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  • Os golpes cotidianos e o ‘sequestro’ do rock clássico

    Os golpes cotidianos e o ‘sequestro’ do rock clássico

    Investigações da Polícia Federal mostram que estivemos muito perto de um golpe de Estado bem antes dos eventos nojentos de 8 de janeiro de 2023. Como já era esperado, o golpe foi tramado por militares de alta patente intimamente ligados ao governo do nefasto ex-presidente Jair Bolsonaro; Falta pouco para que este seja diretamente implicado.

    Com a extrema-direita de inspiração fascista acuada neste momento no Brasil, ainda somos obrigados e enxergar, aqui e ali, manifestações, ainda tímidas, de negação e defesa do mundo bolsonarista feitas por artistas, alguns de rock.

    A estratégia é conhecida: se alguém não faz captura de tela ou cópia da mensagem, o músico fascista vomita nas redes sociais alguma bobagem, deixa por alguns momentos e depois apaga na tentativa de, depois, negar qualquer postagem. M<as o recado foi dado.

    Essa gemente chegou a comemorar os resultados das últimas eleições, quando eleitores majoritariamente votaram em políticos indignos de direita para vereador e prefeito. 

    Menos mal que os extremistas de direita não tiveram bons resultados, mas gente que prega ódio e apoiou tentativas de golpe de Estado ficou feliz com a guinada á direita achando que esta é uma tendência para a eleição presidencial de 2026.

    As prisões de militares bolsonaristas colocou água no chope desses seres inomináveis. Mesmo assim alguns ousaram se manifestar colocando em dúvi

    a as investigações e as prisões, quando não chamando os detidos, golpistas desde sempre, de “patriotas”. São mesmos que ousaram aplaudir o atentado a bomba de 13 e novembro contra o STF (Supremo Tribunal Federal). O louco dos fogos de artifício também foi chamado de patriota por alguns, entre eles músicos de rock.

    Acometidos por uma patologia coletiva que vai muito além, da cegueira institucional e da ignorância deliberada e criminosa, essa gente claramente deixou de ter vergonha de externar a sua perversidade e desumanidade. 

    Como essa gente ainda se diz roqueira e milita no rock é um mistério, mas demonstram que a doença se espalhou rápido e que no mundo musical está contaminado com ideias perversas e destrutivas.

    E então chegamos ao lado negativo do termo “rock clássico”, tão rechaçado por músicos de diversas idades e matizes. Ian Gillan, 79 anos, vocalista da banda inglesa Deep Purple, afirma que o termo engaiolou bandas veteranas em um ambiente onde só se quer saber de músicas gravadas e lançadas 50 anos atrás, matando o interesse por coisas novas que artistas mais velhos produzem.

    Marcelo Gross, guitarrista com passagem pela banda gaúcha Cachorro Grande, acha o termo perigoso por classificar artistas diferentes e com trabalhos consistentes em uma categoria fossilizada que, involuntariamente prende ao passado quem se aventure a um som com mais referências artísticas da história.

    Não é preciso muito esforço para adivinhar onde desemboca esse pensamento: no conservadorismo social que domina a sociedade brasileira e, de quebra, a de outros países, onde a ousadia, a audácia e a provocação artística passaram a simbolizar um mundo progressista assustador para essa gente.

    O medo do novo, do instigante e das incertezas do futuro nunc tiveram um efeito tão nefasto e paralisante como agora. 

    A sociedade, como um todo, está apavorada com o empoderamento das mulheres, com a desenvoltura das minorias, com as reivindicações antirracistas, com o aumento das populações negras nas esferas de comando, com a visibilidade humana de pessoas trans e LGBYQIA+.

    E quem poderia imaginar que muita gente do rock – gente demais da conta, muito mais do que imaginávamos – está em,butida neste meio, apavorada com as mudanças na vida com as incertezas naturais que nos empurram para a frente.

    É esse tipo de gente que odeia o Black Pantera, o Living Colour e o Body Count, bandas de pretos enfezados que ousaram colocar os negros na vanguarda do rock e da música pop. 

