Dois álbuns ao vivo disputam a primazia do imenso legado do Pink Floyd

A batalha por corações, mentes e legado fo Pink Floyd não deve acabar nem mesmo com a morte de seus belicosos ex-integrantes. A separação litigiosa dos anos 80 deu lugar a um ódio profundo por 40 anos e só piorou com a venda do catálogo da banda para enormes corporações.

O campo de batalha agora são as plataformas digitais e lojas virtuais. Pela primei ave desde que a cisão do Pink Floyd ocorreu, em 1985, o baixista e vocalista Roger Waters e o guitarrista e vocalista David Gilmour colocam ao mesmo tempo trabalhos solos simultâneos para evidenciar uma competição direta.

São dois álbuns o vivo que representam, em parte, o legado da banda de rock progressivo mais bem-sucedida da história. Waters fez uma retrospectiva da carreira em sua turnê de despedida dos palcos, enquanto que Gilmour ainda ilha para o futuro e aproveita para divulgar seu mais recente trabalho de estúdio, “Luck and Straner”, do ano passado. O baixista apostou na exuberância, enquanto que o guitarrista optou pela sai conhecida sofisticação.

O lançamento mis recente é “Luck and Strange Concerts”, de David Gilmour, que tem como base uma apresentação em Roma, na Itália. Boa parte da canções do álbum foi executada, assim como alguns clássicos do Pink Floyd e músicas dos tempos em que Waters não fazia mais parte do grupo.

Com qualidade de som espetacular, o guitarrista deu-se ao luxo de incluir harpistas na banda de apoio, em que o destaque é a própria filha, Romany, que toca muito bem e ainda canta a linda canção “Between Two Points”.

Ainda que o espírito do Pink Floyd permeie o trabalho, Gilmnour equilibra bem passado e presente, oferecendo visões distintas de sua carreira e do que ainda pretende fazer. O encerramento apoteótico com “Comfortably Numb, do Pinjk Floyd, é um dos grandes pontos positivos da música pop ocidental.

Waters caprichou em sua despedida dos palcos e fgez shows exuberantes pelo mundo; “This Is Not a Drill Live in Prague” leva o nome do último álbum de estúdio, mas a base do show é a notável carreira do Pink Floyd. É um espetáculo imersivo, que toca a sensibilidade do ouvinte/espectador o resultado é sublime.

O baixista nunca teve a sutileza e o refinamento de Gilmour, e sempre soube usar isso a seu favor em suas composições e nos arranjos bombásticos. É o caso de canções da ópera-rock “The Wall”, de 1979, uma criação sua e que fica cada vez mais grandiosa quando tem as músicas executadas ao vivo.

O longo concerto tem muita coisa de “The Wall” e “The Drk side of the Moon”, as maiores joias do Pink Floyd, mas é uma sequência de tirar o fôlego que se torna o destaque do trabalho ao vivo: a sequência queinclui “Have a Cigar”, “Wish You Were Here” e “Shine On Yu Crazt Diamond”, do álbu Wish You Were Here” (1975), “ Sheep”, de “Animals” (1976). In the Flesh” e “Run Like Hell”, de “The Wall”. Haja fôlego para aguentar doses cavalares de genialidade.

Com tanta história e tanta qualidade, é claro que o empate técnico seria o resultado mais pertinente. O nível elevado mostra como, ainda que de forma torta, o Pink Floyd soaria se mão tivesse implodido em 1985 – grandioso, sofisticado e contundente.

É o mais próximo que poderemos chegar de uma impossível reunião dos integgrantes vivos – o tecladista Rick Wright morreu em 2008, aos 65 anos.

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