O hard rock inglês dos anos 70 que vai além dos gigantes

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N sagrado biênio de 1970/1971, o rock viu a consolidação da vertente mais pesada na Inglaterra. O Black Sabbath se firmava na cola de Led Zepelin e Deep Purpple, enquanto nos Estados Unidos o Grand Funk Railroad estabelecia um predomínio ao ado do Mountain.

Essa espécie de Olimpo das grandes bandas foi seguido de perto por uma série de aspirantes que embarcaram com tudo no som pesado, reforçando expressão de “som pauleira” do rock do anos 70. Era a gênese do que viríamos conhecer como hard rock e heavy metal.

A ideia aqui é mostrar que o rock pesado inglês ia muito além das bandas gigantes no Reino Unido em um momento em que ainda celebramos a despedida de Ozzy Osbourne e do Black Sabbath dos palcos e os 55 anos do primeiro álbum da banda de Birmimgham, que mudou para sempre a história da música popular.

– Uriah Heep – O som era tão estranho quanto o nme épico escolhido pelos colegas do guitarrista Mick Box: pesado, sombrio, denso e assustador em muitos casos. Fundindo a pauleira com o rock progressivo em seus três primeiros álbuns, por pouco não coube à banda a primazia de inaugura o heavy netal – “Very ’Eavy, Very ‘Umble” saiu meses depois de “Black Sabbath com uma capa das mais assustadoras. Entre 1973 e 1975, cresceu tanto que chegou a rivalizar com Led Zeppelin e Deep Purple. A formação clássica da época tinha Mick Box, David Byron *vocais), Gary Thain (baixo), Ken Hensley (teclados e vocais) e Lee Kerslake (bateria). Somente Box está vivo e deve encerrar de vez a banda no ano que vem..

Nazareth (FOTO: DIVULGAÇÃO)

– Nazareth – Os escoceses caíram nas graças do baixista Roger Glover, do Deep Purke, que resolveu produzir os seus discos a partir de 1972, mas a banda já chamava a atenção pelo vocal potente e rasgado de Dan McCaffeerty e pela guitarra bluesy ensaboada de Manny Charlton. A mistura bem dosada de blues pesado e canções pop tornou o Nazareth uma das grandes sensações da metade da década, embalada por hits como “Hair of the Dog” e “a balada “Love Hurts”. A banda existe, mas só o baixista Pete Agnew, da formação clássica, está vivo.

– Slade – Rock sem frescuras e com timbre rascante de guitarra para dar suporte a um cantor com voz de serra elétrica. O Slade era rústico e pesado, quase como uma encarnação dos rolling Stones dos anos 60. Tinha uma penetração grande na classe trabalhadora e as canções recheadas de gírias e de erros de gramática ajudava a diminuir a distância com o público – era abanda preferida de rock dos integrantes do gabinete do Partido Trabalhista da época, que governava o Reino Unido. Os eternos hits Cum’ On Feel the Noize” e “Mama Weer All Crazee Now” ainda tocam até hoje nas emissor de rádio de rock clássico.

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– UFO – Típica banda de pub que aumentou bastante o volume das guitarras até descobrir o seu próprio som e se tornar praticamente sinônimos de hard rock na Inglaterra. Abrigou o mestre da guitarra Bernie Marsden (que depois tocaria no Whitesnake), que seria demitido por perder o voo para uma série de shows na Alemanha em 1972. No desespero, a banda chamou um moleque tocava na banda de abertura, os Scorpions, para quebrar o galho. Michael Schenker tinha 17 anos, não falava inglês e se tornou fundamental para que a banda se tornasse uma potência nos anos 70. Também tinha o blues como base e encerrou a atividades pela enésima vez no ano passado,

– Wishone Ash – Muita gente considera que foram os inventores das chamadas guitarras gêmeas, que ficaram bastante populares mais tarde com o Judas Priest. Transitando entre o hard rock e o progressivo, era considerada sofisticada demais para os amantes da pauleira e pesada demais para os que gostavam de progressivo. O quarteto era constantemente convidado para tocar ao vivo em programas de TV do reino Unido e da Alemanha por conta dos duelos de guitarra que encantavam a todos. Perdeu fôlego no final dos anos 70 com constantes mudanças na formação e brigas entre integrantes da formação clássica, que criaram duas versões do grupo nos anos 90.

– Judas Priest – Antes de virar a potência do heavy metal a partir de 1978 o Judas era um nome em ascensão do hard rock, mas que demorou a consolidar o seu nome diante da forte concorrência. Quando parecia que faria sucesso, foi engolida pelo movimento punk, mas deu a volta por cima. Os três primeiros álbuns contêm deliciosas canções hard típicas da primeira metade dos anos 70.

– Hawkwind – Talvez a banda de hard rock mais underground da leva em questão, teve como guitarrista, e depois baixista, Lemmy Kilminster, que fundaria anos depois o Motorhead. Em alguns momentos promovia uma mistura de Black Sabbath e som psidocélico, que invariavelmente descambava para um som progressivo. Foi uma banda que merecia melhor sorte.

– Queen – No início de tudo, na virada de Smile para Queen, e já com John Deacon no baixo, o quarteto investia em um som ríspido e pesado, com a guitarra feroz de Brian May dando as cartas. Era um hard rock puro e sem frescuras que predominava nos dois primeiros álbuns, e a banda nunca se importou com as acusações de que copiava o Led Zeppelin. O sucesso mundial estrondoso que veio a parir de 1976 provou que a banda estava no caminho certo, ainda que tenha amenizado peso das canções.– Trapeze – A banda que catapultou o baixista e vocalista Glenn Hughes para o estrelato. Foram quatro anos de relativo sucesso até que Hughes fosse convidado a entrar no Deep Purple no final de 1973. O som era pesado, mas já com o suingue da música negra americana que tanto fascinava o baixista. A banda lançou três bons discos entre 1979 e 1972 com a presença do bom guitarrista Mel Galley.

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