    São os mesmos que debocham, desprezam e criticam bandas como Eskröta, The Mönic e Malvada, integradas por mulheres que exaltam o femininismo e o empoderamento delas, coisas que deixam os conservadores, principalmente os roqueiros, alucinados e amedrontados

    Diante desses cenários enervantes e “ameaçadores”, o roqueiro parasita, ignorante e com cérebro estagnado busca refúgio no patriotismo e no rock clássico, terrenos conhecidos e menos complicados.

    Apostam tudo no mesmo hit de 50 anos atrás ouvido incessantemente o dia inteiro dia após dia. É o cara que deliberadamente mata o novo por medo, sempre exigindo escutar “Smoke n the Water”, do Deep Purple, esteja onde estiver. É o mesmo idiota que faz questão de ir a lugares que só permitem artistas que tocam versões de grandes sucessos fossilizados, sem espço para qualquer coisa autoral.

    A caricatura dessa gemente é o tiozão gordo e mal-educado que tem dinheiro de sobra e uma motocicleta caríssima, que frequenta motoclubes que ainda ostentam bandeiras dos Estados Confederados da América (racista) e lemas que exaltam a “amizade, a lealdade e o patriotismo”, quando não o nacionalismo.

    São aqueles que exaltam as piores versões de Lynyrd Skynyrd e Allman Brothers, o Southern rock que um dia serviu de trilha sonora para discursos supremacistas de brancos sulistas dos Estados Unidos.

    Esse mundinho confortável e conservador do rock clássico soa como refúgio para essa gente acostumada a ser tratada (e mimada) com deferência e a desprezar gemente pobre e de cor e de outra orientação sexual. A correspondência com o mundo branco conservador e frequentemente “ostentatorio” do sertanejo moderno brasileiro é imediata.

    Até quando toleraremos esse tipo e ser execrável em nossas hostes, empesteando com sua desumanidade e perversidade ambientes marcados ela cooperação, pelo respeito, pela amizade, mas também pelo questionamento e pela contestação?

    O golpismo escancarado pela Polícia Federal não deixa dúvidas do perigo que corremos e de como o ambiente brasileiro se tonou tóxico na política, algo que contaminou toda a sociedade. Por isso é que a polarização é cada vez mais necessária para que identifiquemos e neutralizemos os inimigos. E o rock está cheio deles.

  • Raimundos lançam o single ‘Maria Bonita’


    A veterana banda brasileira Raimundos lançou no início de novembro o single “Maria Bonita”. É a primeira amostra do futuro álbum de estúdio do grupo que vai marcar o primeiro lançamento de disco novo dos músicos desde 2014.

    O single, cuja bela capa acompanha este texto, foi liberado nas plataformas no dia 6 de novembro e busca o resgate da sonoridade que consagrou uma carreira cujo estouro comercial, com o álbum “Raimundos”, completou 30 anos em 2024.

    Marca ainda a primeira música liberada pela banda desde a morte, em 2023, do saudoso baixista Canisso.

    O novo som traz o hardcore característico dos Raimundos, mesclado com uma sonoridade nordestina, que combina com a protagonista de “Maria Bonita”.

    Na composição, escrita pelo vocalista e guitarrista, Digão, e Vitor Mendes, a banda destaca que está fazendo uma “ode a mulheres fortes e inteligentes, que o homem tem de merecer estar ao seu lado”.

    “‘Maria Bonita’” é um hardcore desenfreado bem ao velho e bom estilo Raimundos mas com cara de novo! Essa canção alterna riffs bem rápidos e pesados, vocais cadenciados e abre para uma bela melodia no refrão. Direto ao ponto!”, conta a banda,no release distribuído à imprensa sobre seu novo single.

    A nova faixa é produzida pelo próprio Digão, com mixagem e masterização de João Milliet, no estúdio Cada Instante SP.

    Além dos vocais e guitarra de Digão, “Maria Bonita” conta com Marquim na guitarra e backing vocals, Caio na bateria e Jean Moura no baixo e backing vocals também.

    Ainda sem uma data oficial de lançamento, o primeiro álbum de inéditas desde “Cantigas de Garagem”, de 2014, também será o primeiro lançamento da banda desde sua assinatura com a ONErpm, que aconteceu no final de outubro.

  • Aconteceu de novo: elite universitária chafurda no preconceito e se orgulha de espalhar ódio


    A cantora negra entra em um restaurante de m,a cidade grande do sul dos Estados Unidos no começo dos anos 1960. Era nacionalmente famosa e foi imediatamente reconhecida ao entra. 

