Aguerrida e engajada, banda Eskröta está pronta para decolar

Eskröta )foto? divulgação)


O nome assusta no primeiro momento e também entrega o que vem pela frente – força, agressividade, ativismo e profundo engajamento. Se a vida são escolhas, a banda paulista Eskröta nunca teve das suas e deixa claro que sua música e sua atuação são politicas em sua essência.

Transitando entre o punk, o hardcore e o metal, o trio com duas garotas que arreganham os dentes e abraçam causas progressistas se tornou referência no rock nacional em todas as praias e traz a Eskröta como ponta de lança de m underground cada vez mais presente.

Formado por duas mulheres e um homem, o grupo lançou o single e clipe para “A Bruxa”, talvez a canção mais pesada da história da banda.

A mistura de tharsh metal e hardcore casou bem com o instrumental da banda, que tem forte presença ativista nas causas LGBTQIA+ e nos direitos das mulheres.

A música é uma alegoria sobre a eterna perseguição e execução de mulheres ao longo da história sempre que elas contestaram ou questionaram – ou simplesmente quiseram ser elas mesmas ou lutaram por seus direitos.

O 2025 é o ano da Eskröta acredita que sim. Com um álbum que foi destaque na grande mídia, shows expressivos e uma turnê europeia, a banda chega a 2026 como um dos nomes centrais da música pesada brasileira, uma daquelas raras formações que começam a furar bolha e chegar a públicos distintos.

Neste mês de dezembro, Yasmin Amaral (vocal e guitarra), Tamyris Leopoldo (baixo e backing vocals) e Jhon França (bateria) celebram a ótima receptividade do álbum “Blasfênea”. Os resultados positivos e elogios evidenciam a expansão do alcance da banda para além do circuito tradicional do metal.

O reconhecimento aponta para um momento em que a Eskröta rompe a bolha da música pesada e passa a ser assimilada por um público mais amplo e diverso. Segundo a vocalista Yasmin, esse movimento começou a se desenhar após a participação da banda em grandes festivais.

“Desde que tocamos no Rock in Rio e, principalmente, no Knotfest, mais pessoas começaram a nos acompanhar. Parte da mídia, das gravadoras e de gente do mercado também passou a prestar mais atenção.”

Com esse novo nível de visibilidade, o álbum lançado em 2025 foi desenvolvido sob maior expectativa. “Blasfêmea” é um disco feroz que traz novas mensagens poderosas e urgentes. Explorando a interseção entre o místico e o contemporâneo, o álbum é um manifesto sonoro, transformando críticas afiadas e sentimentos intensos em música pesada.

“Quando tocamos nesses festivais, a gente já tinha o próximo disco em mente, mas a pressão de entregar algo surpreendente foi maior, porque as pessoas estavam esperando alguma coisa de nós”, explica a vocalista.

A resposta veio por meio de decisões estratégicas que impactaram diretamente o alcance do trabalho. Entre elas estão o contrato com a Deck Disc, colaborações que ampliaram o diálogo estético do disco, como o feat com MC Taya e a participação da percussão do Cordel do Fogo Encantado, além de uma sequência consistente de lançamentos audiovisuais.

Outro marco do ano foi a primeira turnê europeia da banda, realizada durante a divulgação do novo álbum. A circulação internacional reforçou o momento de expansão da Eskröta e contribuiu para ampliar sua base de público fora do Brasil.

A Eskröta realizou sua primeira turnê na Europa entre junho e julho de 2025. Durante esse período, o trio tocou em oito países diferentes, totalizando 14 apresentações em 18 dias, com shows na Alemanha, Bélgica, Inglaterra, Escócia, Irlanda, País de Gales, Irlanda do Norte e Sérvia.

Nos palcos, a banda também apresentou uma evolução clara, fala Yasmin. “Houve um investimento maior no show, em elementos visuais e na construção de uma experiência mais completa nessa turnê”, afirma Yasmin. “Foi uma soma de fatores que fez com que a mídia fosse obrigada a falar da gente”.

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