Outra vez? De onde vem essa paixão carioca pelo blues? Fo essa a reação lá nos anos 90 quando um quinteto do Rio de Janeiro aportou no ABC paulista para uma série de shows-e não eram os míticos Blue Etílicos.
O Buig Allanbik mesclava o blues com um sotaque nacional específico, diferente dos conterrâneos do Blues Etílicos – focavam mais na percussão única, ao contrário das guitarras e gaitas predominantes dos conterrâneos.
Os paulistas se apaixonaram por aquela banda carioca cheia de suingue e blues no sangue, mas as idas e vindas da vida reduziu a atividade do grupo até o fim das atividades nos anos 2000 depois de apenas três álbuns- “Blues Special Reserve”, o primeiro, é ótimo.
O igualmente ótimo vocalista Ricardo Werther engatou uma carreira solo consistente, mas morreu em 2012.Anos depois, quem, partiu foi o tecladista Allan Ghreen.
O guitarrista Gilson Szrajbman , o Big Gilson, se tornou um dos maiores guitarristas do país, o baixista Ugo Perrotta integrou várias bandas e virou um requisitado produtor de show. O baterista Beto Werther já faz parte do Blues Etílicos há mis de dez anos. em Bernardo Cunha (voz) e Leandro Freixo (teclados) serão os substitutos.
Para comemorar mais de 30 anos de fundação do Big Allanbik, o trio remanescente se une a outros músicos para fazer uma única apresentação no Blue Note Rio de Janeiro em 6 de dezembro. Na mesma data, será lançado o inédito álbum No Ritmo de ’95, gravado ao vivo com a formação clássica do quinteto.
Grande prestígio
Houve um tempo em que Big Allanbik reinava em São Paulo, formando uma santíssima trindade do blues com Blues Etílicos e Blues Jeans; Nig Gilson concorria com Otávio Rocha e Greg Wilson, dos Etílicos, e com Marcos Ottaviano (Blus Heans), André Chrsitóvam e Nuno Mindelis como o ás blueseiro das seis cordas.
Então mais purista do que veio a se tornar, o guitarrista corpulento apostava tudo em solos inspirados de puro feeling, emulando o saudoso Leslie West, da banda americana Mountain. Como pesquisador de timbres, casava seu som com o teclado mágicos de Ghreen , o maestro da banda, e s vocais roucos, graves e potentes de Ricardo Werther. O som era diferente de todos os outros blues que ouvíamos nos anos 90,
Infelizmente Big Allanbik e Blues Jeans focaram pelo caminho, mas pavimentaram uma trilha que foi ocupada brilhantemente por Irmandade do Blues e uma constelação formada por Mauricio Sahady, Álamo Leal, Cris Crochjemore, Netto Rockfeller, Adriano Grineberg, Igor Prado, Filippe Dias e muitos outros. A volta do Big Allanbik é uma grande notícia.