Eram garotos eu, como nós, idolatravam Beatles, Rolling Stones, The Who, The Kinks, Small Faces, Cream, Spencer Davis Group, The Nice, Pink Floyd… E assim aqueles nerds sessentistas , que se vestiam de forma engraçada e discutiam horas para elaborar um repertório só com grandes sucessos de 1967 chegaram, longe, bem mais longe do que os guris imaginavam.
Pacificados e empolgados, os integrantes da banda gaúcha Cachorro Grande celebram 25 anos de trajetória com um show em São Paulo moldado pela nostalgia e pelo sentimento de que precisam estar no palco.
“Nosso rock é orgânico e tem de ser executado com guitarras que valorizem as canções”, brada Marcelo Gross, o guitarrista que faz lobby de si mesmo. O show de São Paulo/SP é nesta sexta-feira (8/08), no Carioca Club, o último que o quarteto faz em 2025 na capital paulista.
Ele tem razão: Cachorro Grande mantém o espírito de rock de garagem dos anos 60, em que a guitarra era a base de tudo, mas que incorporou um caminhão de influências que fazem do grupo algo inusitado e for da curva no rock nacional.
“Dá para dizer que isso é fundamental para que o interesse em nossa música permaneça”, diz o vocalista Beto Bruno. “Gosto de pensar que a gemente honra todo o que os 25 anos trouxeram de experiência, mas principalmente no que nos transformamos e e conseguimos entregar.
Já são mais de 18 meses na estrada celebrando os tais 25 anos e não há prazo para o fim dessa turnê. “Estavam com muita saudade de nós em muitos lugares e percebemos como estávamos com saudade de nós mesmos, comemora Bruno.
É surpreendente o otimismo e a empolgação da banda com a estrada depois da intempestiva interrupção das atividades em 2019. “Foram duas décadas muito grudados, fazendo tudo juntos e muito tempo parte da banda morando junta. Havia certo estresse. A parada foi boa”, analisa Gross.
Ânimos serenados e uma pandemia decvisd-19 no meio para afastar todo mundo por muito tempo, era hora de curar as feridas e cicatrizar emoções negativas. A chance de ver os amigos e voltar a fazer som juntos veio em 2023 com o convite para uma apresentação especial em Porto Alegre (RS).
“Era só essa apresentação. Os ensaios iniciais foram péssimos e depois as coisas se ajustaram”, conta Beto Bruno. “No palco a coisa foi tão legal que decidimos que a banda não voltaria, mas faria um show anual em Porto Alegre.”
A ótima receptividade e a percepção de que havia demanda pela Cachorro Grande mudou os planos e uma comemorativa foi alinhada e cada vez mais aumentada.
Com o entrosamento de volta, clima festivo e uma carreira com administração redonda, era inevitável que os planos futuros incluíssem o retorno definitivo às atividades e um álbum de músicas novas. Temos muito material composto na estrada, É um mom,ento extremamente criativo vamos gravar músicas que remetem ao período mais roqueiro de nossas carreiras”, vibra Marcelo Gross.
Banda em ascensão
A estabilidade da formação da banda justifica a comemoração – tirando o posto de baixista, os quatro restantes compõem a escalação clássica da Cachorro Grande: Beto Bruno (vocal, Marcelo Gross (guitarra), Gabriel Azambuja (bateria) e Pedro Pelotas (teclado). Tanto que a saída de um deles, em 2018, principiou o hiato em que entrou o grupo no ano seguinte.
Mas se a Cachorro Grande se fez no palco, na comunhão explosiva entre banda e público, foi no que era para ser apresentação única e festiva, de comemoração de 250 anos de Porto Alegre (RS), em 2022, que a banda voltou. Por força e demanda dos fãs, que lotaram o auditório Araujo Vianna.
“Ali nós percebemos que as feridas (entre integrantes) tinham cicatrizado. E que apesar de todos estarem contentes em suas carreiras solo, éramos mais felizes ainda como Cachorro Grande”, diz Beto Bruno.
Com dez álbuns e DVDs lançados, a Cachorro Grande tem uma das obras mais relevantes do meio musical deste século. A banda foi considerada a mais importante banda de rock’n’roll de sua geração pela MTV Brasil, já lotou shows em diferentes cidades do Brasil e participou dos principais festivais de música do país, além de ter sido escolhida para uma série de aberturas de grandes ícones internacionais, como Aerosmith, Iggy Pop & The Stooges, Primal Scream, Supergrass, Oasis e Rolling Stones.
Os pontos altos e baixos da Cachorro Grande podem (devem) ser conferidos no recomendadíssimo documentário “A Última Banda de Rock”, que os flagrou involuntariamente nos momentos finais antes do hiato de 2019. O filme estreou na Mostra de Cinema de São Paulo, em 2024, e está nas plataformas de streaming.
Mas a recomendação real, para valer, legítima, é conferi-los ao vivo. Aí sim você poderá tirar a prova do título deste texto.
“Dividir o palco com a Cachorro Grande é muito especial pra gente. Mais do que uma influência musical, eles são parte da nossa história, das nossas referências e daquilo que nos fez acreditar no rock nacional. É unânime entre nós que fomos muito influenciados pelo som e pela atitude da Cachorro. Estar lado a lado com ídolos é daqueles momentos que a gente espera muito viver e que guarda para a vida inteira”, diz o vocalista do Hurricanes, Rodrigo Cezimbra.
Ingressos: www.clubedoingresso.com/evento/cachorrogrande-25anos-cariocaclub.
SERVIÇO
Cachorro Grande 25 Anos em São Paulo
Data: Sexta-feira, 8 de Agosto de 2025
Horário: a partir das 20h
Local: Carioca Club Pinheiros
Endereço: Rua Cardeal Arcoverde, 2899 – Pinheiros – São Paulo, SP
Ingressos: www.clubedoingresso.com/evento/cachorrogrande-25anos-cariocaclub.
Classificação: +18