Uma das bandas criadoras do chamado rock sinfônico chegou atrasada à onda das gravações com orquestras, mas, quando o fez, decidiu que o faria de forma a ofuscar todos os concorrentes. E então o Yes conseguiu a façanha.
“Symphonic Live” é um álbum ao vivo lançado em 2002 com a presença de orquestra sinfônica como apoio, na esteira da divulgação do álbum “Magnificationn”, o único do grupo registrado sem a presença de um tecladista. É esta obra que será relançada pela banda inglesa de rock progressivo, que ainda está na ativa, em janeiro de 2026.
Falar em Yes sem tecladista é o mesmo que imaginar Rolling Stones ou Iron Maiden sem guitarras, Mas foi isso que a banda decidiu depois das dificuldades enfrentadas nos anos 90.
A banda queria alguma diferente para marcar os 35 anos de existência e não se importou em investi alto e ignorar a falta de um tecladista. Nada que uma imensa orquestra não pudesse substituir…
O relançamento resgata o show gravado em 22 de novembro de 2001, no Heineken Music Hall, em Amsterdã, durante a turnê de “Magnification”, quando o Yes apresentou com a European Festival Orchestra, sob regência de Wilhelm Keitel.
Originalmente lançado em DVD e CD no início dos anos 2000 e, depois, em outros formatos visuais e em áudio, Symphonic Live registra a formação com Jon Anderson (vocais), Steve Howe (guitarras), Chris Squire (baixo) eAlan White (bateria, Como músico de apoio, a banda teve Tom Brislin e orquestra completa.
“Symphonic Live” chega em caixa com vinil , sendo com quatro LPs, em prensagem de meia velocidade (half-speed mastered), distribuindo o show ao longo de sete lados de música e trazendo a suíte “Ritual (Nous Sommes du Soleil)” – com quase meia hora de duração – em LP pela primeira vez.
Também haverá uma edição de luxo em Blu-ray + 2CDs, reunida em uma caixa no formato “clamshell” de tamanho similar ao de CDs. Cada disco vem na própria caixa, acompanhado por livreto, pôster desdobrável e cinco cards com artes relacionadas ao concerto.
O material em audiovisual é um deleite para quem gosta de música, e não só para colecionadores ou fanáticos pelo Yes. O Blu-ray traz o show em alta definição e o o documentário “Dreamtime”, com cerca de 30 minutos, mais o videoclipe promocional de “Don’t Go”,
O Yes vivia momento conturbado no final o século passado e por isso surpreende que “Manification” e “Synphonic Live” tenham apresentado resultados artísticos muito bons, assim como boas bemndas para os padrões da época. Tudo acabou dando certo, mas foi a duras penas.
A boa experiência do álbum/turnê “Union”, em 1991, quando a banda teve oito integrantes, trazendo músicos que fizeram parte dela no a, não teve continuidade e s trocas de integrantes foram constantes.
O guitarrista Trevor Rabin e o tecladista Tone Kaye saíram, o tecladista Rick Wakeman entrou e saiu duas vezes e dois tecladistas passaram de forma relâmpago – o russo Igor Khoroshev e o americano Billy Sherwood, multi-instrumentista que se tornou membro oficial da banda tocando baixo uando o baixista Chris Squiire morreu, em 2015.
De forma melancólica, o Yes comemorava os 30 anos com álbuns fracos, “Talk e “open Yor Eyes”, e mais alguns lançamentos ao vivo com a formação clássica dos anos 70. Não havia muito futuro.
Wakeman saíra novamente e Khoroshev não se firmou. Sem tcladista fixo, a ideia do álbum co oequestram, aina que com atraso, foi implantada deu certo; “Magnification” tinha músicas melhores que as anteriores e a questração valorizou o repertório. O anoversário de 35 anos, em 2002, estava salvo.
“Magnification e “Symphonic Live” são históricos e importantes porque são as últimas obras relevantes do Yes. Rick Wakeman voltou para os teclados em 2003, a banda fez turnês até o fim de 2004 e decidiu por um hiato de três anos.
Deveria ter voltado para celebrar os 40 anos d carreira em 2007, mas Jon Anderson ficou doente e quase morreu devido a problemas respiratórios. Entretanto, o show tinha de continuar e o vocalista icônico foi demitido.
Indignado, Wakeman saiu de novo e o ex-integrante Geoff Downes, que também era do Asia, assumiu os teclados. Os vocais foram assumidos por Benoit David, que cantava em uma banda cover do Yes. Anos depois, ele ficou doente e foi demitido, sendo substituído por outro vocalista de banda cover, Jon Davison,
Desde 2009, o que vemos é um arremedo de Yes, uma banda esfacelada e sem alma, ainda mais depois da morte do chefe, Crhis Squire, em 2015.
O mais recente (re)lançamento é uma versão do fraco álbum “Fly From Here”, de 20231, em versão instrumental. Se a banda chegar aos 60 anos, em 2027, será de forma surpreendente e melancólica.