    Entretanto, de forma sádica, funcionários brancos manifestaram satisfação, como se estivesse se vingando por suas vidas medíocres, ao dizer que o estabelecimento não servia “negros” ou “pessoas de cor”.

    Apesar de indignada, saiu chorando resignada diante de tamanha perfídia. A cena está em “A História de Mahalia Jackson”, de 2022. 

    Dirigido por Denise Downes, exibido pela TV Globo na segunda-feira, dia 18 de novembro. Por uma daquelas coincidências maravilhosas, a obra passou na Sessão da Tarde. Após a ocorrência, no final de semana anterior, de uma das mais abjetas e nojentas manifestações de racismo e preconceito entre universitários.

    A cna do filme é um triste retrato da perversidade humana que ainda é possível identificar mais de 60 anos depois neste país racista e infeliz. Os casos de preconceito são diários e agora, mais uma vez, revelam o caráter asqueroso da maior parte da elite que ainda insiste em dominar e emporcalhar a nossa sociedade.

    Em quase todos os “jogos universitários” brasileiros, quase sempre envolvendo times esportivos de faculdades e universidades particulares, há episódios de racismo e de comportamento inacreditável e reprovável de universitários bem, criados e de classe média alta. 

     Os “belos” comportamentos ocorreram agora nos Jogos Jurídicos de São Paulo, envolvendo universidades da área de Direito.

    Em um jogo de handebol, na cidade de Americana, alunos e torcedores da PUC-SP insultaram os adversários da USP com palavras como “cotistas” e “pobres”, sempre de forma pejorativa, de forma a desprezar alunos de escolas públicas,.

    Considerados por esses dejetos humanos de xingaram como “pessoas de segunda classe” e indignas de fazer parte do ensino superior.

    As reações foram bem rápidas e contundentes com repúdio total às posturas dos alunos e torcedores da PUC, com punições educacionais e perda e empregos e estágios para as pessoas identificadas em vídeo. Que bom que isso tenha ocorrido, mas ainda [e pouco, muito pouco.

    Na verdade, é a constatação de que está cada vez mais normalizado um comportamento assustador e explícito da elite nacional: um racismo que beira o ódio e esbarra no fascismo.

    Esse tipo de comportamento repulsivo não é uma novidade. É recorrente principalmente em eventos sociais e esportivos de alunos de medicina pelo Brasil, um reduto de estudantes de classe medi e rica, que podem pagar mensalidades de cerca de R$ 10 mil fora ouros gastos.

    Antes eram mais discretos nas brincadeiras e posturas reprováveis, agora estão perdendo o pudor. Anos atrás, por exemplo, um estudante de origem asiática, vítima de bullying, foi encontrado morto no fundo de uma piscina durante uma festa de alunos de medicina da capital paulista. 

    O caso nunca foi esclarecido, apesar de indícios de violência no corpo. Em festas de futuro médicos no interior do Estado, os casos de violência e preconceito são ainda mais aterradores.

    Com aplausos da extrema-direita e de apoiadores do ex-presidente nefasto Jair Bolsonaro, esse tipo de comportamento é relativizado – quando não ignorado e incentivado – por gemente que cultua o ódio e esconde atrás do pior tipo e religiosidade para destilar preconceito e e violência de todos os tipos.

    O comportamento dos dejetos que entoaram gritos preconceituosos e racistas no jogo de handebol não pode ser tratado como uma ocorrência menor, como se fosse uma livre manifestação de torcida tal qual em um estádio de futebol em jogo profissional. Racismo e preconceitos são crimes e precisam ser punido severamente.

    O incidente é perigoso porque é a confirmação de tais comportamentos não estão presentes e fortes com cada vez mais explícitos e desafiadores, como se os lixos que simpatizam com práticas fascistas perdessem o medo e a vergonha de serem identificados.

    É perigoso também em um momento em, que parcela expressiva do eleitorado abraça candidatos e ideias que beiram o fascismo, que semeiam o ódio e espalham mentiras e incentivos a comportamentos violentos de todos os tipos.

