Pink Floyd: 60 anos de uma revolução musical

Formação clássica do Pink Floyd (foto: divulgação/reprodução)

Em algum momento os anos 60 do século passado tentou-se politizar o rock nos dois lados do oceado Atlântico, em uma ideia tosca de rotular a classe social de cada banda para atestar a sua “legitimidade”.

Pouca gente ligou para isso, mas ficou o estigma de “de classe média” em relação ao Pink Floyd por conta de sua origem universitária. O purismo preconizava, na Inglaterra, que o rock verdadeiro tinha de ter origem na classe trabalhadora, em uma espécie de luta de classes – logo em relação ao Floyd, com seus integrantes Roger Waters e Davids Gilnour socialistas desde criancinhas…

Desde sempre roqueiros de Beatles, Rolling Stones, The Who, Animals, Yardbirds e tantos outros ressaltavam suas origens humildes e esforçadas, por mais que Mick Jagger e Pete Townshend fossem estudantes universitários de classe média.

Faz 60 anos que o Pink Floyd tomou forma, em meados de 1965, com a reunião de alguns estudantes universitários da Cambridge University que tocavam em diversas bandas locais, entre eas o Sygma 6. Tinha até uma garota que pretendia ser vocalista – era Juliette Gale, mulher do tecladista Rick Wright.

As pretensões eram muitas, assim como eram parcas as chances de arrumar muitos lugares para tocar com aquela mistura de jazz, rock e blues que descambava para um experimentalismo que chocava e assustava.

Decididos a serem músicos, o quarteto restante forjou seu repertório em torno das composições menino prodígio Roger “Syd” Barrett, o mais novo do quarteto completado por Roger Waters (baixo), Rick Wright (teclados) e Nick Mason (bateria), todos universitários promissores de classe média.

Introspectivo, temperamental e criativo, o guitarrista e vocalista Syd Barrett era também bastante esquisito e metido a intelectual, com uma enorme curiosidade artística e por substâncias que “expandissem a mente”.

Logo os excessos nestas substâncias aprofundariam problemas psíquicos que desenvolveriam a propensão à esquizofrenia e o isolamento social, faros que o afastariam da banda e da via artística.

As músicas de Barrett eram diferentes, anárquicas e fora de qualquer padrão, com letras que evidenciavam, a visão de mundo particular do compositor.

Era uma espécie de psicodelia anabolizada que no início dificultava a marcação de shows, mas isso logo ficou para trás. Rapidamente a fama de banda diferente e de vanguarda se espalhou e o Pink Floyd se tornou queridinho do circuito universitário do centro sul inglês.

Não demorou para que a banda, batizada por Barrett com a junção de partes dos nomes dos bluesmen americanos Pink Anderson e Floyd Council, se tornasse atração importante nos circuitos de vanguarda de Londres, principalmente no recém-fundado clube UFO. E assim, a banda consolidou a sua fama em 1966.

A gravação do primeiro álbum, em 1967, nos estúdios Abbey Road, da EMI, revelaram uma banda criativa e inovadora, além de bastante ensaiada. “The Piper atr Gates of Dawn”, gravado ao mesmo tempo e no mesmo lugar que “Sgt. Pepper’ Lonely Hearts Clube Band”, dos Beatles, foi vagarosamente aclamado pela crítica, embora não tenha vendido muito.

Para muitos críticos, o Pink Floyd era o futuro do rock, ao lado de grupos como The Move, Moody Blues e The Nice, que faziam fusões inovadoras de gêneros musicais e abordavam temas então obscuros dentro da música pop.

O dinheiro ainda era parco, mas a fama crescia, só que na mesma proporção em que os problemas psíquicos e o abuso de drogas de Barrett, o principal compositor. Com isso, Roger Waters foi lentamente tomando as rédeas do grupo e alterando a orientação artística.

Ao final de 1967 Barrett já não mais conseguia tocar ao vivo. Subia ao palco e não tocava – ficava parado, olhando fixamente para o nada. De vez em quando, em seu mundo, tocando uma única nota e nem percebia que as músicas tinham, acabado.

Em desespero, Waters e Mason se lembraram de um amigo de Barrett que tocava guitarra com ele em bares de Cambridge, um guitarrista que era um aspirante a universitário e que tinha morando na França, onde trabalhou como modelo. Fotográfico.

Dasvid Giiçmour era um estilista do instrumento e em nada lembrava o etilo mais solto e improvisado de Barrett. A banda virou um quinteto e o novo integrante tinha a missão de ajudar o guitarrista e vocalista principal nos shows.

O arranjo durou pouco mais de um mês. Um dia, em fevereiro de 1968. Roer Waters, p motorista oficial da velha van que levava o grupo aos shows pelo país, decidiu não passar na casa de Barrett. Nem eles e nem o público sentiram a falta dele. E assim a situação se repetiu indefinidamente, decretando o fim do antigo companheiro como músico do Pink Floyd.

Essa decisão foi crucial para o Pink Floyd mudar quase tudo e se tornar um dos maiores nomes do reock e pilar do rock progressivo e experimental . Também seria o foco de uma das maiores rivalidades e ódios ebtre integrantes de uma mesma banda já rwegistrados dentro do mundo pop.

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