Uma das boas novidades do rock neste meio de ano é a explosão de bandas de rock integradas por jovens mulheres. O som vai do pop rock ao metal extremo, passando pelo blues e pelo hard rock, s, com destaque em todo o mundo
O machismo e certa misoginia ainda predominam no gênero, mas hoje as garotas tomaram conta do pedaço, dando orgulho às pioneiras Sui Quatro, Fanny, Runaways, Gielschool, Warlock, Vixen e tantas outras que abriram os portões do inferno para elas.
O principal nome dessa nova geração é The Warning, banda mexicana firmada pelas irmãs Villarreal. Autêntico fenômeno positivo da internet, Daniela (guitarra e vocais), Paulina (bateria e vocais) e Alejandra (baixo e vocais) viralizaram aos 14, 11 e 9 anos, respectivamente, em 2014 em vídeos fazendo versões para clássicos do rock.
Des anos e quatro álbuns depois, hoje são as queridinhas dos festivais europeus e agradam até mesmo à galera a que curte som mais pesados – ao vivo o hard rock delas soa intenso e bem enérgico
O mais recente disco, “Keep Ne Fed”, do ano passado, agrega alguns sons diferentes, com arranjos eletrônicos, mas a guitarra frenética e pesada continua dando as caras. a baterista Paulina é um fenômeno de precisão e criatividade..
Outro trio de irmãs ganha destaque neste primeiro semestre. Haim acaba de lançar o álbum “I Quit”, o quarto e melhor trabalho de Alana, Danielle e Este – alana também é atriz,
A banda chamou a atenção no começo do século, quando as garotas eram adolescentes, em um processo semelhante aos das mexicanas. Foram quase onipresentes até 2018, quando reduziram um pouco as atividades e exposição.
Agora trintonas e quase quarentonas, mostram que a maturidade não influenciou negativamente na qualidade das músicas, além de evidenciar que as letras continuam com um humor afiado e boas sacadas nos temas escolhidos.
O novo trabalho é uma mistura de soft rock com um pop sofisticado, com arranjos bons de guitarra e bons vocais. Predominam o bom gosto e o ecletismo, mas com os pés fincados no rock.
O duo irlandês Dea Matrona está prestes a lançar o seu EP acústico após o sucesso do álbum de estreia. A banda foi um trio até 2023, quando a baterista, irmã da baixista, saiu para voltar à faculdade,
O trio de adolescentes causou furor nas ruas de Belfaast, na Irlanda do Norte. De uma hora para outra, sem avisar, montavam o equipamento em uma esquina movimentada e mandavam ver canções próprias e versões inusitadas de clássicos. O sucesso foi imediato e as levou a se apresentar com regularidade na emissora de TV da cidade.

O quinteto Cobra Spell, surgido em Amsterdã, da, e hoje radicado em Barcelona, na Espanha, aparece como um sopro de renovação do hard rock europeu, muito concentrado na Escandinávia. É um som com guitarras 9pesadas e letras bem hum, oradas, com boas sacadas.
Ganhou tanto prestígio que forçou sua líder, a guitarrista Sonia “Anubis” Nsseldser, a deixar a banda brasileira Crypta e focar somente na Cobra Spell, então um projeto paralelo. “666”, o álbum de estreia, contou com a guitarra solo da brasileira Noelle dos Anjos, que não está mais no grupo.
Da Suécia ressurge com nova formação o quarteto Thundermother, liderado pela guitarrista Filipa Nasil. Com mais de dez anos de atividades e existência turbulenta, a banda surfa na mesma praia da Cobra Spell, mas não tão pesada.
É um som calcado nos anos 90, em um hard que mistura AC/DC com estilo californiano, com letras ensolaradas e festivas – como se fosse um Motley Crue do ponto d vista feminino, como é possível perceber no recém-lançado álbum “Dirty & . Divinr”.
Também da Suécia é o trio The Gems, derivado de Thundermoher – as três integrantes saíram em 2022 para criar o novo grupo. Liderado pela vocalista Guernica Mancini, é uma versão mais pop e acessível de sua encarnação anterior, só que as letras são mais elaboradas. É uma concorrente de peso dos grupos anteriores.
Na área do metal extremo, os destaques são três bandas brasileiras. Nervosa começou como um trio em 2010 e trabalhou muito por sete anos para adquirir um prestígio internacional, com várias turnês pelo mundo.
O trio implodiu em 2020 e a guitarrista Prika Amaral teve d se virar para reformar o grupo, que desde então mudou de formação mais duas vezes, com a líder assumindo os vocais atualmente.
Hoje um quinteto baseado na Grécia, tem formação multinacional e é destaque entre as bandas extremas do mundo, com presença quase obrigatória em quase todos os festivais de verão na Europa.
Crypta tem uma trajetória semelhante à The Gems. A baixista e vocalista Fernanda Lira e a baterista Luana Dametto eixaram a Nervosa e o thrash metal em 2020 para mergulhar no death metal.

Com dois álbuns, o quarteto tem grande prestígio nos Estados Unidos e costuma fazer longas turnês pelo Brasil, mas ainda precisa resolver a questão da rotatividade da guitarra solo. A holandesa Sonia Anubis, a primeira, saiu para se dedicar à banda Cobra Spell; sua substituta, Jessica di Falchi, saiu no começo do ano, sendo rendida, temporariamente, por Helena Nagagata.
Assim como Nervosa e Crypta, o trio The Damnnation é de São Pauloe tem a liderança da guitarrista e vocalista Renata Petrlli. É ainda mais furiosa e extrema, coo metras apocalípticas e com forte teor político e de protesto.
E mencionamos ainda mais uma banda de São Paulo, o quarteto de hard rock Malvada, que inicia a carreira internacional com seu recém-lançado segundo álbum pela gravadora italiana Frontiers Music.
São cinco anos percorrendo os palcos do Brasil, que consolidam a transição do hard para o heavy metal de ares europeus, com guitarras de afinação mais baixas e letras mais reflexivas e introspectivas.
Com 18 anos, a americana Grace Bowers é o nome mais incensado pela imprensa de seu país, especialmente depois de seu álbum de estreia, “Wiine on Venus”. Seu estilo cristalino e sutil de tocar guitarra são o seu diferencial, evitando, por ora, timbres mais pesados de concorrentes como a texana Jackie Venson ou a inglesa Joanne Shaw Taylor.
Seu blues é emotivo e carregado de referências da country music, da sooul music e do rhythm and blues, tudo temperado com toques psicodélicos que tornam a sua música única, assim coo seu estilo.Neste contexto de bandas mais novas, chama a atenção o ressurgimento de duas atrações veteranas. O quinteto suíço Burning Witches, que mistura hard rock e heavy metal, está com disco novo no mercado e faz questão de manter a mesma pegada de sempre.
“Inquisition” soa levemente mais pesado do que os álbuns anteriores e traz um elogiado trabalho de guitarras, que dão consistência a uma produção caprichada, mas sem exageros. Como curiosidade, a holandesa Sonia Anubis integrou o grupo antes de se juntar à Crypta, quando tinha chegado aos 20 anos de idade.
As suecas do Crucified Barbara surpreenderam no ano passado ao anunciar volta depois de quase 15 anos de separação. Seria uma versão mais pesada do Thundermother, mas com músicas e temas mais sombrios. Promete um álbum de ntsa paara breve, o que é boa notícia.