     Emerge novamente quando políticos da pior espécie articulam uma “anistia” para terroristas e golpistas de 8 de janeiro de 2023 com extensão ao nefasto Bolsonaro.

    E não dá para achar que é coincidência que as manifestações racistas surjam no momento em que um maluco fascista joga bombas no STH (Superior Tribunal Federal) após várias ameaças de morte a ministros da corte.

    Não é de se surpreender que vejam,ops decisões judiciais de primeira instância cada vez mais estapafúrdias, muitas delas inconstitucionais e corroendo a liberdade de expressão. Então são esses os futuros advogados, promotores de Justiça e juízeaque terão a missão de fazer “Justiça” neste país infeliz?

    São esses os futuros médicos lamentáveis que Têm desprezo por seres humanos que não podem pagar R$ 1 mil por uma consulta?

    A polarização político-ideológica é cada vez mais necessária para que possamos identificar quem são os seres execráveis e disseminadores de ódio para que possamos bani-los e neutralizá-los.

    Se por um lado episódios como os de Americana são nojentos e aterradores, por outro são instrutivos e reveladores do caráter deformado e parte grande parte dos jovens da elite do Brasil. Que possamos aprender e a combater essa gente inimiga da civilização.

  • Frejat é a nova vítima da empáfia truculência estrangeira

    Mais uma da série “aconteceu de novo no rock nacional”: artista local é atrapalhado/expulso do palco por equipe/produção de estrela gringa. E depois tudo fica por isso mesmo,

    Aconteceu com o Ratos de Porão, no Knotfest deste Ano, que teve de tocar no escuro devido a “problemas técnicos”, e agra a vítima foi o guitarrista Roberto Frejat, que abriu o show único de Lenny Kravitz no Brasil, no Allianz Parque, em São Paulo.

    Ele tocava a última música quando se surpreendeu com todos os equipamentos desligados no meio da execução. Em seguida, recebeu “ordens” de deixar imediatamente o palco, segundo testemunhas. Foram ordens da produção de Kravitz, que se incomodou com o suposto atraso de Frejat. Não houve ´pedido de desculpas.

    Nas redes sociais, Frejat foi educado, mas se mostrou indignado com o comportamento dos técnicos estrangeiros e cobrou mais respeito aos artistas brasileiros.

    “Indignado com o desrespeito que sofri ontem no fim do meu show de abertura da apresentação de Lenny Kravitz no Allianz Parque em São Paulo, venho agradecer o carinho e o apoio do público presente que aplaudiu e cantou em cena aberta a canção que estava sendo tocada, essa que seria a ultima do meu show. Agradeço também todas as postagens de apoio e indignação pelo ocorrido. Muito obrigado de coração. A gente se vê por aí.”

    Não vai acontecer nada e novos casos ocorrerão porque os produtores/contratantes brasileiros se submetem às estapafúrdias exigências das estrelas estrangeiras e se calam diante do desrespeito e da má conduta de suas equipes técnicas. Acontece em shows de nomes de grande porte e também em festivais diversos.

    Por mais indignados que fiquem, os brasileiros que aceitam abrir os shows internacionais precisam suportar essa situação vexatória sob risco de boicotes futuros. É inacreditável que artistas como Frejat, com mais de 40 anos de estrada e uma instituição roqueira nacional, seja submetido a tal postura deplorável de gringos que mantém atitude colonizadora.

    Neste ponto, é sempre bom lembrar e aplaudir a reação de músicos e assistentes da banda Ultraje a Rigor quando foram vítimas de ataque da produção do cantor inglês Peter Gabriel em uma edição do festival SWU no interior de São Paulo.

    Os gringos tentaram interromper o show dos brasileiros e houve briga generalizada no palco, com os ingleses levando a pior. No dia seguinte, Gabriel, a contragosto, emitiu uma nota lamentando os incidentes e pedindo desculpa pela postura de seus funcionários.

    Será que a única maneira de garantir um tratamento digno e respeitoso e ir à Justiça contra os produtores nacionais que contratam os artistas para a abertura de espetáculos internacionais e festivais?

  • Allianz Parque, 10 anos: uma evolução no entretenimento brasileiro

    FOTO: DIVULGAÇÃO

    Uma revolução na forma de apreciar um grande concerto de música ao ar livre. É desta maneira que nomes importantes da indústria do entretenimento avaliam a chegada do Allianz Parque, em 2014. Não foi só o futebol brasileiro que saiu ganhando.

