Escolha uma Página

Hit Parade – Róisín Murphy

Seja na pista de dança, seja no fone de ouvido no home office, Róisin Murphy faz a trilha sonora para se balançar os pés e se deixar levar por sua voz suave. Com colaboração do produtor alemão DJ Koze, a cantora irlandesa nos traz treze canções que mesclam o soul e funk dos anos 70 com o electro europeu em um resultado que o senso artístico apurado se faz notar.

World Music Radio – Jon Batiste

Eleito um dos “não-queridos” do ano pelos fãs de Anita, o músico, compositor Jon Batiste passeia, com competência, pelo pop, R&B e jazz e elementos de música não-ocidental em um álbum conceitual que gira em torno de um ser extraterrestre, Billy Bob Bo, que “cria pot-pourris de diversas linguagens musicais do planeta e os transmite para o cosmos”. A partir de um questionamento singelo: qualquer tipo de música não deixa de ser “world music”?, “World Music Radio” traz colaboração de diversos artistas de diversas partes do mundo (até Kenny G dá as caras) e coloca Batiste em um lugar único na música contemporânea.

Super Terror – Él Mató a Un Policia Motorizado

Uma das bandas sensação da América Latina, os argentinos do El Mató a Un Polizia Motorizado continuam com seus pés fincados no indie alternativo dos anos 80 e 90, incorporando elementos de música eletrônica em canções bem elaboradas que misturam lembranças de adolescência com os horrores vividos durante o período pandêmico.

everything is alive – Slowdive

Mais um trabalho fruto da pandemia do COVID-19, “everything is alive” mistura guitarras shoegaze com sintetizadores em canções hipnóticas e viajandonas. Gravado sob a sombra da morte de pais de integrantes da banda, as canções ainda tentam jogar uma luz onde somente havia tristeza e pessimismo.

GUTS – Olivia Rodrigo

Ok, Olivia Rodrigo é quase uma artista pós-teen, mas ela não foge da briga. Em GUTS, ela dobra a aposta de seu álbum de estréia, “Sour”: guitarras com resquícios do grunge noventista e algumas pitadas de metal misturadas com músicas com acento pop, com letras falando sobre as desilusões de uma jovem que ainda tem muito a descobrir na vida, as boas coisas e as ruins. E provavelmente, essas descobertas estarão nos próximos álbuns. Se este é o futuro do rock, eu não sei, mas é muito melhor que outras “promessas”, como Maneskin e Greta Van Fleet.

Chronicles of a Diamond – Black Pumas

Quando os texanos do Black Pumas estavam prestes a lançar “Chronicles of a Diamond”, o vocalista Eric Burton declarou que este teria canções que o animasse a canta-las em turnês pelo mundo (prepare-se: eles voltarão ao Brasil para o C6 Fest). Se ele vai ter este ânimo todo, não sei, mas com certeza tem canções ali para fazer com que as plateias cantem junto. Neosoul, rock psicodélico e jazz funk, presentes no álbum, colocam a banda em um patamar acima das expectativas de seu (também excelente) álbum de estreia, de 2019.

The Ballad of Darren – Blur

Damon Albarn conseguiu se libertar da camisa de força estética do britpop e se tornou um artista mais interessante do subgênero, sobrepondo-se, inclusive, a sua própria banda de origem, Blur.

Depois de um intervalo de oito anos, a banda inglesa volta com aquele que, dizem, é o adeus definitivo do Blur – Albarn está cada dia mais envolvido com seu outro projeto, Gorillaz, e também com trabalhos solo, em que aprofunda sua pesquisa em ritmos africanos e de outros lugares do mundo. “The Ballad of Darren” deixa a estética britpop pra lá e dialoga com muito do que aconteceu na cena nos anos seguintes, como com trabalhos do Radiohead e dos Arctic Monkeys.

The Record – boygenius

Certa feita, alguém disse que supergrupos são projetos que tem prazo de validade e parece que é o caso de boygenius. Formado por três artistas com carreiras já consolidada, Lucy Dacus, Phoebe Bridgers e Julien Baker, a boygenius lançou seu esperadíssimo álbum de estreia e já começam a surgir especulações sobre o fim da banda – afinal de contas, as três tem seus próprios projetos para dar continuidade.

Mas “The Record” traz um punhado de canções em que se destaca o que de melhor existe na cena indie americana – belas melodias e boas letras executadas à perfeição e delicadeza.