O aparelhamento da cultura e das artes nos Estados Unidos pelo presidente Donald Trump ameaça manchar uma instituição do rock. Em uma comissão montada a dedo com simpatizantes e com o dedo do próprio presidente, o Kiss foi indicado para ser homenageado pelo Kennedy Center, instituição que já premiou Led Zeppelin, Rolling Stones e The Who.
Em sua sanha personalista e vaidosa, trocou o nome da instituição pata Trunp-Kennedy 9Cecnter, algo que só pode ser feito com autorização do Congresso. Além disso, já explicitou que novos homenageados serão indicados dentro das “orientações culturais” que sigam a cartilha política do atual governo.
É lamentável que uma administração autoritária e de inspiração fascista da outrora principal democracia do mundo se aproprie de um ícone do rock e se associe a sua lamentável propaganda política de extrema-direita.
Os membros do Kiss ainda não se pronunciaram sobre a indicação, mas sabe-se que o baixista e vocalista Gene Simmons é ardoroso defensor do livre comércio e da “cartilha liberal” defendido por extremistas como Trump.
Simmons é apoiador de Trump? Não se sabe ainda, e nem se o presidente americano é fã da banda. O fato é que é extremamente decepcionante ver uma banda importante de rock ser instrumentalizada por um governo com traços autoritários e personalistas, que é inimigo da cultura, das artes edo conhecimento.
O personalismo e de Trump, aliado ao autoritarismo, remetem ao satilinismo, época em que o ditador Josef Stalin (1881-1853) governou a União Soviética de forma autoritária- o controle sobre a sociedade era total, com o governo determinando como e e quer forma a cultura seria gerida, por exemplo.
O controle sobre as indicações do Kennedy Center é mais uma investida neste sentido. Trunp esteve em guerra com as universidades porque queria obrigá-las a seguir sua política educacional torta e preconceituosa, como a proibição de manifestações políticas e o fim de incentivos a qualquer política de inclusão e diversidade de todos os tipos. Hoje, somente Harvard ainda se opõe às investidas do governo.
A cooptação do Kiss – por enquanto involuntária – é um soco na cara de quem ama a liberdade, a democracia e a civilização, como é o caso da imensa maioria dos roqueiros. Que o Kiss recuse prontamente essa cooptação e se afaste bem rápidodo mundo podre trompista.