    O novo estádio do Palmeiras, concebido parta ser uma arena multiuso e receber espetáculos musicais com tratamento acústico adequado, foi o primeiro do país com essas características no Brasil e passou a ser a principal casa de grandes shows de rock em São Paulo e no Brasil.

    O novo estádio do Palmeiras há dez anos é a principal casa dos espetáculos ao vivo, seja pela qualidade acústica, seja pelo conforto maior do que em outros espaços grandes, que não foram projetados para acomodar shows.

    Só quem sofreu ao (ão) ouvir e (não) ver Rush, Queen, Kiss, Ac/DC, U2 e Rolling Stones no Morumbi sabe a diferença de curtir uma apresentação no Allians Parque, como os espectadores das várias apresentações de Titãs Encontro, Paul McCartney, Coldplay, Th Who, Aerosmith e outras tantas atrações internacionais e nacionais de grande porte.

    Há dez anos o novo estádio revolucionou o futebol do cube, ajudando-o a se tornar vencedor como nunca antes havia ocorrido e se tornou a principal arena para espetáculos do país, colocando ua polêmica na área: será que continuara sendo a única do gênero w um país que registrou aumento expressivo na demanda por grandes shows?

    Nem mesmo os estádios construídos para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil chegam perto de oferecer uma experiência boa para ver e ouvir música. Não foram construídos e concebidos parta isso. Por isso o Allianz Parque é tão diferenciado. Ouve-se muito bem em qualquer parte do estádio, e a visão do palco é relativamente boa, ainda que o espectador esteja bem longe, na arquibancada oposta.

    A comparação com o atual Morumbi chega a ser covardia, assim como em relação ao Pacaembu ainda em obras. Era o equipamento que faltava para deixar São Paulo finalmente equipada com um local adequado de oa qualidade para ver espetáculos para mais de 20 mil pessoas.

    A questão é que o Allianz Parque é a única opção do gênero em uma cidade de 12 milhões de habitantes. Morumbi, Pacaembu e Canindé sempre foram inadequados, assim como estádio do Ibirapuera. Neo Química Arena, em Itaquera, ainda não testada para valer, até porque tem contra si o fato de estar muito longe do centro da cidade.

    Com isso, a carência para locais para espetáculos de grande porte na Grande São Paulo fica evidente. Além do Allianz Parque, temos apenas o Vibra (antigo Credicard Hall), que tem uma capacidade para receber 7 mil pessoas. Muito pouco para uma das maiores cidades do mundo.

    O Allianz Parque inaugurou uma nova fase para o entretenimento brtasileiro e engoliu a concorrência até o momento – bom para o Palmeiras e para a empresa que gerencia o estádio, m,as ruim para o time de futebol, que se vê frequentemente desalojado por conta dos shows.

    S nova (nem tão tão nova) arena mostrou que existe um espaço imenso para crescimento na venda de ingressos depois da pandemia de covid-19 e que o público ansiava por ser mais bem tratado e por mais conforto.

    Fica o desafio para que o Morumbi se modernize, em todos os sentidos, e que os concessionários do Pacaembu ofereçam uma estrutura capaz de rivalizar na atração de espetáculos com o estádio do Palmeiras.

  • Notas roqueiras: Malvada, Cameéia, Christine Valença…

    Malvada (FOTO: DIVULGAÇÃO)


     – É praticamente uma outra banda. Com músicas em inglês e um som mais pesado, com produção que deixou tudo mais encorpado, a banda paulistana Malvada saboreia os bons resultados depois que assinou contrato com a gravadora italiana Frontiers. “/fear” é o ovo single,, que ganha um clipe muito bem produzido e que aponta para a internacionalização do grupo feminino brasileiro. A música anterior, “Down the Walls”, indicava que o som em inglês era mais pesado e quase metal, enquanto que “Veneno”, do começo do no reforçava que, quando gravadas em português, as músicas seguiriam o hard rock mais bluesy e pop do primeiro álbum. É um passo ousado, mas necessário diante da ambições da banda. “Fear” tem m toque europeu na estrutura da composição, guardando alguma semelhança com as bandas holandesas que usam bastante arranjos sinfônicos de cordas e sopros, mas não chega a ser algo excessivo. É a melhor música que a Malvada já lançou em seus quatro anos de existência. Ouça e veja em  https://www.youtube.com/watch?v=ti6gxY1321E

