‘Black and Blue’, dos Rolling Stones, será relançado em edição expandida

Rolling Stones com Ron Wood na sessão de fotos para a capa do 'album "Black and Blue' (FOTO: DIVULGAÇÃO)


Prece meio inexplicável relançar em edição ampliada e de luxo de um álbum contestado e que nem faz parte da lista dos melhores da banda. Ainda assim, a mensagem parece clara: eles são os Rolling Stones e podem se dar ao luxo de celebrar o que quiserem.

“Black and Blue” o renascimento dos Stones, foi lançado em 1976 e é o primeiro a ter a participação do guitarrista Ron Wood e, que iniciou a reconstrução após a saída de Mick Taylor em janeiro de 1975. Tem seus méritos, mas não produziu hits, o que o coloca no final da lista de preferências dos músicos e dos fãs.

O relançamento, previsto para novembro, estará disponível em box set 5LP (vinil marmorizado azul e preto) e 4 CDs, ambos acompanhados de Blu-ray, livro capa dura de 100 páginas e pôster de turnê. Também haverá edições reduzidas em vinil/CD e um vinl zoetrope limitado. O preço sugerido, segundo a imprensa inglesa, é o equivalente a R$ 2 mil.

A edição inclui faixas inéditas como I Love Ladies e uma versão energética de “Shame, Shame, Shame”, além de quatro jams instrumentais, um show completo em Londres (1976) e uma transmissão televisiva inédita de Paris.

O álbum original alcançou o topo das paradas nos EUA em 1976, permanecendo por quatro semanas consecutivas. E por que o disco é contestado?

Entre outras razões por ser ”ousado demais” e “experimental demais”, já que o rock and roll divide espaço com o reggae, com o funk e om um pouco de soul music. Entretanto, as canções não são tão inspiradas.

“Hey Negrita”, por exemplo, é um mergulho fundo na música negra americana, com seu ritmo funkeado e vocais tentando imitar os cantores do Harlem nova-iorquino. “Hot Stuff” é uma tentativa pouco interessante de emular a disco music que dominaria o mundo nos anos seguintes – e “Some Girls”, o disco seguinte da bnda.

O reggae, uma paixão de Keith Richards, comparece com “Cherry Oh Baby”, uma canção apenas correta, mas que não passa de uma imitação pouco inspirada do que Bob Marley e Peter Tosh faziam na época.

A coisa melhora com “Hand od Fate”, um riockão pesado e intenso, quase hard, em que os velhos Setone dão as caras. É a melhor música do álbum, que tem ainda “Crazy Mama”, boa canção na linha da anterior e duas ótimas baladas, “Fool to Cry” e “memory Motel”, esta com seu ar épico que recupera um pouco da melodide “Moonlight Mile”, do inédito dos aos 70. Sobrou a dispensável “Melody”, que tem um Billyu Preston, tecladista americano, desperdiçado em uma canção ruim.

Obra de transição, “Black and Blue” é importante porque representa a retomada dos Rolling Stones pós a saída de Mick Taylor. Havia o risco de banda acabar devido a divergências entre Mick Jagger e Keith Richards, O guitarrista estava insatisfeito com as canções compostas desde 1973. os álbuns “Goat head Sop” e “It’s Only Rick and Roll”, anteriores a “Bkack and Blues”.

Desgastado e irritado com Jagger e Richards, Taylor reclamava de que não era creditado nas composições mesmo colaborando muito. Na emergência, chamaram o amigo Ron Wood, ainda nos Faces, que quebrou o galho nas turnês de 1975, mas não tinha o lugar garantido.

Jagger e Richards decidiram fazer testes para contratar o segundo guitarrista enquanto gravam as novas músicas para o que viria a ser “Black and Blue”.A maioria dos testes e gravações ocorreram em Munique, na Alemanha, por onde passaram os americanos Waylor Jennings e Harvey Mandel, além dos ingleses Jeff Beck, Eric Clapton e Ron Wood. Cogitou-se um convite, no ano anterior, a Rory Gallagher, mas a ideia não prosperou.

As oito canções usadas tiveram interpretações de Ron Wood, Jennings e Mandel, e o primeiro foi anunciado como membro oficial na data de lançamento de “Black and Blue”. Cordato e camarada, bom de copo, Wood era o parceiro ideal para Richards, que desde 1972 frequentava o pub que o ex-Faces mantinha em casa. Jagger estava ressabiado, mas teve de aceitar. Foi a melhor escolha; 

 Devidamente entrosado e aquecido por um ano e meio de shows, Wood estava à vontade para gravar “Some Girls”, lançado em 1878 e bem recebido  crítica e fãs, mesmo contendo material que tinhja sobrado de “Black and Blue”.

Estranhamente, uma boa versão de “Shame Shame Shame”,clássico americano do rhythm and blues, ficou engavetada por quase 50 anos e sairá agora na versão expandida de “Black and Blue”, mas também foi colocada no mercado como single promocional. Escute abaixo:

Compartilhe...