Violas caipiras e instrumentos folk irlandeses a serviço da mais legítima música regional brasileira. É o projeto Braia capitaneada pelo multi-instrumentista Bruno Maia (líder da banda mineira Tuatha de Danann), que lançou o videoclipe de “Emboabas”, faixa presente em seu mais recente álbum, “Vertentes de lá e cá”. Abertura do disco, é uma das músicas cantadas do trabalho.
Segundo Maia, trata-se de uma das grandes canções do grupo, e teria de sero primeiro vídeo oficial do novo álbum do BRAIA – ouça “Vertentes de lá e cá” nas plataformas musicais e baixe o álbum gratuitamente no site http://www.braia.net.br.
“Com certeza, é uma música singular, um tipo mineiro de pop rural, com refrão cativante, belas harmonias vocais e conduzida pela viola caipira. A tal ‘Guerra dos Emboabas’ é um dos eventos formadores e até responsáveis para a criação do que hoje conhecemos pelo Estado de Minas Gerais. Por isso, foi a melhor abertura para o álbum, pois alude aos primórdios dessa terra”
Produzido pela Braia Produções e dirigido por Rodrigo Barbieri, o clipe foi gravado na Serra de São José, na cidade de Prados, e em Varginha, regiões de Minas Gerais com as quais o artista tem fortes conexões – Maia vive em Varginha, e seus ancestrais são de Prados.
O álbum “Vertentes de lá e cá” é um tributo a Minas Gerais, e cada uma de suas 12 faixas alude a um personagem, um fato ou uma localidade mineira. A Inconfidência Mineira, a Revolta de Carrancas, o Quilombo do Ambrósio, a fogueira de Ingaí e São Thomé das Letras, entre outros, são motes inspiradores das músicas.
Conexões
“Vertentes de Lá e Cá” é o terceiro álbum do projeto Braia, uma encarnação paralela do multi-instrumentista e cantor mineiro Bruno Maia. Ele é o líder da banda de folk metal Tuatha de Danann e é especializado em música celta-irlandesa, além de ser um pesquisador de história musical brasileira.
O novo trabalho é um projeto realizado pela Braia Produções, com patrocínio da Lei Paulo Gustavo de Minas Gerais, e propõe um tributo sonoro e visual ao estado mineiro, seus personagens, marcos históricos e paisagens simbólicas.
Composto por 12 faixas — sendo 10 instrumentais e 2 cantadas — o álbum mergulha na diversidade cultural e na memória coletiva de Minas Gerais, exaltando suas raízes com sensibilidade e profundidade.
Produzido por Bruno Maia, que também assina os arranjos e interpreta diversos instrumentos (viola caipira, flautas, teclados, contrabaixo, bouzouki e violão), o trabalho será disponibilizado gratuitamente no site www.braia.net.br, acompanhado de um encarte digital completo.
Cada faixa virá acompanhada por uma ilustração exclusiva, criada pelo artista Thiago Brito, além de um texto explicativo e um vídeo sobre o tema abordado. Os vídeos contarão com legendas e tradução em Libras, reforçando o compromisso do projeto com a acessibilidade e a democratização da arte.
O single “Emboabas” tem vocal, viola, baixo, teclado e flautas de Bruno Maia, com participação de Clayton Prosperi nos vocais, teclados de James Freitas e bateria e percussão por Artur Guidugli.
“Emboabas”, faixa de abertura do novo álbum e uma das poucas canções não instrumentais do disco, revisita um capítulo crucial da história mineira: a formação da região e o conflito conhecido como Guerra dos Emboabas (1707–1709).
Com forte carga simbólica e crítica, a música aborda a luta pelo controle das recém-descobertas minas de ouro, travada entre os bandeirantes paulistas e os chamados emboabas, forasteiros vindos sobretudo da Bahia e de Portugal, apoiados pela Coroa Portuguesa. Ao resgatar esse episódio, Bruno Maia expõe as origens de uma lógica predatória de exploração e concentração de riquezas que atravessa os séculos no Brasil.
A vitória dos emboabas consolidou o domínio colonial e resultou na criação da Capitania de Minas Gerais, reforçando estruturas de poder e desigualdade que ainda hoje moldam o país