    – Soul, funk e rock com muita brasilidade e psicodelia, misturados, formam a sonoridade com forte personalidade do sexteto paulistano Camélia, que estreia com o EP Soul Brasil, um registro de cinco faixas recheadas de poéticas sobre libertação, representatividade e identidade cultural brasileira. O EP Soul Brasil foi lançado nas principais plataformas de streaming pela Canil Records e com distribuição digital da Symphonic BR. Ouça aqui: https://bit.ly/SoulBrasil-

     A cantora e compositora carioca Christine Valença apresenta neste 08 de Novembro sua interpretação de “John Riley”, balada folk que remonta às tradições inglesas e galesas. A canção atravessou séculos, passando pela tradição oral até se tornar um clássico moderno através das interpretações de artistas como Joan Baez, Odetta e Judy Collins. Em sua releitura, Christine Valença traz “John Riley” para um ambiente genuinamente brasileiro, contextualizando a canção nos ritmos e arranjos da música nordestina. Ao incorporar elementos como a viola e o galope nordestino, a artista oferece uma nova perspectiva para a história de uma mulher que espera seu amor perdido no mar, temática que conduz a música. A faixa chega com um clipe filmado no Parque Lage e no Jardim do Museu da Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, que retrata o ponto de vista da personagem da canção. Ouça em A cantora e compositora carioca Christine Valença apresenta neste 08 de Novembro sua interpretação de “John Riley”, balada folk que remonta às tradições inglesas e galesas. A canção atravessou séculos, passando pela tradição oral até se tornar um clássico moderno através das interpretações de artistas como Joan Baez, Odetta e Judy Collins. Em sua releitura, Christine Valença traz “John Riley” para um ambiente genuinamente brasileiro, contextualizando a canção nos ritmos e arranjos da música nordestina. Ao incorporar elementos como a viola e o galope nordestino, a artista oferece uma nova perspectiva para a história de uma mulher que espera seu amor perdido no mar, temática que conduz a música. A faixa chega com um clipe filmado no Parque Lage e no Jardim do Museu da Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, que retrata o ponto de vista da personagem da canção. Ouça em https://www.youtube.com/watch?v=hUNfeAnUbdk&feature=youtu.be

  • Planet Hemp lança álbum e DVD ao vivo

    Do site Roque Reverso

    O Planet Hemp lançou na primeira quinzena de novembro seu mais novo álbum ao vivo. Como forma de celebração de 30 anos de carreira, completados em 2023, a banda brasileira trouxe ao público o disco “Planet Hemp Baseado em Fatos Reais: 30 Anos de Fumaça”.

    O álbum, cuja capa acompanha este texto, chegou oficialmente ao público no dia 6 de novembro e também foi lançado em DVD.

    Gravado em julho de 2024 em um show com ingressos esgotados no Espaço Unimed, em São Paulo, álbum e audiovisual reúnem 26 faixas que sintetizam a trajetória da banda, com colaborações e referências que marcaram essa jornada.

    Produzido por Daniel Ganjaman, e com mixagens de Pedro Garcia, o projeto é um lançamento da Som Livre e Elemess.

    “Esse álbum ao vivo é mais do que uma celebração, é a reafirmação de tudo que sempre defendemos desde o começo”, afirmou o vocalista Marcelo D2, no texto sobre o lançamento enviado à imprensa.”Cada faixa e participação trazem um pedaço dessa história, e ouvir isso ao vivo, com a energia do público, é lembrar o motivo pelo qual começamos. São 30 anos e a chama não se apagou, nem se apagará.”

    Outra figura clássica da banda, o vocalista BNegão, vê o lançamento como uma extensão do legado da banda, que atravessa gerações: “Tem algo marcante em pisar no palco e ver uma galera nova cantando tudo com a mesma empolgação de quem estava lá no começo.”

