Angela Ro Ro, a voz do blues com cara de MPB

Documentário 'Angela Ro Ro', da diretora Liliane Mutti (Consuelo Cruz/Divulgaçãoai-ignorar-zizi-possi-em-documentario-sobre-angela-ro-ro/

Ela era a voz do blues na terra do sol, cantando uma melancolia improvável em uma cidade orgulhosa e suas praias. Angela Ro Rop, que morreu neste mês aos 75 anos, não tinha medo de ser brega com seu piano sofisticado e seu vozeirão.

Identificada com a MPB clássica, a cantora e musicista bradava que tinha jazz e blues no sangue e era admirada por músicos como João Donato, um de seus grandes amigos da vida.

A própria vida de Angela é um roteiro de uma canção de blues, como está registrado no documentário “Angela Ro Ro – A Biografia Escandalosa”. Intensa, contraditória e escandalosa, cantava o amor e frustrações como nenhuma outra no Brasil, Ea blues puro.

Para além d piano, Angela Ro Ro integrava o seleto grupo de aristas que eram vistos como resistência cultural e política no período nefasto da ditadura militar brasileira (1964-1985). Homossexual assumida, enfrentava mais do que perseguição de todos os tipos por conta do comportamento – tudo mito blues.

O documentário vai ao ar no ano que vem, mas já está sendo considerado um marco no audiovisual brasileiro pelo esmero na produção e ´pela profundidade contundência da mensagem de Angela dentro e fora dos palcos. É uma grande homenagem a uma artista singular que tão bem representou o blues com legítima cara brasileira de MPB.  

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