A geração do rock 2000 queria ser grande, mas o medo do novo atrapalhou

The Strokes (FOTO: DIVULGAÇÃO)

A geração prometia ocupar o lugar dos “dinossauros. Ninguém imaginava o tamanho e a profundida das mudanças que a internet provocaria em nossas vidas e no mercado fonográfico a ponto de destrí0lo. E então achávamos que “Last Nite”, dos Strokes, pareia um hit monstruoso qeu derrubava muros e anunciava uma nova era de gigantes. No entanto, eles ficaram só na promessa.

Há 25 anos, com a perda de fôlego do new metal e o declínio do interesse pelo rock clássico, as então bandas novas aproveitavam os últimos suspiros das gravadoras, rádios rock e revistas especializadas para escalar as montanhas e chegar ao topo deixando Rolling Stones, U2 e Meallica para trás. Só que a velocidade e o impacto das mudanças no século XXI tragou todos, até mesmo o que era novo.

Os Strokes pareciam que se ornariam tão grandes quanto o U2, assim como o ingleses do Muse, que lotaram estádios por alguns anos. Arcadde Fire. Arctic Monkeys. Franz Ferdinand, The Hives, The Killers, Thje Hives e Keane despontavam em uma espécie de movimento que prometia ser maior do que o grunge tinha sido cinco ou dez anos antes ou, pelo menos, poderia igualar o sucesso do britpop de 1995 e desbancar Oasis, Blues e Suede, entre outros.

As bandas de 2000 não ficaram pelo caminho, tiveram seus bons momentos, mas não alcançaram os patamares gigantescos que o mercado apontava. As referências de grandiosidade de bandas “novas”! continuou sendo Radiohead e, sobretudo, Coldplay, que são anteriores.

Por mais que questionemos os critérios de “grandiosidade” dentro do mundo pop, o fato é que o rock declinou neste século e Rolling Stones, U2, Metallica, Madonna e mais uns muito poucos dividem espaço com Taylor Swift, Beyoncé e Lady gaga, além de nomes fortes do rap. Quem sabe, com boa vontade, coloquemos o Iron Maiden na lista…

Nenhuma banda da geração 2000 consegue nem mesmo ombrear em público e em vendas o Pearl Jam, por exemplo, um grupo que caminha para os 40 anos d existência. Nenhuma delas causa comoção parecida com a que alguns gigantes ainda costumam causar. Paul McCartney, por exemplo, causa terremotos por onde passa. Nenhum, estádio parece ser grande o suficiente para abrigar a sua genialidade. Quem mais/

A enorme variedade e quantidade de oferta e menor suporte oferecido aos artistas pelo que sorou do mercado fonográfico explicam, em parte, o declínio do rock e a barreira que as bandas dos ano 3000 n]ao conseguiram ultrapassar – mesmo considerando que todas as citadas são bem-sucedidas dentro de um novo patamar.

Com as mudanças profundas vieram também novos hábitos que desafiam a paciência e outros sentidos humanos. A velocidade da informação, que alcançou níveis inimagináveis, tornou o tempo escasso, assim como a atenção. Boa parte do mercado consumidor se tornou ansioso e impaciente, principalmente com o novo.

Em busca de uma suposta segurança, o grosso do mercado se refugiou no conservadorismo econômico, político e comportamental na procurade antídotos contra a velocidade absurda da tecnologia que “engole” o nosso tempo.

Isso explica, em parte, a procura por seitas evangélicas das piores que existem para uma cura de um “vazio existencial”.

Na política, isso se traduz no populismo de extrema-direita, que promete, com autoritarismo e força, conter os “avanços progressistas assustadores”.

Muita gente jovem passou a valorizar a família” com ideal de futuro, mesmo que despreze a sua.

Na música, essa gente migrou para gêneros mais tradicionais e inofensivos, que não obrigue a pensar – no Brasil, é o caso da música sertaneja, quase sempre rasteira. Entre os roqueiros, as pessoas se acostumaram a escutar as mesmas velhas músicas de sempre, que tocam dez vezes por semanas nas “rádios rock” fossilizadas e dinossáuricas.

Não surpreende que as melhores coisas do rock naciona vên do underground e nem são novas – Black Pantera, Boogarins, Maestrick, Papangu, The Mönic, Cryta, Nervosa, Mahmundi, Ana Frango Elétrico e muitas outras dessas atrações têm no mínimo de anos de existência;.

O novo resiste e insiste, mas há pouco espaço e disposição para apreciá-lo – até mesmo para criticar e odiar. Sem oportunidades e um pouco disposição, o novo não existe. E assim nomes interessantes da primeira leva deste século se tornaram “rock clássico” sem que tivessem a oportunidade de explodir de fato e ganhar as multidões. O medo do novo paralisa, e o rock, em grande parte, e vítima dessa situação.

Compartilhe...