Livro analisa ‘Chos A.D.’, a obra fez o Sepultura explodir no mundo

Sepultura em sua formação clássica (foto: divulgação)

“Você está brincando? O que é eu d bom pode vir de Liverpool?” Foi assim, que um executivo da gravadora Decca, de Londres, reagiu quando escutou o nome do Beatles pela primeira vez, no começo de 1962. A banda foi ignorada e, depois, todo mundo sabe o que ocorreu.

Havia um clima parecido por volta de 1991 nos Estados Unidos quando jornalistas e profissionais de gravadoras escutaram o nome de Sepultura, do Brasil. “Afinal, existe metal no Brasil? O que é qu pode vir de lá?”, zombou um executivo da Rodrunner.

Essa gravadora acabou apostando nos brasileiros e lançou o ótimo Arise”, mas foi mesmo com o disco seguinte, “Chaos A.D.”, de 199, que os executivos souberam que tinha acertado em cheio ao valorizar o quarteto que vinha da selva e inovava de um jeito sem precedentes o heavy metal. O Sepultura estava no topo e na primeira prateleira do gênero musical depois de quase de no de carreira.

A história da criação e do lançamento de “Chaos A.D.” virou livro. Embora a literatura sobre a banda brasileira ainda seja escassa, é possível encontrar bons títulos, e “Sepultura: Chaos A.D.”, do jornalista Vinícius Castro, já pula para frente entre as obras musicais do sobre o grupo.

O livro é iniciativa da editora Cobogó, que egita a série “O Livro do Disco”, na qual a obra de Vinícius Castro está inserida. Faz arte da série, por exemplo, um importante trabalho da jornalista Lorena Calabria sobre os primeiros álbuns de Chico Science e Nação Zumbi.

Quem ridicularizava antes o sotaque do guitarrista e vocalista Max Cavalera teve de se render à agressividade e à potência sonora do Sepultura em “Chaos A.D.”, que aprofundava a inclusão de elementos de música e cultura brasileiras nas canções, abusando da criativa percussão e torcendo rtiffs aparentemente impossíveis. Nunca houvera nada parecido no heavy metal.

Com boas fontes e entrevistas, o livro traça um painel rico das inspirações e do processo criativo, além de boa contextualização sobre o momento histórico do Brasil e do metal mundial.

“Chaos A.D. foi o disco responsável por consolidar o Sepultura entre o público internacional, vendendo mais de um milhão de cópias mundialmente. Até o lançamento do álbum, nenhuma banda brasileira havia sido tão reconhecida fora do Brasil.

O impacto foi tão forte que, à época, não havia dúvida: o Sepultura era uma das maiores bandas de heavy metal do mundo. Lançado em 1993, marcou uma guinada na sonoridade do quarteto mineiro, com uma direção mais cadenciada, repleta de influências da música brasileira, porém não menos pesada.

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