Em dia de rock revigorado, Bruce Dickinson e Iggy Pop brilham em The Town

Bruce Dickinson no show de The Town (FOTO: DIVULGAÇÃO)


Ficou difícil para os punks alegrinhos do Green Day. Tocar depois de dois monstros como Bruce Dickinson e Iggy pop é tarefa quase impossível mesmo para um trio acostumado a plateias grandes e, de vez em quando, indóceis. Não foi o casdo em The Town, no autódromo de Interlagos, mas Green Day não conseguiu superar o carisma e a competência dos dois veteranos.

Celebrando o álbum “Balls to Picasso”, de 1994, e os 40 anos de sua primeira visita ao Brasil (com o Iron Maiden, no Rock in Rio), Dickinson fez um rápido apanhado da carreira solo. Era o que o público queria, por mais eu a fantástica “Gods of War” tenha ficado de fora.

Empolgado, o cantor inglês parecia estar mais feliz do que o público e esbanjou simpatia e descontração. Naquela que foi a performance mais pesada de todo o festival, mostrou que se repertório solo é bem variado, passando por c9anções densas e climáticas, como “The Chemical Wesdding” e Accient of Birth” e chegando ao esperado épico “Tears of the Dragon”, cantada em uníssono.

Entre as surpresas, a interessante Laughing in the Hiding Bush” e uma surpresinha, “Flash of the Blade6”, do Iron Maiden, como gran finale e uma apresentação curta,, mas extremamente produtiva Simples, direto e maravilhoso.

O americano Iggy Pop também foi contaminado pelo ambiente e entregou tudo aquilo que se esperava. Se o repertório não trouxe surpresas, a performance foi contagiante, com uma banda de rock extraordinária acrescida por um naipe de metais.

Aos 78 anos de idade, consegue se igualar a Mick Jgger, dos Rolling Stones, quatro anos mais velho, em intensidade. Deixou de lado, de certa forma, a postura de iconoclasta punk para incorporar o vocalista performático que se tornou a partir dos anos 80. Além de vociferar, valoriza cada interpretação aliando intensidade e interpretação únicas.

Como é bom ver uma “Lust for Life” ao vivo em versão mais livre, sem as amarras de um repertório com tempo contado. “I Wanna Be Your Dog” er “Seek and Destroy”, ambas de sua antiga banda, The Stooges, ganharam um groove bem diferente, acrescentando um molho funk impossível de ser ignorado.
Se tecnicamente Bruice Dickinson fez o melhor show, Iggy o suplantou em feeling e energia encarnando o verdadeiro espírito rock ‘n’ roll. O vocalista irado se transformou em um crooner performático.

Greg Graffin,do bad Religion (FOTO: DIVULGAÇÃO)


Com isso, fez com que “The Passenger”, um hit também na voz de David Bowie, soasse ainda mais relevante na mistura equilibrada de rock, pop e jazz. Foi o maior acerto roqueiro do festival.

Ainda teve o Bad Religion, a essência do punk/hardcore melódico com seus mais de 40 anos de carreira. Substituíram o Sex Pistols e fizeram valer o espetáculo. Se a plateia não vibrou tanto, certamente foi desconhecimento do repertório de uma banda tão importante.

Houve uma certa movimentação diferente quando os mais velhos reconheceram, ao final do show, os hits “Infect Me” e “American Jesus”, que tocaram muito nas emissoras de rádio brasileiras dos anos 90. Assim, todos foram recompensados.

Ao Green Day, restou apenas abusar dos velhos hits pop para aquecer a nostalgia de um público que demonstrava um pouco de cansaço da maratona. Os músicos são competentes e dominam o palco de forma absoluta, mas era preciso mais para superr a forte concorrência.

Certamente não estavam, preocupados com isso quando subiram ao palco, o que tornou a tarefa menos penosa. O poppy punk de acento emo não pareceu desgastado, mas esteve longe de dar um ar de rejuvenescimento. Agradou aos emos sobreviventes na plateia, mas não encantou.

Entretanto, o esforço do trio valeu a pena. Foi um bom show, com muitos hits e uma postura populista que fez o público gostar de coo o guitarrista Billie Joe Armstrong conduziu o show.

Com o apoio de guitarrista e tecladista adicionais, o som ficou bem mais encorpado e, com isso, mais pesado. Isso realçou o quanto a banda evoluiu musicalmente no palco.

Com mais volume e peso, as músicas não pareceram deslocadas no tempo como as do CPM 22.6 Já cinquentões, os integrantes do Green Day conseguem imprimir leveza temática e carisma a canções como “Welcome to Paradise e “One Eyed Bastard”.

“American Idiot” também ficou mais pesada e mais rápida, enquanto eu a pop “Know Your Enemy” deu o respiro necessário para que a banda engatasse9 uma sequência mais encorpada. O repertório foi bem distribuído e equilibrado.

Os melhores momentos foram reservados paara os hits monstros, como “Basjet Case, “When I Come Around” e “When Steptember Ens”,com, uma execução em seguida muito legal da mirabolante ”!Jesus of Subburbia”.

Banda com quantidade grande de hits e inegável apelo de público, costuma se dar bem em festivais, com ocorreu no Rock in Rio em 2022. Entretanto, com todos os seus truques manjados, continua a dúvida se é atração grande o suficiente para fechar o dia, ainda mais depois de gigantes que antecederam o Green Day. Ao final do dia do rock,. O saldo foi bastante positivo.

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