Memórias de um velho roqueiro punk nem tão velho assim, mas com um baú abarrotado de boas histórias e com uma criatividade singular.
É dessa forma que o jornalista paulistano Thomas Pappon estreia na literatura em uma compilação de contos recheados de cultura pop e referências artísticas diversas.
Trabalhando há mais de 40 anos na BBC, em Londres, capital da Inglaterra, faz questão de se manter guitarrista, atuando de forma brilhante no passado em bandas como Fellini e 3 Hombras.
“Enterro do Velho Punk” foi lançado no dia 8 de novembro na libraria Martins Fontes, na avenida Paulista. Com texto claro, direto e com humor típico paulistano, Pappon nos conduz a um tempo saudoso em que tudo era menos complicado, mas não menos desafiador.
Nas redees sociais, ele contou um pouco de como decidiu escrever o livro: “Há exatamente um ano, meu chapa Cadão Volpato do Fellini me contou que estava montando uma editora com um sócio e me convidou para escrever ‘alguma coisa, talvez sobre discos’. A editora é a Seja Breve, que tem as capas mais lindas que você vai encontrar nas livrarias. E ‘alguma coisa’ é esse livro de contos.”
Thomas e Pappon e seu irmão Rainer, também guitarrista, fizeram parte de uma geração extremamente talentosa de músicos e artistas em geral que soube canalizar a criatividade para trabalhos sofisticados no fim da ditadura militar e no pós-regime militar dos anos 80. 9
Rainer Pappon se tornou um dos músicos mais importantes da cidade São Paulo, atuando no rock progressivo e n produção de vários artistas. Antes de se dedicar integralmente ao jornalismo, Thomas fez parte do importante grupo Fellini, que teve papel importante na vanguarda roqueira paulistana, por mais incompreendido que fosse – tanto que a banda não durou muito.
Thomas teve tempo ainda de tocar com a banda 3 Hombres, um projeto efêmero que poucas músicas lançou e que tem um álbum inédito em alguma gaveta. Versátil, conciso e elegante, foi um guitarrista que reuniu várias influências punls e pós-punks e ainda hoje é lembrado por seu trabalho musical no Fellini.