A responsabilidade era grande: abrir o Best of Blues 025 no Auditório do Ibnirapuera, em São Paulo, mesmo pouco conhecida e sem ter um trabalho autoral lançado. E ainda por cima fazendo rock instrumental. Era preciso coragem, e a moça acanhada se soltou no palco e arrebatou o público.
A mineira Larissa Liveir incorporou vários dos grandes nomes da guitarra e fez uma bonita homenagem ao gênero musical que não anda muito prestigiado.
Saiu consagrada debaixo de muitos elogios e suscitou uma febre nas redes sociais de plataformas digitais de gente querendo conhece-la e em busca de seu trabalho;
Ao 23 anos, Larissa Liveir acaba de alcançar um marco inédito em sua carreira — e na história da música brasileira. A jovem guitarrista foi anunciada como a primeira mulher instrumentista do Brasil a integrar o time global de artistas exclusivos da Gibson, marca lendária que há mais de um século é referência no universo do Rock, Blues e Heavy Metal.
Com mais de 5 milhões de seguidores e 500 milhões de visualizações em suas plataformas, Larissa construiu sua trajetória de forma independente, reunindo técnica, carisma e uma presença magnética diante da câmera.
Natural do Rio de Janeiro, mas criada no interior de Minas Gerais, ela começou a tocar ainda na infância, movida pela curiosidade e pela paixão por jogos como Guitar Hero. Durante a pandemia, seus vídeos gravados em casa viralizaram, transformando uma jovem autodidata em uma das guitarristas mais influentes da nova geração.
“A primeira vez que toquei em uma Gibson foi com uma guitarra emprestada de um amigo — e foi paixão à primeira nota. A sonoridade, o feeling, o peso do timbre, era como se ela me completasse naquele momento”, relembra Larissa. “Saber que agora sou a primeira mulher brasileira instrumentista a representar a marca é uma alegria imensa, e também uma responsabilidade: quero abrir caminhos para que mais mulheres estejam nesse espaço”, disse recentemente a musicista.
O convite da Gibson surgiu após uma série de contatos e uma jornada que envolveu desafios pessoais e profissionais — entre eles, conquistar o visto americano e viajar sozinha pela primeira vez para os Estados Unidos. Em Miami, Larissa gravou nos estúdios da Gibson e formalizou o contrato de exclusividade.
“No dia em que consegui o visto, acordei às cinco da manhã pra me preparar e, quando saí do consulado com a aprovação, foi um dos dias mais felizes da minha vida. Sempre sonhei em ir pros Estados Unidos, e poder unir esse sonho com a música e com a Gibson foi uma das melhores notícias que eu poderia receber.”; conta Larissa.
Nesta semana, a artista lançou o vídeo de “Since I’ve Been Loving You”, uma versão instrumental para o clássico do Led Zeppelin, gravada no estúdio Sonastério, em Minas Gerais — um dos mais conceituados do país. No registro, Larissa apresenta uma performance intensa e sensível utilizando sua nova Gibson SG Standard, enviada pela marca exclusivamente para ela. O vídeo já está disponível em seu canal no YouTube.
O reconhecimento internacional chega em um momento de expansão da carreira da artista, que recentemente se apresentou no festival Best of Blues and Rock 2025, em São Paulo, ao lado de nomes como Alice Cooper e Deep Purple.
Na ocasião, o show de Larissa ainda contou com a participação de Nita Strauss, guitarrista de Alice Cooper, que subiu ao palco para tocarem juntas o clássico “The Trooper”, do Iron Maiden. Esse foi um dos momentos mais marcantes do evento, simbolizando a força e a representatividade feminina na guitarra em diferentes gerações. O registro da apresentação com Nita também está disponível em ívídeo.
Com influências que vão da raiz do Blues à força do Heavy Metal, inspirada em nomes como Joe Bonamassa, Carlos Santana e Stevie Ray Vaughan, Larissa vem desenvolvendo seus primeiros projetos autorais, explorando sua identidade musical e consolidando um estilo próprio.
Nos próximos meses, Larissa se prepara para uma nova série de apresentações ao vivo e para a gravação de seu primeiro disco autoral, que já tem músicas em processo de produção. O projeto deve reunir composições que traduzem sua essência artística e o amadurecimento de uma trajetória construída com autenticidade, paixão e dedicação às seis cordas.
“Estou em busca do meu som, da minha voz artística, quero fazer algo verdadeiro, que traduza quem eu sou e tudo o que me trouxe até aqui.”; acrescenta a guitarrista.