McLaughlin, DiMeola e Lucia: um encontro mágico de guitarras

Com o novo lançamento de John McLaughlim, “live at Montreux Jazz Festival 2022”, é possível também relembrar um dos grandes momentos da música ocorrido em 1981. Três mestres da guitarra e dovioão se juntam em uma trnê executando clássicos eternos e encantando plateias nos Estados Undos e na Europa.

O inglês McLaughlin, o espanhol Paco de Lucia e o americano Al DiMeola fizeram uma série de concertos memoráveis e um deles rendeu “Friday Night in San Francisco. que se tornou imediatamente um clássico do jazz e da música erudita;

O sucesso parecia improvável, mas deu certo. Dois veteranos músicos do cenário internacional aceitaram se unir a um jovem prodígio do jazz para uma turnê que deveria reunir o melhor do rock, do jazz, do blues e da música flamenca, além de traços da música erudita. Mistura inusitada, mas instigante.

Internacionalmente, o grande nome era John McLaughlin, guitarrista inglês prestigiadíssimo na Londres do final dos anos 60 e que foi laureado com a honra de tocar com Miles Davis, experiência que foi fundamental para que criasse a sua Mahavishnu Orchestra, um dos pilares do jazz rock.

Al Di Meola, geniozinho precoce, despontou quando integrou um dream team do jazz fusion, o Return to Forever, ao lado dos ícones Stanley Clarke (baixo), Chick Corea (teclados) e Lenny White (bateria). A partir daí decolaria em uma carreira solo extraordinária.

Paco de Lucia, por sua vez, era muito admirado pelos outros dois e era referência europeia no violão erudito e na música flamenca. Frequentemente foi considerado o instrumentista de cordas mais habilidoso e veloz no segmento de cordas.

Apesar das experiências e currículos diversos, ninguém estranhou quando a turnê americana com os três foi engatilhada.

Especulou-se a respeito dos egos inflados que poderiam colocar tudo a perder, mas isso não ocorreu. Houve muito respeito no palco e uma espécie de pacto de colaboração com cada um ajudando o outro e jogando juntos para um espetáculo marcante.

A maior excentricidade do repertório, que acaba sendo o maior destaque, em minha opinião, é “Frevo Rasgado”, composição do brasileiro Egberto Gimonti, venerado pelos três guitarristas, o que só realça a genialidade do compositor. A canção foi executada de forma brilhante por Lucia e McLaughlin, que a executaram de forma soberba.

Os três juntos, no álbum, só duelaram, digamos assim, na bela “Fantasia Suite”, de Di Meola, onde cada um deu jeito de estraçalhar no instrumento em uma composição que “sugeria” momentos virtuosos. “Guardian Angel”, de McLaughlin, que fecha o disco, foi gravada em estúdio cinco meses depois, já em 1981.

Qualquer disco da Mahavishnu Orchestra e “Friday Night in San Francisco” servem de excelente início para imergir no mundo encantado de John McLaughlin, um guitarrista absolutamente necessário.

Compartilhe...