Sem trégua, sem perdão e sem anistia. O 7 de setembro em The Town, no autódromo de Interlagos, foi tão político o quanto poderia ser, para surpresa e desgosto dos organizadores. Só poderia ser assim no dia do rock do festival que é irmão mais novo do Rock in Rio.
Enquanto manifestantes nefastos espalhavam nojeira pelo país pedindo anistia criminal e eleitoral para criminosos vagabundos e terroristas, os artistas fizeram manifestações pertinentes contra qualquer tipo de patifaria para garantir a impunidade.
No show de Supla & Os Punks de Boutique, com a presença da banda Os Inocentes, o guitarrista Clemente Nascimento bradou “Sem Anistiia!” várias vezes, com ampla resposta positiva da maioria do público.
A uni~]ao das bandas foi um grande acerto da organização Um, show pesado, com bastante energia e repertorio contundente com direito a uma homenagem à banda inglesa The Clash, com a música “I Fought the Law”.
O Capital inicial mostrou a força do rock clássico nacional e fez a multidão cantar vários de seus clássicos, como “Fátima”, e a inesquecível “Que País É Esse?”. Imortalizada pela Legião Urbana, talvez a maior música de protesto já escrita por uma banda nacional.
A canção foi precedida por um alerta do vocalista Dinho Ouro Preto sobre as maquinações preparadas no Congresso Nacional para salvar golpistas e terroristas. A música foi antada por todos a plenos pulmões, em um dos grandes momentos do rock neste ano. Foi um grande show.
Por incrível que possa parecer, CPM 22 superou os brasilienses com seu emocre datado e retrô. Sem dar fôlego para a imensa plateia que foi ver a banda, emendaram uma sequência forte de hits que marcam uma carreira de 30 anos. O público cantou todas as canções, transformando a apresentação na mais catártica. Teve “Regina Let’s Go”, “O Mundo dá Volts” e muito mais.
Quem imaginava uma apresentação estritamente emo e resgate de canções de cunho adolescente, ei quero vocalista Badauí fez uma ode em defesa da democracia e da importância do rock na defesa da justiça social e busca por um mundo mais humano e justo. Um recado claro também contra os que bradam contra a impunidade.