John Lennon é cada vez mais um grande símbolo do nosso tempo

John Lennon e Yoko Om em Amsterdã, na Holanda em 26 de maio de 1969, durante o protesto pela paz que ele chamou de 'bed-in' (foto: reprodução/Wikipedia)

Assim como ocorre em relação a Jimi Hendrix, parece que John Lennon morreu em outra vida, mas nunca esteve tão presente, como sempre. W não é porque é impossível esquecer dele na época de natal, com sua canção “Happy Xmas (War Is Over)”.

Da mesma forma que sua morte, há 45 anos, abriu uma fenda gigantesca em nossas vidas, sua (oni)presença é observada diariamente com as poderosas canções dos Beatles ou nas músicas solo, que evocam imediatamente a figura combativa e polêmica.

Se Bono, do U2,ou Roger Waters, do Pink Floyd, são referências hoje em relação a ativismo político na música pop, Lennon foi e sempre será a figura máxima neste quesito.

O ex-beatle incomodava porque amedrontava o sistema – o poder tinha medo dele, gritando “Power to the People” (poder para o povo” ou vofierando “Working Class Hero” ou “Woman Is the Nigger o the World”.

Lennon metia medo porque ele ousou um dia dizer que era mais popular que Jesus Cristo. Será que não foi, mesmo que por alguns segundos?

Lennon faz muita falta e ainda hoje é um símbolo do nosso tempo. Mesmo sus detratores não conseguem ficar indiferentes nem por um instante indiferentes à simples menção de seu nome..

Um músico brasileiro que detesta Beatles afirmou certa vez que não podia entender como a banda, musicalmente, poderia ser considerada relevante, mas entendia perfeitamente como os quatro integrantes se tornaram ícones pop de importância inimaginável.

“Até gaita com sua assinatura John Lennon tem…”, lamentou o exímio guitarrista. Ele se referia ao produto John Lennon Harmonica Signature, gaita lançada pela fábrica alemã Hohner nos anos 2000– Bob Dylan também tem a sua. E olha que Lennon foi um gaitista apenas mediano…

O tamanho de Lennon na cultura pop é impossível de ser medido. Faria 85 anos de idade se estivesse – morreu assassinado em Nova York há 45 anos, covardemente em frente ao prédio onde morava.

Mais controvertido dos quatro beatles, e ainda considerado o mais rocker e rebelde, praticamente foi “canonizado” quando morreu, para desgosto de Paul McCartney. Quase virou santo.

A morte transformou roqueiros em mitos perpétuos – Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison -, mas no caso de Lennon a divindade passou perto. Sua imagem é tão poderosa que rivaliza nas camisetas de todos no mundo com a de Che Guevara.

O ex-beatle morto em 1980 representou por muito tempo a imagem do nosso tempo. Apesar de sua frase icônica (the dream is over, ou o sonho acabou), era a personificação de que o sonho sempre seria possível. Nem mesmo com o seu desaparecimento pode-se dizer que o sonho acabou.

Muitos dizem que a figura de Lennon ainda hoje é onipresente e até opressiva de tão marcante a sua trajetória. Os Beatles ainda vivos, McCartney e Ringo Starr, já superaram essa questão, mas relutam em reconhecer o gigantismo que o antigo companheiro adquiriu.

Há quem diga que seria candidatíssimo ao prêmio Nobel da Paz se estivesse vivo. C5ontinua tão presente e intenso que mantém a aura de um dos grandes símbolos do nosso tempo, e com toda a justiça.

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