A primeira grande crise nunca é esquecida e o Black Sabbath não suportou a sua. Foram anos de tensão e disputas internas até que o vocalista Ozzy Osbourne, em meio a excessos de todos os tipos, decidisse pedir demissão. Em meados de 1978, a banda entrava em parafuso sem a sua voz e a sua cara.
O gruo inglês estava em lena gravação do que seria o álbum “Never Say Die” precisava cumprir prazos para não aumentar a já enorme dívida. Mesmo bêbado e afundado nas drogas, Ozzy cumpria as funções, mas não aguentava mais a vida na estrada e as exigências empresariais.
No desespero, a banda recorreu a um antigo amigo de Birmingham, a cidade natal, para remendar os estragos. Dave Walke, um conhecido cantor de blues, nem sabia direito como foi parar na banda. Não ficou nem quatro meses, mas o suficiente para gravar algumas músicas e aparecer em um programa musical da BBC, em sua emissora local de TV em Manchester.
Essa passagem obscura na história da banda, que quase ninguém conhece, ganha um novo capítulo agora, com a reocupação, finalmente, das imagens dessa única aparição em público oficial de Walker como cantor do Black Sabbath. Cantando “Junior’s Eyes”, que entraria no próximo disco. Walker não comprometeu, mas não se adaptou ao grupo. Desde as primeiras notas ficou claro que a escolha não era a mais indicada. O áudio da apresentação, em qualidade ruim, começou a aparecer em gravações piratas (bootlegs) a partir dos anos 80.
Ozzy tomou a decisão de forma intempestiva em meados de 1977. Walker permaneceu na banda entre o outono de 1977 e janeiro de 1978. Ele participou ativamente da composição de material que viria no LP”Never Say Die” (1978). A faixa “Junior’s Eyes”, em particular, ganhou originalmente letras escritas por ele, com execução ao vivo neste curto período.
Pouco antes das gravações do disco, Ozzy decidiu voltar ao grupo. Ele, porém, se recusou a cantar qualquer música composta durante sua ausência. Diante da negativa, a banda reescreveu letras e rearranjos, inclusive em “Junior’s Eyes”, atrasando o processo de gravação do álbum.
Walker nunca perdoou o guitarrista Tony Iommi e o baixista Geezer Butler, que aceitaram o retorno de Ozzy prontamente. Teve várias passagens pela banda Savoy Brown, nome importantíssimo do blues britânico, onde fez grande parceria com o amigo Kim Simmonds, guitarrista espetacular. Atualmente com 80 anos de idade, evita tocar no assunto Black Sabbath.
Quando a Ozzy e sua volta, o elo tinha sido estraçalhado. Não era mais a mesma coisa e o clima ficou ruim já nos primeiros ensaios para a turnê de “Never Say Die”, logo após as gravações do disco. O ambiente estava pesado e Ozzy bebia cada vez mais, à beira de um divórcio com Thelma, , sua primeira esposa, e a iminência da perda do pai, então muito doente.
O desempenho do álbum naquele ano de 1978 foi apenas razoável – tinha boas músicas, mas era apenas um disco mediano – e a turnê teve muitos baixos e poucos altos. Ao final do amo, houve uma longa pausa e banda optou por mandar Ozzy embora em 1979. Foram longos meses até que chamassem Ronni Jhames Dio, então ex-Rainbw, para substituí-lo.
Sozinho e sem apoio, divorciado e desempregado, Ozzy chafurdou no álcool e nas drogas até ser resgatado pela aspirante a empresária Sharon Arden, filha de Don Arden, empresário do Black Sabbath e considerado um gângster no meio do entretenimento.
Ela estruturou uma carreira solo para ele ainda em 1979 e lhe arrumou uma banda. Em meio a tudo isso, iniciou o romance com o cantor que rendeu um casamento e três filhos, além da redenção total do artista, que ficou muito maior do que Black Sabbath nos anos 80.