Os grandes festivais de música estão espantando os apreciadores de rock. O gênero perde cada vez mais espaço em eventos como Rock in Rio, The Town e Lollapalooza. Não é surpreendente, mas é triste saber que bandas s ertistas relevantes estão sendo preteridos por uma leva de atrações de menor qualidade.
O elenco anunciado para o Lollapalooza Brasil de 2925, a ser realizado em março no autódromo de Interlagos. É o mais eloquente e recente exemplo disso. Das 71 atrações, os roqueiros não passam de dez dedicados ao gênero.
O Lolla nasceu como um empreendimento de valorização da música alternativa, com diversidade de gêneros musicais, mas serve como termômetro para indicar que o rock está em baixa.
A banda americana de new metal Deftones é a única de rock entre as atrações principais. E ainda assim, dentro de seu subgênero, é uma banda de segunda linha, embora seja bem melhor do que Korn, Limp Bizkit, Linkin Park e outras parecidas.
Com disco novo recém-lançado, promete ser um respiro em meio a atrações de hip hop e pop que predominam no elenco. O som pelo menos continua bem pesado.
De destaque em relação às bandas internacionais, temos a veterana Interpol, que anda em baixa faz tempo, e a sensação mexicana The Warning, que tocou na edição deste ano. O trio das irmãs Villaarreal completa dez anos de carreira profissional no auge com seu hard pop emotivo e com bastante feelimg.
Os veteranos do Cypress Hill não têm muito a acrescentar e parecem deslocados em um festival do tipo, enquanto que Turnstile e Viagra Boys devem agradar a um público mais voltado para o punk e o hartdcore, mas não têm estofo paea segurar a onda do rock. O gênero merecia nomes mais fortes em 2026.
Entre os nomes nacionais, Mundo Livre S/A cintila como representando o mangue beat e o tempo em que o rock nacional ainda era fervilhante com nomes de qualidade surgindo semanalmente. É a banda mais conhecida.
A curiosidade é a banda paranaense Terraplaana, com seu som melancólico e climático cheio de efeitos nas guitarras. É um pop rock na linha do shoe gaze, com destaque para a vocalista e guitarrista Stephanii Heuczuk.
Pelo menos a curadoria acertou em cheio ao escalar duas bandas de rock mais tradicional, digamos assim. Os gaúchos do Hurricanes fazem, um hard rock de nítida inspiração setentistam, cantando em inglês e totalmente inspirado em Black Crowese The Faces.
Os paraibanos do Papangu trarão seu rock progressivo misturado com heavy metal e ritmos nordestinos, com uma oportunidade ótima para mostrar o porquê de serem uma das melhores bandas de rock nacional da atualidade.0Vale mencionar ainda as bandas
Vale mencionar as bandas Scalene, que esteve em hiato nos últimos tempos e que ainda é importante nos circuitos alternativos do Brasil, e Oruã, que faz um trabalho diferenciado nounderground.