A adolescente mais promissora do rock e da MPB brasileira cresceu e está esbanjando maturidade e personalidade. A cantora baiana Cacá Magalhães, que encantou o mundo com suais interpretações de blues e de alguns clássicos da música brasileira colocou o vozeirão a serviço do ativismo e de causas das mais importantes.
Ela está chegando aos 18 anos, mas parece uma veterana ao cantar “Grita Mulher”, um blues bem brasileiro que marca a sua entrada no mundo engajado de combate á violência contra a mulher. Ela destila toda a sua classe e o seu feeling mais uma vez emulando uma de suas influências, Cássia Eller, que morreu em 2002.
Que suas interpretações eficientes e impressionam faz tempo não é novidade, mas chama a atenção a sua versatilidade. O single anterior, do ano passado, “Coração Solto”, é um rock bacaninha com cara de novela das seis da tarde da TV Globo, esbanjando humor e ironia.
As duas canções fazem parte do álbum de estreia, “Só Sinto”, que está em plena divulgação. À maturidade artística soma-se o talento natural e o feeling absurdo que demonstra em cada canção. Lembam que ela fez uma versão matadora para “blues da Piedade”, do barão Vermelho, com a participação de Roberto Frejat? É tudo nesse nível.
O disco tem a produção de Paul Ralphes (que fez os discos do Biquíni Cavadão) e Rafael Barone, o disco de 11 faixas autorais tem sonoridade pop, mas também traz elementos do rock e do soul. É um dos trabalhos mais interessantes dos últimos tempos nessa linha híbrida entre rock, blues e MPB.
Embora cante com personalidade, é no rock e no blues que ela mais se destaca, como na já citada “Grita Mulher, que é um blues com clima de soul music e encharcado de sentimento. Tão boa quanto é “Para Que Não Se Repita”, outra música inspirada que tem como tema a valorização da mulher. A menina cresceu e já é um dos grandes nomes da música brasileira