    E continuou: “Esse disco ao vivo é o registro dessa energia, da nossa conexão com o público e de uma história que não se perdeu no tempo, ao contrário: apenas se fortaleceu. São 30 anos, mas a pressão sonora é a mesma – o Planet Hemp nunca foi só música; é uma ideia, uma mensagem que nunca deixou de ser atual.”

  • Ódio, bombas, golpes diversos e o rock contra a democraciae a civilizzação

    Por um dos desses caprichos da vida. Não dá para considerar uma mera coincidência que um maluco extremista de direita cometa um atentado em Brasília na mesma semana em que rola um festival de rock pesado com bandas que simpatizam ou que beiram o fascismo.

    Os alertas eram claros desde a ocorrência de 8 de janeiro de 2023, quando ocorreram os atentados terroristas na Praça dos Três Poderes: não foi apenas um rompante de imbecis e vândalos – os extremistas fascistas sempre estariam à espreita para minar e corroer a democracia, quase sempre com o suporte de partidos ou qualquer tipo de organização de interesses políticos.

    Era só questão de tempo que novo atentado acontecesse. O clima cada vez mais polarizado e radicalizado estimula a proliferação do ódio cada vez mais forte, realçando o caráter autoritário do povo brasileiro que não aceita a derrota. O espanto é que tenha demorado para ocorrer novamente.

    É claro que os apressados e oportunistas de direita se apressaram a amenizar o ataque do maluco de Santa Catarina ao STF (Supremo Tribunal Federal). “Lobo solitário”, “maluco”, “lunático” são alguns dos “eufemismos” para tirar a gravidade do ocorreu – o autor, Francisco Wanderlei Luiz, e Santa Catarina, foi filiado ao PL e era bolsonarista fanático.

    Essa postura é criminosa porque qualifica como um mero ato de vandalismo um verdadeiro ato terrorista que se configura um atentado à democracia, coisa gravíssima que estimula ainda mais a violência.

    E onde entra o rock fascista neste contexto? Ora, é o simples fato de ser realizado um festival de punk rock e heavy metal clandestino em prol de uma ideologia nojenta, desumana e asquerosa. Como isso ainda é possível?

    Um festival desse tipo ocorreu recentemente em uma cidade da Grande São Paulo, em estilo de evento de motoclube, mas com bandas extremas. Quem viu o material de divulgação e soube de quem deveria frequentar não teve dúvidas: era um evento extremista de simpatia ao fascismo e com presença de gente que é escancaradamente neonazista.

    Por ser clandestino, teve divulgação restrita, mas quem conseguiu observar comentários nas redes sociais não teve dúvidas: os apoiadores são fascistas de carteirinha e que adoraram o ato de violência em Brasília. A maioria esmagadora era de gente simpática a políticos e extrema-direita, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

    É evidente que não dá para associar essa gente execrável a Bolsonaro, mas não é surpreendente para qual lado pende essa balança – afinal, apoiadores do ex-presidente eram a imensa maioria dos terroristas que vandalizaram os prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 em Brasília.

    Entre xingamentos aos ministros do STF e desprezo explícito pelam democracia, esses supostos roqueiros, de direita jogam no lixo o legado de solidariedade, de união, de generosidade e de contestação que sempre acompanharam o rock. Optaram pelo ódio, pela perversidade e pela violência contra o diferente, pelo preconceito e pelo racismo. Fascismo não combina com o rock

    As eleições de vários líderes que manifestam simpatias a ideologias que resvalam no fascismo, começando coma d e Donald Trump, em 2016, passando pela de Bolsonaro, em 2018, mostrou que o mundo entraria em uma fase aguda de retrocesso institucional e de civilização.

    A conta está chegando rápido, ainda que algumas derrotas desses seres execráveis tenham ocorrido no caminho. São tempos muito difíceis para exercer a cidadania e lutar por justiça social, redução de desigualdades diversas e para celebrar ideias progressistas.

    A resistência, e de´pis a luta, começam no microcosmo de nossas cabeças, de nossas casas, de nossas ruas, de nossos bairros. Ou seja, começa dentro de nossos meios de vida e ambientes em que frequentamos.

    No nosso rock, não há espaço para ódio e fascismos, muito menos neonazistas. E [é sempre bom lembrar o mantra da banda mineira de heavy metal Black Pantera: “Fogo nos Racistas”!