Ingressos esgotados em menos de duas horas para seis apresentações em São Paulo e Buenos Aires, na Argentina. O rock, ou melhor, o rock clássico, continua campeão de vendas na América do Sul, desta vez com um desfigurado AC/DC, que não visitava o continente havia 17 anos.
É mais uma ressurreição de uma nada resiliente e que se recusa a frear a locomotiva, como na letra da ótima música “Rock and Roll Train”, de 2008. Dos fundadores, apenas Angus Young, guitarrista de 70 anos, permanece. Seu irmão e líder do AC/DC, Malcolm Young, saiu da banda em 2013 e morreu cinco anos depois.
Desfigurado e debilitado, o AC/DC ainda é lima das maiores atrações do planeta. Provavelmente será a última chance de ver o quinteto, pois o vocalista Brian Johnson e outro setentão – 78 anos e com fôlego, mas com alguns problemas de saúde, que inclusive o tiraram da turnê mundial de 2016.
A saída e morte de Malcolm foram traumáticas, mas sem comparação com a repentina e trágica morte do vocalista Bom Scott em de 1980que finalmente deu um norte ao conjunto ao se firmar no posto em 1974 e dar a base que faltava para a banda decolar. Era mais experiente que o resto da banda, já tinha morado na Inglaterra e sentido o gostinho de um pequeno sucesso na música.
Na agressiva AC/DC, Scott, também escocês como os irmãos Young, ainda era lembrado como o cantor da banda de pop rock Fraternityos acreditavam que ele desse jeito na banda de moleques. E todos se surpreenderam com a química que a banda apresentou com o então veterano vocalista.
Se Angus vestido de estudante de escola primária era a imagem da banda e Malcolm, o coração e a liderança, Bom Scott era a alma e a voz eterna. Quando a banda se preparava para finalmente conquistar o mundo depois de cinco álbuns muito bons, o destino passou a rasteira no AC/DC.
“Back in Black”, um dos maiores e melhores discos de todos os tempos, já estava encaminhado quando Scott foi encontrado morto dento de um carro em uma noite fria londrina após uma dia inteiro de bebedeira. . Parecia ser um gole definitivo no AC/DC, que correu seriamente o risco de acabar.
Havia tensões internas, mas o AC/DC ainda era uma irmandade conduzida pelos irmãos e por Scott, o paizão.
A morte estúpida e evitável foi muito sentida, só que também foi considerada uma espécie de “traição” do mais experiente, daquele que se gabava de ser resistente e indestrutível, Continuar a banda e gravar “Back in Black” seria uma homenagem ao companheiro morto, mas também uma vingança por conta da traição.
A escolha d Brian Johnson, ex-Geordie, não demorou e foi certeira. O AC/DC agora era quase uma banda de heavy metal e o seu melhor disco transformou o grupo em atração de primeira grandeza. “Back in Black” até hoje é um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos.
A retomada e a superação do AC/DC são os fatos do gênero mais impressionantes da música pop. De uma banda enlutada e à beira do fim, o AC/DC passou a ser uma atração gigante, do mesmo quilate de Rolling Stones, Iron Maiden, Kiss, Van Halen e, mais tarde, Metallica e U2.
A virada histórica e vitoriosa do AC/DC ocorreu há 45anos e a colocou no patamar das atrações gigantes. A rapidez estonteante com que os ingressos esgotaram é a a prova de da importância e do