se o primeiro e único álbum do Marillion a fazê-lo. Permaneceu nas paradas por 41 semanas, a mais longa permanência nas paradas de qualquer um dos álbuns da banda. [

Parecia altamente improvável que uma despretensiosa canção de amor se tornasse um hit mundial e atemporal, mas “Kayleigh”, uma canção de sofrência dedicada a uma cera Jay Lee, explodisse nas rádios. A canção integrava a suíte que abria lado A do LP. Era o meio da tríade composta por “Pseudo Silk Kimono”, “Kayleigh” e “Lavender”, esta última maravilhosa e melhor do que a anterior.

“Kaykeigh” acabou como o principal single por eliminação, pois “Misplacesd Childhodd” não tinha candidatas a hits, ainda que fosse o melhor trabalho da banda até então. “Blind Curve”, “White Feather” e a épica “Heart of Lothian” são excelentes, mas não se encaixavam no perfil radiofônico da época.

A ascensão continuaria com o disco seguinte, também muito bom, “Clutching at Straws”, de 1987, que marcaria também o fim da primeira fase, já que é o último com Fish nos vocais – o vocalista sairia em 1988 para trilhar uma carreira solo acidentada, sendo substituído por Steve Hoggarth, que está até hoje no Marillion.

Compartilhe...