Um raro encontro com uma banda de uma geração bem mais nova e a matar a vontade de reviver clássicos de sua antiga banda. Mesmo com ma torrente de críticas, o guitarrista inglês Jimmy Page decidiu que queria se divertir e se uniu aos Black Crowes, então um dos nomes mais importantes do rock americano, para revisitar nos palcos o catálogo do Led Zeppelin. O resultado da série de shows pelos Estados Unidos foi um CD duplo e LP triplo ao vivo campeão de vendas.
Para comemorar 25 anos do lançamento, Page e os Crowes relançam o trabalho para nos lembrar de que o mundo já foi mais amigável para iniciativas saudosistas em que artistas de porte não se importavam em fazer “covers” de si mesmos. “Live at the Greek Theatre” é um disco banhado de álcool e descontração, em que a guitarra do Led Zeppeelin encontra a atmosfera de blues de bar dos Face e dos Rolling Stones.
Page estava irritado comofim da colaboração com o ex-parceiro de Zeppelin Robert Plant, retomada em 1993 e que rendeu dois álbuns e um DVD nomeados como Page-Plant. Depois de “Walk intio Clarksdale”, o álbum de inéditas de 1998,Plant se desinteressou pelo projeto, já que o guitarrista queria cada vez mais mergulhar no repertório do Led Zeppeli. “O passado insiste em assombrar Jimmy e não o larga”, criticou o cantor à época.
Os americanos Black Crowes, em alta na época, aceitaram de forma surpreendente ser a banda de apoio do ídolo e dar um molho diferente a dezenas de clássicos da banda clássica inglesa, com direito a enxertar três ou quatro canções próprias no repertório. Ficou com cara de produto requentado, de álbum de “covers”, mas ainda assim interessante.
Ouvindo a nova versão do trabalho, que chega em versão simples e em CD trilo, com material adiciona, é possível saborear execuções deliberadamente desleixadas, como se Page quisesse recriar o clima explosivo e visceral das apresentações do Led na primeira metade dos anos 70. E encontrou a banda perfeita para lhe dar suporte, além, de ter um cantor bom que, Chris Robinson, com vontade de cantar aquelas músicas.
Originalmente lançado em 2000, menos de um ano após sua gravação, Jimmy Page and The Black Crowes’ Live at the Greek foi um álbum duplo com o grupo e o ex-guitarrista do Led Zeppelin detonando interpretações de clássicos do catálogo da última banda, além de um monte de padrões de blues.
São 14 faixas adicionais, incluindo áudio de passagem de som e — pela primeira vez — Page participando de cortes da discografia dos Crowes. O produtor do álbum original, Kevin Shirley (Iron Maiden e Dream Theater) remixou e remasterizou esta apresentação expandida.
O que chamou a atenção de Page nos Crowes foi a fidelidade e a paixão com que mergulhavam nos anos 70 pata extrair um som cru e orgânico, como se toda a noite estivessem um bar de periferia ou de beira de estrada. A dupla de guitarristas era monstruosa, formada por Ricjh Robinson e Marc Ford no início – Audley Freed chegou depois para substituir Ford.
Era abanda poderosa do disco de estreia, “Shake Your Money Maker (1990) e o líder das paradas.”The Southern Harmony e Musical Companion”, “The Black Crowes” (menos de um ano depois de seu quinto álbum, “By Your Side)”, além do incompreendido “Amorica.
O grupo foi ao Greek Theatre para dois sets especiais em outubro de 1999 que contaram com os irmãos Robinson (o cantor Chris e o guitarrista Rich), o guitarrista em turnê Audley Freed, o baixista Sven Pipien, o baterista Steve Gorman e o tecladista Eddie Harsch em estado de comnbustão imediata.
O primeiro show foi beneficente e se concentrou clássicos do Led Zeppelin, como “Whole Lotta Love”, “Ten Years Gone”, “Hey, Hey, What Can I Do”, “What is and What Should Never Be”, alguns covers e padrões para uma boa medida (o favorito da era Peter Green do Fleetwood Mac, “Oh Well”, “Shake Your Money Maker” do Elmore James, o padrão de blues de Chicago “You Shook Me” e até mesmo “Shapes of Things” do The Yardbirds.
Por razões contratuais, as músicas dos Crowes que o grupo tocou – “She Talks to Angels”, “Remedy”, “Wiser Time” e até mesmo “Hard to Handle” de Otis Redding, um hit do Top 40 do grupo em 1991 – foram impedidas de aparecer no álbum, uma omissão que agora é corrigida por esta nova reedição.
Page mais tarde se juntou ao grupo para uma turnê completa com o The Who, mas saiu depois de menos de uma dúzia de shows, supostamente depois que os Robinsons rejeitaram suas propostas de compor com eles. As coisas também não estavam tão boas dentro da banda; o baixista Pipien foi demitido entre os shows no Greek Theatre e o lançamento do álbum, com seu substituto Greg Rzab fazendo overdubs em partes nas versões de “In the Light” e “Misty Mountain Hop” que foram incluídas nas prensagens japonesas. (Pipien na verdade voltou a se juntar após um hiato que se estendeu de 2002 a 2005 e é atualmente o único membro oficial além dos Robinsons.)
De qualquer forma, este trabalho ao vivo é um dos últimos registros estrelados de uma época em que as gravadoras ainda reinavam soberanas e podiam oferecer mundos aos astros de rocl. A retribuição, neste caso, foi de alta qualidade.
CD1:
1. Celebration Day (3:40)
2. Custard Pie (5:24)
3. Sick Again (4:48)
4. No Speak No Slave (4:43)
5. Hard to Handle (3:36)
6. Wanton Song (4:08)
7. Misty Mountain Hop (4:54)
8. Hots On For Nowhere (4:46)
9. What Is and What Should Never Be (5:24)
10. Wiser Time (7:16)
11. Mellow Down Easy (5:21)
12. Woke Up This Morning (4:31)
13. Ten Years Gone (6:35)
CD2:
1. In My Time of Dying (9:38)
2. Your Time Is Gonna Come (5:58)
3. Remedy (5:20)
4. The Lemon Song (8:54)
5. In The Light (9:10)
6. Shake Your Money Maker (4:34)
7. Sloppy Drunk Blues (5:58)
8. Shapes of Things (3:17)
9. Nobody’s Fault but Mine (6:49)
10. Heartbreaker (5:54)
11. Bring It On Home (5:24)
12. She Talks To Angels (5:44)
CD3:
1. Oh Well (4:19)
2. Band Intros (0:52)
3. Hey, Hey, What Can I Do (3:35)
4. You Shook Me (8:31)
5. Out on the Tiles (3:42)
6. Whole Lotta Love (5:51)
7. Custard Pie (Soundcheck) (5:05)
8. You Shook Me (Soundcheck) (8:28)
9. The Lemon Song (Soundcheck) (8:43)
10. Ten Years Gone (Soundcheck) (11:41)
11. Jam (Soundcheck) (10:21)