Um mineiro de alma irlandesa e coração encravado na serra da Canastra. Bruno Maia é um artista único dentro da cultura brasileira ao misturar, história e engajamento político-social em obras repletas de referências nas várias encarnações das participa.
Líder e principal mentor da banda Tuatha de Danann, um nome forte do folk metal mundial, Maia dá sequência ao seu projeto paralelo instrumental Braia com o terceiro trabalho, desta vez mergulhando ainda mais fundo nas raízes históricas de Minas Gerais – e com vocais em algumas canções, o que é uma novidade,
O resultado impressiona pela classe, pela elegância e pela contundência da profundidade da pesquisa e da qualidade do conteúdo.
Cantor e multi-instrumentista, é também um compositor prolífico e um exímio explorador de timbres em guitarras, violões, violas e outros instrumentos de cordas.
A experiência acumulada em 30 anos com o Tuatha de Danann tocando uma variedade de instrumentos de origem celta-irlandesa o credenciou a percorrer um leque sonoro que inclui mergulhos na música regional brasileira, no jazz e no mais autêntico folk europeu.
É disso que se trata “Vertentes de Lá e Cá”: um mergulho intenso na busca por sonoridades diferentes, que fogem, do óbvio, como ele perseguiu nos dois álbuns anteriores do Braia.
Cada faixa alude um fato, personagem ou localidade de Minas Gerais, guiados pela viola caipira. Trata-se de um trabalho sonoro, mas também visual, “em que cada uma das 12 faixas tem sua própria arte e um vídeo artístico que elucida os temas de cada música (vídeos estes que são legendados e tem tradução em libras)”, como descreveu maia nas redes sociais. O álbum pode ser baixado gratuitamente no site www.braia.net.br.
O primeiro single do novo trabalho é “Emboabas”, que antecipou o álbum. “Braia é um espaço onde Bruno exercita sua liberdade criativa, explorando outras vertentes musicais e combinando timbres e influências da música celta e brasileira”, diz o músico de Varginha, no sul de Minas. .
“Vertentes de Lá e Cá” é um disco variado, mas tem a predominância da viola caipira de 10 cordas. Ela assume o papel central, conduzindo arranjos que evidenciam tanto sua habilidade como instrumentista quanto sua sensibilidade artística na construção de paisagens sonoras ricas e singulares.
“Venho experimentado muito com a viola caipira e sou um maravilhado pelo instrumento e sua riqueza. Mesmo não sendo um violeiro raiz, me inspira muito explorar as muitas possibilidades e horizontes que este instrumento me oferece”, confessa o artista. Bruno Maia destaca: “Os conflitos que ocorreram aqui em Minas que passaram à História como a Guerra dos Emboabas são muito importantes para a formação e povoamento do estado, e também para o imaginário e identidade mineira”.
Segundo ele, em algumas localidades mais antigas, principalmente onde ocorreram as escaramuças, ouve-se ainda as histórias sobre estes episódios com muito orgulho e reverência.
“Esta é uma música tão especial que a escolhi para abrir o álbum. Interessante é que foi uma das últimas a entrar para o disco e acabou reacendendo a vontade de fazer um próximo trabalho do Braia inteiro cantado”, explica ele.
Ouça “Emboabas” em todas as plataformas de streaming ou pelo link a seguir:
https://open.spotify.com/intl-pt/track/2IwVRmnTpdtdOMo0Elkvz7?si=935186df3af94421
